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JÁ ERA a quinta vez que ele aparecia na recepção naquela semana, com um olhar desesperado e cabelos mal penteados, como se tivesse acabado de correr até ali. Sempre procurava por mim, o veterinário, mesmo que algumas dicas da recepcionista bastassem. Como eu não era muito ocupado, sempre ia atendê-lo, pois ele havia comprado muitos acessórios em nossa loja e o mínimo que eu podia fazer era educadamente sanar todas as dúvidas que tinha sobre o seu mais novo gato, o qual também havia adotado em nosso Pet Shop. Sooyeon, minha recepcionista, bateu na porta do meu escritório enquanto eu finalizava a consulta de um Poodle obeso. A dona, uma mulher baixinha e assertiva, não aceitava em alimentá-lo somente ração, havia me irritado o bastante para nem conseguir sorrir mais enquanto entregava as instruções em sua mão. Agora com a desculpa para retirá-la do meu consultório o mais rápido possível, não pensei duas vezes.
— Senhora, preciso atender outro cliente, se você puder me dar licença... — levantei-me rapidamente e fui até a porta, onde Sooyeon me esperava. Virei-me para a minha funcionária e sussurrei baixinho. — É o Yang Jeongin, não é? Leve essa senhora até a porta que eu irei até ele.
Deixei-a sozinha com a dona do poodle, e em passos longos fui até o dono do filhotinho de gato. Assim que notou minha presença, sorriu esperançoso, correndo até mim. Ele era um rapaz muito energético. Seus cabelos negros lhe davam a impressão de ser ainda mais jovem. Depois de algumas conversas, descobri que se mudou há pouco tempo para o prédio ao lado, e como morava sozinho, queria uma companhia, então adotou um dos nossos filhotes. Como ele sempre vinha me pedir orientações para cuidar do gatinho acabamos concordando em nos chamar somente pelo primeiro nome. Faz somente uma semana, mas nos tornamos quase que amigos próximos.
— Qual é o problema de hoje, Jeongin? — sorri apenas com os lábios, e coloquei minhas mãos nos bolsos.
— Bem, hm... — cruzou os braços, parecia estar envergonhado. — O Makki não está comendo. Eu coloco a ração toda manhã, mas o prato está quase sempre cheio. O que você acha que é?
— Seu gato, digo, o Makki, ainda é muito pequeno. Provavelmente ele não consegue comer os pedaços grandes da ração. Dê uma amassada nela, que ele irá comer. — respondi imediatamente, era uma pergunta comum. E, vindo de Jeongin, era uma pergunta normal, uma vez ele já se desesperou quando o filhotinho o mordeu pela primeira vez.
— Obrigado, Dr. Kim Seungmin. — respondeu com uma formalidade exagerada, soltando um suspiro. — Te atrapalhei? — sorri pequeno.
— Imagina, você é bem vindo aqui.
O de cabelos negros colocou as mãos na cintura, parecendo bem feliz com a solução simples. Logo notou as roupas que estava usando, que eram bem similares com um pijama, pois até aquele momento parecia preocupado demais com seu bichinho para notar. Riu sem graça.
