𝖠𝗉𝖾𝗇𝖺𝗌 𝖴𝗆𝖺 𝖭𝗈𝗂𝗍𝖾

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Vamos aproveitar o nosso tempo esta noite, garota
Todas as estrelas estão nos observando lá de cima
Não há outro lugar nesse mundo onde eu preferiria estar
Nos seus olhos é onde eu me perco

Sob a luz do lustre
Estamos dançando sozinhos
Não há razão para esconder
O que estamos sentindo
Agora ♬

  A voz melodiosa de Bruno Mars cantando Versace On The Floor reverberava pelo quarto, iluminado pelas luzes do ambiente e pela luz da lua, que atravessava as janelas de vidro.

  Pela porta do banheiro parcialmente aberta, ele podia ouvir a música entrando em seu ritmo, cantarolando para si mesmo enquanto ensaboava seu corpo e aproveitava a água quente. No momento em que pegou o condicionador na prateleira de vidro para terminar de lavar seus cabelos, a canção entrou em sua parte favorita. Jogando-o artisticamente de uma mão para a outra, levou o frasco próximo aos lábios, usando-o como microfone e acompanhando a letra.

  — Deixe seu vestido Versace no chão
Ooh, tire-o pra mim, pra mim, pra mim, pra mim agora, garota

  Seus pés deslizaram pelo chão molhado fazendo um moonwalk desajeitado, ainda cantando de olhos fechados, como se estivesse em um show. Quando o refrão encerrou, ele abriu os olhos e riu de si mesmo, colocando uma pequena quantidade do condicionador na mão e espalhando por suas madeixas. Há dias ele não se sentia tão relaxado.

  Tinha sido uma semana agitada na faculdade, era o final do último semestre de seu terceiro ano em Design de Moda e, como sempre, uma incontável quantidade de provas e trabalhos o deixou sobrecarregado. Ele não reclamava, amava o que fazia, mas não podia negar que todo o estresse deixava-o a ponto de perder os cabelos.

  Foi um desafio conseguir entrar no curso com o qual vinha sonhando desde que se lembrava. Não pela sua falta de aptidão, pelo contrário; seus traços, modéstia parte, eram excelentes, além de sua criatividade para criações deixar seu portfólio invejável. O que de fato foi um empecilho a princípio foi seu pai, ele não queria aceitar que seu filho mais novo não queria seguir seus passos e assumir a posição de diretor executivo nas Indústrias Wang.

  Nunca foi seu desejo e sempre deixou isso claro, mas quando chegou o momento, ele percebeu que Wang Hua nunca havia levado suas palavras a sério, o que culminou em uma discussão acalorada entre eles que foi mediada apenas quando Wang Li interferiu. Sua mãe sempre incentivou sua criatividade, ela se esforçava para apoiá-lo, ainda que por vezes não soubesse exatamente como fazê-lo. No final, seu pai se viu sem escolha a não ser aceitar, mas isso não necessariamente o dissuadiu da ideia de tê-lo trabalhando em um escritório junto consigo. Era claro pela maneira diferente como ele tratava seu irmão mais velho, Wang Haikuan; este que estudou administração, assim como seu pai, seguindo de perto seus passos.

  Na primeira oportunidade que teve então, ele saiu de casa, encontrando um apartamento próximo ao campus e um trabalho de meio período em uma cafeteria que pertencia a sua professora e amiga, Lan Ying. Seus pais nunca deixaram de ajudá-lo, mas ele queria andar sobre seus próprios pés. E agora, dois anos depois, podia dizer que estava orgulhoso de si mesmo.

  Saindo do banheiro com uma toalha enrolada em sua cintura e uma outra em sua cabeça, ele atravessou o quarto indo em direção ao closet, avaliando suas opções. Era sábado à noite, seus amigos o convidaram para ir em uma boate nova, Happy Hours, que tinha sido inaugurada recentemente e nenhum deles tinha tido a oportunidade de conhecer devido as suas agendas cheias, mas hoje definitivamente iriam.

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