Mais alto que palavras (MadaTobi ABO)

Capítulo 1

Ser um Omega nunca foi uma desvantagem para Tobirama Senju. Pois, apesar das circunstâncias de seu nascimento, apesar das expectativas e das decepções previstas, ele se saiu muito bem durante toda a sua vida. Não temendo ficar de pé quando precisava, nem se escondendo covardemente atrás de outro quando estava sendo repreendido. Nunca desviando o olhar ou abaixando a cabeça.

Ao todo, Butsuma estava orgulhoso de seu filho, depois do choque total que foi para ele receber um filho Ômega. Já tinha sido difícil o suficiente, quando seu mais velho, Hashirama, nasceu um Beta. Ele tinha muita esperança em seu segundo, ele esperou ansiosamente por seu nascimento, apenas para receber um Omega. Seus outros dois filhos, felizmente, acabaram sendo Alfas, mas Kawarama estava mais do lado Beta, mantendo distância do resto do mundo na maior parte do tempo. Quanto a Itama, bem. Itama não era exatamente o que ele esperava.

Pois Itama era um Alfa de fato. Mas tanto sua aparência quanto seu caráter se encaixavam em um ômega ao pé da letra.

Tobirama, porém, Butsuma estava orgulhoso. Apesar do que ele era. E Tobirama estava orgulhoso de quem ele era também. Ele havia pegado tudo o que era e tinha usado isso a seu favor. Ele era um Ômega, nem negaria se fosse perguntado. Ele não tinha vergonha disso. Mas as pessoas que tentavam menosprezá-lo muitas vezes se deparavam com a pessoa que ele era, o lutador duro, o guerreiro frio, o guarda mais confiável de seu pai, em vez da bagunça envergonhada que esperavam que ele fosse.

Tobirama não aceitou merda de ninguém e o mundo aprendeu rapidamente a aceitá-lo.

Dito isto, porém, havia coisas sobre si mesmo que Tobirama não podia ignorar completamente, mesmo com o quanto ele estava tentando. A principal delas são as suas baterias, que acontecem duas vezes por ano, uma na primavera, outra no outono. Duas semanas de meia loucura, durante as quais ele não era mais ele mesmo, durante as quais ele geralmente se trancava e se virava sozinho. Ou, até dois anos atrás, ele às vezes encontrava um companheiro de cama. Um Alfa disposto a ajudar, mas que não pensaria que era um convite para reivindicá-lo. Alguns tentaram. Eles não ousaram nem olhar mais em sua direção, depois que ele terminou com eles.

A primavera já estava no país há algumas semanas. Como o inverno havia terminado com o derretimento da neve e as temperaturas subindo, o céu mais azul do que nos últimos meses, a fauna lentamente deixando seu sono. Os pássaros cantavam mais alto na floresta, as abelhas colhiam pólen nas primeiras flores. A aldeia Senju estava cada vez mais animada, as pessoas passando cada vez mais tempo fora de casa, conversando no mercado, onde vendedores de fora começaram a se estabelecer novamente por semanas a fio. As crianças deixadas do lado de fora para brincar juntas e correr. Uma visão que agradou muito a Tobirama.

Tobirama não estava se sentindo muito bem ultimamente. Havia um peso em seu estômago nos últimos dias, uma dor em seus músculos, não importa o quanto ele treinasse ou não. Um calor que ele estava tentando ignorar, pois sabia muito bem o que significava, por estar familiarizado com isso. Uma queimação que significava apenas uma coisa.

A primavera havia chegado, e seu calor com ela.

A casa da família estava silenciosa, quando Tobirama chegou lá, voltando de seu treino matinal, seu corpo estava mais dolorido do que antes, arranhões nas bochechas e nos braços de quando ele havia desferido alguns golpes para acertar outros mais poderosos. Seu cabelo grudado em seu crânio por causa de quanto ele havia suado, sua armadura de couro desconfortável, pois grudava em sua pele onde estava nua por baixo e o linho de suas roupas deixando marcas vermelhas onde estava esfolado nele.

Tobirama foi rápido em se despir, assim que chegou ao banheiro, gemendo ao fazê-lo, afundou-se na banheira, não se importando com a água fria e fechou os olhos, agarrando-se às bordas de madeira da banheira.