Tatuada [Michaeng]

32 - Mudancas boas ou ruins?

Ao escutar, me tremi todinha.

Eu ainda não tinha conversado com Chaeyoung sobre isso, tentei adiar o máximo possível pois evito assuntos ruins. É um costume horrível que tenho. Quando surge um assunto ou/e situação que possa me fazer ficar ruim ou fazer outra pessoa ficar mal, eu evito a conversa, mudo de assunto e enrolo até chegar ao ponto que é inevitável falar sobre.

Como se conseguisse sugar todo o ar em minha volta, respiro bem fundo antes de pedir para minha mãe continuar a falar.

– Então minhas meninas. Ainda agora, nem eu gostaria dessa viajem pois separaria toda a nossa vida que ralamos pra construir neste país. Confesso que tinha quase cem por cento de certeza de que aceitaria me mudar com a família da Chae por que estávamos numa situação complicada, mas como vocês sabem, agora não temos mais problemas que envolvem dinheiro.

Isso com certeza era um "não" para a mudança. Mas ainda sim tinha um problema...

– Mas... E eu? – Chae começou cabisbaixa. – Não quero me separar de vocês. Eu aind....

– Fica tranquila Son. Acha mesmo que eu não iria dar um jeito nisso? – Sorriu como se fosse uma super heroína. – Hoje tive uma conversa séria e demorada com o senhor Son, confesso que ele é osso duro de roer viu. Era mais fácil eu conversar com uma rocha da era dos dinossauros do que com ele.

Neste ponto eu só estava deixando o universo resolver isso pra mim. O que que eu poderia fazer? Nossa que fracote que eu sou, e se eu fazer uma manifestação na frente da casa dele? Talvez ajudaria.

– Por sorte eu sou incrível. E convenci ele a deixar a Chae morar com a gente até uma de vocês completar os 18 anos e...

Minha mãe nem terminou de falar e eu e Chae pulamos em cima dela, a abraçando e agradecendo demais. – Sogrinha você é demais! Incrível! Perfeita!

– Consegui fazer ele ver que seus estudos dariam muito mais certo aqui na Coreia, a qualidade das universidades daqui são inegáveis! Ou seja, peguei ele bem na ferida. Quando quero posso ser bem insistente – Riu

– Gênia, te amo muito! – Falei com todo meu coração, amo essa velhinha.
Se ela soubesse que chamei ela de velha em meus pensamentos, certamente me estrangularia.

– Mas não pensem que vai ser mil maravilhas, garotas. A vida não é um morango, viu?! – Eu e Chaeng ficamos sérias na hora, com medo dos planos dela. – Agora que ganhamos na loteria, não é simples assim, o dinheiro não dura pra sempre. Vamos investir e começar algum negócio, e vocês duas e os outros dois machos vão me ajudar nisso. Vamos crescer juntos. Construir um império Myoui

– Ai que chat...

– Não me venham com moleza não que eu continuo a mesma Sachiko de sempre, só que rica, porque poderosa sempre fui.

– Senhora Myoui, tem certeza que a Nayeon não é sua filha perdida?

– Chae fica quieta. – Suspirei.

🌙

Tá. O plano era o seguinte:

Os pais de Chaeyoung iriam obrigatoriamente se mudar para outro país, a trabalho, pelo visto não tinham outra opção. E pretendiam levar mamãe junto e até mesmo nos meros mortais. Porém mamãe não quis, ainda mais agora que temos como nos sustentar.

E ainda convenceu o senhor Son de deixa-la ficar com a gente.

Pelo visto minha mãe gostaria de abrir um restaurante de comida Japonesa aqui na Coreia, mas não era qualquer um, ela fez questão de comprar um lugar na beira da praia em um dos melhores terrenos à venda. E já queria começar a reforma o mais rápido possível. Mamãe falou que iria precisar de nossa ajuda para administrar e que essa seria a condição para Chae ficar aqui.