Dois

5 0 0
                                    


Elliot Garden

Como sempre, um dia mais estressante que o outro.

Ultimamente meus dias estão todos assim. Não me lembro a última vez que fiz qualquer outra coisa senão ficar enfurnado nessa empresa.

Quando penso que está indo tudo bem, a bomba estoura de vez, atingindo quem estiver na área.

Isso inclui eu e porra toda.

Esfrego as mãos pelo meu rosto, frustrado, e em seguida passo a mão no meu cabelo, o bagunçando, os fios estão precisando de um bom corte, a muito tempo o estilo social não aparenta nele.

Tento, juro que tento não me estressar no trabalho, mas é quase impossível.

Antes de vir morar em NY, a vida era só flores, mas depois que meu pai adoeceu não podia mais ficar no Brasil. Meu pai é uma boa pessoa, mas muito exigente, e depois do falecimento da minha mãe piorou, tudo para ele era só trabalho, para suprir a falta dela, e assim acabou adoecendo, e está cada vez mais necessitando de cuidados.

Me pergunto como pode um ser humano amar assim, amar tanto, tanto, que daria sua vida pelo outro, que largaria tudo por amor, e que quando a pessoa se fosse a vida perdesse o sentido.

Deus me livre passar por isso! As pessoas cometem loucuras pelo chamado amor.

Se nunca sentir não acredito.

Sou filho único, então tudo dobra de valor, os problemas dobram, os objetivos dobram, as expectativas dobram, absolutamente tudo. Ele espera tudo de mim, então dou meu melhor, faço o que posso para ser seu filho perfeito.

E agora que eu praticamente ordenei que ele parasse de trabalhar e ficasse em casa, eu tento fazer com que os problemas não cheguem a ele.

Meu pai, Enrico Garden, criou uma rede de hotéis, que agora estão espalhados por vários países.

Hotéis famosos, de luxo, uma arquitetura de dar inveja. Ele me passou o comando da empresa a 2 anos, e faço tudo que posso para ser tão bem sucedido no comando, quanto ele foi.

Meu pai tinha descoberto da pior maneira que estava com insuficiência cardíaca grave, e só poderia ser tratada através de um transplante de coração. O qual ele recusa, da mesma maneira que recusou morar comigo.

Então além da preocupação com a empresa, a preocupação era triplicada com ele.

O sobrenome dele deveria ser teimoso.

Tentei convencê-lo a fazer o transplante, mas de acordo com ele tinha pessoas jovens que necessitavam mais do que ele, que já era um velho, além do que o transplante, se desse certo, não era uma certeza da melhora. Até na mesa de cirurgia corria sérios riscos de vir a morrer, e juntando isso ao desgaste de uma fila de espera de órgãos, não gosto nem de pensar.

Então desde essa descoberta, tenho que fazer o melhor para ele ser feliz e ter uma vida tranquila.

Incluindo nisso, que antes dele partir eu ia felicitá-lo com um neto, e um casamento, vê se isso vai dar certo? Nunca.

Mas concordei, é o sonho dele.

Eu farei um jeito de realizá-lo.

Só precisava ver como.

É claro que existiam várias mulheres interesseiras que gostariam de ser mãe de um filho meu.

E era exatamente disso que eu estava correndo, então precisa analisar bem minhas propostas.

Também não era a qualquer pessoa que se propõem uma coisa dessa, imagina chegar na primeira pessoa que ver e falar:

"Gere um filho meu, te dou dinheiro" eu deveria receber no mínimo um tapa na cara.

O Meu Contrato CerteiroOnde histórias criam vida. Descubra agora