Capítulo 5: O Medo

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Ouvi aquele barulho maldito vindo da porta, e meu coração disparou. Me encolhi ainda mais no canto do quarto, tentando desesperadamente me esconder daquele monstro que me mantinha prisioneiro. A maçaneta girou e a porta se abriu devagar, revelando a figura sinistra do homem que arruinou minha vida.

Ele se aproximou com uma bandeja de comida, e um frio percorreu minha espinha ao ver aquele sorriso sádico dançando em seu rosto.

"Vim ver como você está, Davi. Não quer comer nada?" Sua voz ecoou no quarto, cheia de uma ameaça mal disfarçada.

Eu não conseguia articular uma palavra. Estava paralisado, observando aquele pesadelo humano se aproximando. Apenas balancei a cabeça em negação, incapaz de tirar os olhos do homem que havia roubado minha liberdade.

"Vamos, coma algo," ele insistiu, como se fosse um gesto de bondade. "Não quero que fique fraco."

Minha garganta parecia estar cheia de areia. Eu forcei minhas palavras, implorando com um fio de voz trêmula. "Eu não quero nada. Por favor, me deixe ir embora."

O sequestrador soltou uma risada macabra, como se estivesse se divertindo com o meu sofrimento. "Já disse que não é possível. Mas não precisa ficar assim, podemos nos divertir um pouco."

Ele se aproximou ainda mais, suas mãos imundas tocando meu rosto, e eu me encolhi como um animal encurralado. O nojo que eu sentia era insuportável, e o medo era uma torrente avassaladora.

"Não encoste em mim," eu rosnei, desesperado. "Eu não quero nada disso."

Mas o sequestrador ignorou meu pedido, suas mãos asquerosas acariciando meu rosto de maneira doentia. Eu queria escapar, mas ele me segurava com força, como se eu fosse sua presa indefesa. Precisava sair dali, encontrar uma brecha antes que fosse tarde demais, antes que ele me levasse ao abismo.

"Ah, mas você vai querer," ele murmurou com uma voz perturbadora. "E se não quiser, vou ter que te fazer querer."

Minhas forças estavam se esgotando, mas eu não podia permitir que ele me quebrasse. Tentei me afastar, mas ele apertou seu domínio sobre mim. Aquele ser desprezível estava prestes a me subjugar completamente, e eu não sabia como escapar.

"Por favor," implorei, minha voz trêmula e cheia de desespero, "me deixe ir embora. Eu não aguento mais isso."

Ele riu novamente, como se minha angústia fosse a coisa mais engraçada do mundo. "Já disse que não é possível. Mas não precisa ficar triste. Vou te dar uma surpresa depois do jantar."

O medo se intensificou, enquanto eu imaginava o que aquele monstro estava planejando. Sabia que precisava encontrar uma saída, uma fagulha de esperança antes que ele realizasse seus planos sinistros. Não podia deixar que meu tormento continuasse indefinidamente.

Depois que o sequestrador saiu do quarto, minha mente estava a mil. Eu precisava encontrar uma maneira de escapar. 

Comecei a sentir uma angústia cada vez maior ao ficar sozinho novamente neste quarto escuro. Tentei controlar meus pensamentos, mas é impossível ignorar que estou aqui, à mercê de um sequestrador desconhecido. A escuridão é sufocante, e a sensação de aprisionamento só aumenta a cada minuto que passa. Tenho medo do que pode acontecer a seguir.

Meus pensamentos começam a se tornar cada vez mais sombrios e aterrorizantes. Imagens perturbadoras passam pela minha mente, e a incerteza me atormenta. Será que alguém está procurando por mim? Será que já fui dado como desaparecido? A solidão se torna minha única companhia neste quarto opressivo.

Lembro-me dos tempos em que era criança, quando o medo do escuro era um monstro sob a cama ou uma sombra no armário. Agora, esse medo é muito mais real, muito mais visceral. A escuridão não é mais apenas uma ausência de luz; é um predador que espreita ao meu redor.

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