Contos

End - Gab

× História inspirada nos jogos "Horizon Zero Dawn" e "Horizon Forbidden West".

"Entrada 4 - 9 - 0, 26 de março, terceiro milênio, centésimo terceiro ano, octagésimo quinto ciclo diurno registrado."
- "Hoje é o dia 367.190 desde o início da documentação da história da raça humana, eu sou parte da 72º geração do assentamento: Ninho da Mãe, a criança número 29 dentre as 54 nascidas em minha geração, hoje, possuo 6063 dias de vida, e meu trabalho é analisar, escrever e reescrever todos os registros da caverna de metal dos antigos."

- Vigésimo Nono! - A vós grossa, ríspida e desgastada pela idade ecoou nas paredes de metal prateado fosco. - Seu trabalho é revisar, reescrever e RESTAURAR os registros, e não criar novos! Atenha-se apenas ao serviço que lhe foi dado! - O velho esbravejou, deixando a sala de metal.

- Velho chato e amargo! Tomara que tenha um problema de próstata e morra logo, quem foi que disse que eu queria esse trabalho? - O garoto suspirou. - Mas é melhor do que viver lá fora. Enfim... - Ele tomou um longo suspiro e começou a recitar para se mesmo em voz baixa:

- "Ano 10: No início, não havia nada, então surgiram os antigos e seus gigantes de metal. A era dos antigos perdurou por milênios, não se sabe ao certo quantos. Até que houve a rebeldia, e os antigos foram varridos de suas cidades, seus prédios que faziam frente a montanhas foram todos varridos e sua civilização foi destruída pelas invenções e gigantes metálicos criados por eles mesmos.
E então, acredita-se ter passado cerca de 2017 ciclos anuais terrestres sem documentação, até o início da história da humanidade.
Pouco se sabe sobre os antigos, mal sabemos se sua aparência era como a nossa, os indícios indicam que sim, mas não podemos ter certeza, só o que nós sabemos, é que..."

- Vigésimo Sétimo! Aqui! - Ele gritou, pulando de sua cadeira e correndo em direção à entrada da sala.

- Nono! - O outro garoto, maior em estatura respondeu, abraçando o menor. Eles entraram na sala, escondendo-se atrás de um pilar de ferro grosso.

- Você voltou! - Nono exclamou.

- Eu disse que eu ia voltar. - Sete respondeu, segurando o rosto do menor e lhe dando um selinho demorado.

E então houve um barulho, um estrondo seguido de um zumbido e uma luz cegante que invadiu a sala junto a tremores, as paredes vibravam, o chão tremia e prateleiras se sacudiram, caindo em direção ao chão.

- O que foi isso?! - Nove gritou, correndo em direção a saída da sala metálica.

- Não! - Sete segurou seu braço, e num piscar de olhos o puxou para perto de si, arremessando os dois para trás, em direção ao chão para dentro da sala. Eles caem, com Sete agarrado a Nove, pressionando a cabeça do menor contra o peito e a protegendo com seus braços enquanto ambos rolavam pelo chão até as costas de Sete baterem contra um pilar.

Depois de alguns segundos atordoados eles olham em direção a saída da sala, vendo ao longe um "tentáculo" metálico gigante entrar montanha à fundo e agarrar um dos anciãos, o puxando para fora dali.
Outro estrondo, e o teto da caverna treme, derrubando toneladas de pedras frente à única saída da sala de metal, fechando os dois jovens dentro daquele lugar escuro.

Os ouvidos de Nove zumbiam, seu corpo doía e seus pulmões ardiam ao respirar a poeira do ambiente, sua cabeça estaria doendo se Sete não a tivesse protegido. Após alguns segundos de silêncio, os dois separaram o abraço.

- Os gigantes acordaram Nove! Eles acordaram e nós estamos presos aqui! A fúria deles está caindo sobre nós em forma de fogo e destruição! Assim como os antigos, nós vamos todos ser varridos! É o fim, eu só vivi por 17 anos, eu não quero morrer! - Sete exclamou, o terror e desespero era nítido em sua voz.