Capítulo 8

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Itama e Izuna os acompanharam de volta à aldeia, no final da manhã. Tomaram juntos um breve desjejum, em silêncio sociável, prepararam os cavalos e partiram.

Hoje, os Uchihas partiriam novamente. Madara iria embora também, agora que a cerimônia havia acontecido e não havia mais nada para ele fazer aqui, oficialmente. Eles planejaram ir à tarde, para que pudessem chegar ao primeiro ponto de parada ao anoitecer. A saúde da avó de Madara havia piorado, nas últimas semanas, pelo que Izuna havia dito enquanto cavalgavam, e ela não era mais capaz de viajar tanto como costumava fazer. Ela estava ficando velha, afinal.

Tobirama cavalgava ao lado de Madara em silêncio. Perdido em pensamentos como estava, tentando não pensar demais na conversa que teve com o homem pela manhã. Foi uma tarefa difícil, pois ele pensava demais diariamente, mas pelo menos, Madara estava ajudando, tirando os sentimentos ruins quando eles apareciam, sufocando-os antes que pudessem assumir o controle, deixando Tobirama em um estado leve, se não cansado, da mente. E, por mais perturbador que fosse, Tobirama teria agradecido ao homem, se soubesse como fazê-lo.

Um simples "obrigado" não resolveria.

Eles se separaram ao chegar na aldeia. Itama, Izuna e Madara partiram em direção a casa onde Tajima estava morando e Tobirama seguiu o caminho até sua casa. Ninguém estava lá e ele estava agradecido por isso, pois precisava de um tempo sozinho. E um banho. Um banho lhe faria bem.

Um mensageiro veio buscá-lo, no meio da tarde. Para dizer a ele que seu pai o estava chamando, que era importante e Tobirama não perdeu um segundo para ir. Pois ele sabia o que isso significava, ele sabia que era hora deles se despedirem dos Uchihas.

Madara também estava partindo, pois seu lugar era ao lado de seu pai, de volta à aldeia. E mesmo que isso não agradasse a Tobirama, ele não poderia fazer nada para evitar.

Cavalos e carruagens estavam prontos para partir, embora seus cavaleiros ainda não tivessem subido em cima deles. As pessoas, principalmente os guardas de Tajima, estavam segurando as rédeas. Tobirama notou Hikaku e Kagami entre eles, ele notou a forma como os dois estavam conversando e notou o que Madara havia dito a ele no dia anterior.

Eles estavam muito próximos um do outro para que fosse adequado. Olhando nos olhos um do outro enquanto discutiam, as pontas dos dedos procurando um ao outro e Tobirama se perguntou, mesmo que apenas um segundo, a quanto tempo eles estavam juntos. Como ele não tinha notado isso antes. Ele os conhecia há muito tempo, afinal.

Antes de ver Izuna se ajoelhar na frente de Itama, Tobirama nunca havia presenciado tal vínculo. Ele só havia lido sobre isso, em livros velhos e empoeirados e as fontes eram escassas na melhor das hipóteses. Era mais frequente do que ele imaginava? Aconteceu com mais frequência do que os referidos livros pareciam descrever? E ele havia lido também, como sempre, um dos Alfas se submeteria ao poder superior do segundo, como Izuna havia se ajoelhado na frente de Itama. Ele tinha visto e ele tinha aceitado. Mas... Hikaku e Kagami não pareciam ter seguido essa norma. E Madara disse que eles também não estavam ligados.

"Você pode ser mais óbvio com o seu olhar?"

O sussurro de Kawarama o sobressaltou e Tobirama se virou para seu irmão, com os olhos arregalados.

"Você voltou," ele murmurou, estupidamente. Kawarama parecia compartilhar seu ponto de vista sobre isso, pelo menos.

"Obviamente."

"Kawa, eu... devíamos... conversar," Tobirama acrescentou em um suspiro. Apenas para seu irmão revirar os olhos.

"Não há nada para falar", disse ele, encolhendo os ombros.

Mais alto que palavras (MadaTobi ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora