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O verão aparentava ter chego mais cedo naquela época do ano, ainda que fosse incapaz de visualizar o sol nascente daquela manhã – tal qual como todas as outras –, sentia por sob sua pele os raios solares que invadiam e passaram por sob a pequena fresta entre a longa e grossa cortina rústica.

Revirando-se na cama, o moreno permaneceu com os olhos fechados e permitiu-se pensar sobre sua vida num geral.

Nunca iria se conformar com o fato de ainda quando criança, ter adquirido a deficiência visual que tanto lhe atrapalhava, era injusto e cruel. Sequer era capaz de recordar quando fora a última vez que conseguira ver algo além da escuridão que a anos o acompanhava, era triste e, desesperador.

Criado em Liverpool, cidade localizada no noroeste da Inglaterra, vivia na companhia dos pais adotivos, Edward e William, um casal inglês que possuíam longos doze harmoniosos anos de casados.

Zayn fora adotado pelo casal ainda quando criança, ele conseguia recordar-se com clareza daquela tarde chuvosa em que os Styles apareceram com grandes caixas de papelões nas quais possuía os mais diversos brinquedos para as demais crianças do orfanato em que vivia.

Eles eram, de fato, encantadores.

Enquanto todas as crianças corriam alegres em direção às caixas, Zayn permanecia de dedos entrelaçados com o melhor amigo que murmurava para si:

— São brinquedos, Z. Tem para todos nós, vamos lá!

— Não... Eu não quero, por favor, fica aqui comigo. – Choramingou o moreno ao que se aconchegava no amigo.

— E quanto a vocês, garotos? Não vão vir ver o que trouxemos? – Indagou um dos homens que se agachava a altura do casal de amigos que pareciam não terem planos de soltarem um ao outro.

— Obrigado, senhor, mas estamos bem! – Sorrindo, o maior respondeu.

— Nós trouxemos isso com tanto carinho, venham, por favor, fazemos questão que peguem ao menos um carrinho! – Anunciou o outro que sorriu largo para os dois.

— Você tem buraquinhos na bochecha quando sorri! Venha tocar para sentir, Zayn!

— Eu queria poder ver. – Sussurrou o menor.

E foi naquele momento em que William e Edward chegaram ao acordo de que iriam cuidar daquela criança, a todo custo.

Saindo de seu devaneio, o moreno sorriu ao recordar-se dos momentos que passara com seus pais, era grato por ainda conseguir ser feliz enquanto estivesse na companhia de ambos, eles eram, a personificação real de família, e eram, as únicas pessoas nas quais conseguia ser ele mesmo.

Vítima de preconceito por ser um deficiente visual, trancou-se em sua própria bolha, impossibilitando a si mesmo de aproximar-se de quem quer que fosse, não se sentia confortável com pessoas estranhas, e as evitava o máximo que podia. Para ele, só existia William e Edward, ninguém mais.

No entanto, talvez, com a chegada de um certo rapaz que sempre sorria, fazendo assim, as pessoas a sua volta rirem junto consigo, pudesse mudar os seus conceitos.

// ♡ //

nota: isso aqui é só o prólogo que já havia sido postado anteriormente porém, com algumas alterações :)

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⏰ Última atualização: Jan 03, 2019 ⏰

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