Atordoada e confusa após acordar em uma cama de hospital molly se vê sozinha em uma cidade virada ao avesso,em meio a esse caos ela tem que se virar sozinha para sobreviver nesse mundo agora desconhecido.
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Lembranças vagas de repente vinham em minha cabeça,estava sonolenta e tonta e mal conseguia abrir os ollhos.
Levantei tão rápido que fiquei tonta e tudo começou a girar, Olhei para minhas roupas e logo percebi que estava em um hospital, estava vestindo roupas brancas e aparelhos me rodeavam, notei que estava tudo muito silencioso para um hospital, suas paredes estavam descascando e com muito mofo e o chão estava sujo como se não estivesse sendo limpo a semanas.
Me esforcei para tentar lembrar de como havia parado ali. Não me lembro de ter dado entrada em um hospital, também não me lembro de ter passado mal no dia anterior. Afastei esses pensamentos para depois e me sentei na cama para procurar saber oque tinha de errado comigo, levei a mão a cabeça e senti algumas ataduras e alguns pontos no meu lóbolo frontal
estiquei a mão para apertar o botão que aciona a recepção e não deu em nada,com um pouco de dificuldade para levantar me apoiei na mesa do lado e fiquei de pé,me direcionei até o centro do quarto e vi que minha ficha de paciente estava jogada no chão,me curvei para pega-la e abri. ﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏ PACIENTE09= Molly Peterson
NASCIMENTO= 07/02/2001 TIPOSANGUINEO= B-
OCORRIDO=Empurrada escada abaixo,25 degraus.
Fratura na cabeça; Perca de mémoria recente; Arranhões nos membros superiores e Corte superficial na perna direita. ﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏﹏
Fiquei paralisada lendo tudo aquilo,era muita informação para absorver, então e por isso que não me lembro de nada. Deixei a ficha em cima da cama e fui na direção da janela refletir um pouco para tentar lembrar de alguma coisa antes de ver qualquer "conhecido",eu não queria decepcionar ninguém agora.
A vista da janela não era muito agradável, tinha vários carros espalhados e uma grande quantidade em cima das calçadas. Olhando para o outro lado fiquei extremamente apavorada com oque vi, vários corpos espalhados pelo chão e muitos aparentavam já estar em estado de decomposição avançada. Fiquei parada vendo toda aquela cena de boca aberta e desacreditada com toda aquela situação.
⚊Puta merda ⚊ Agarrei os meus cabelos em desespero e com os olhos já marejados.
Eu não faço ideia do que aconteceu aqui, mas estou com muito medo de sair e descobrir, e se eu sair e algo me atacar?.
⚊Puta merda ⚊Me achei uma tola por estar com tanto medo e só ter reação para dizer isso no momento ⚊Oque aconteceu aqui? ⚊Sussurei pra mim mesma.
Observei melhor o lado de fora do hospital a procura de algum sinal de vida,mas só oque via era um rio de cadáveres cujo o rosto já estava desconfigurado e aquilo me dava arrepios em todo o corpo. Apesar da inquietação no coração eu não posso fraquejar e me deixar levar pela emoções,não agora.
Procurei em todo o quarto algo que pudesse pegar para me defender se fosse necessário, algo pontudo ou que pelo menos dê para causar algum tipo de ferimento.
Olhando em volta me deparei com uma porta atrás de uma cortina dentro do quarto, que eu não tinha visto antes, fui na direção daquela porta que já estava caindo aos pedaços e vi que era uma área em construção. Entrei no quarto para procurar algo que pudesse me ajudar e logo vi uma caixa de ferramentas no canto escondida ao lado de uma pilha de madeiras. Quando estava indo em direção da caixa de ferramentas me assusto ao ouvir um barulho alto de algo caindo no chão.
⚊Oque foi isso?! ⚊levei a mão ao peito com o coração ainda acelerado.
Desviei minha atenção da caixa de ferramentas e resolvi dar uma olhada no interior da sala umida e decadente,assim como todo o resto deste hospital.A ilumição era baixa e o piso de madeira rangia a cada passo que eu dava e por algum motivo isso me apavorava bastante, estou sozinha e indefesa e não tem muita coisa que posso fazer no momento.
Com a madeira do piso ainda rangendo caminho devagar ao centro da sala mal iluminada,meu coração está acelerado,minhas mãos estão tremendo e não posso negar que nesse momento o medo me invade,não sei oque posso encontrar aqui e nem sei se posso sair viva,mas como sempre dizem "A esperança e a última que morre" meu medo mesmo e que nunca disseram que talvez a primeira seja você.
Tentei me acalmar e me concentrar em achar a causa do barulho.Observando todos os lados da sala percebi que em uma canto da sala tinha um plástico que escondia alguma coisa.
Me aproximei do plástico sujo e transparante um pouco encolhida me preparando pra atacar qualquer coisa que estivesse ali a minha espera. Devagar estiquei minha mão direita para puxar o plástico e com o martelo na outra mão puxei o plástico rápido e fiquei assustada com oque vi,era uma garotinha ou não era mais...ela estava se contorcendo inteira e seu rosto estava totalmente desfigurado, ao seu lado havia uma boneca ensaguentada.
Ela veio na minha direção esticando sua mão para tentar me agarrar,no susto cai para trás batendo minhas costas no chão, felizmente ela estava presa por algo preto de ferro que não soube identificar oque era exatamente,mas pude ver com clareza seu corpo quase se partindo no meio so para tentar arrancar uma parte de mim e talvez saciar sua fome.
Levei a mão a boca com os olhos já enchendo de lágrimas,ela grunia e me olhava com seus olhos escuros e sem vida,naquela momento ela ja não sentia mais dor e sim fome.fechei a cortina pois já não aguentava mais olhar para aquela pobre criança cuja a vida foi perdida a aparentemente muito tempo,a julgar pelo seu cheiro forte e podre.
Levantei do chão ignorando a dor que a queda tinha deixado na minha lombar e me apressei para sair logo desse lugar sujo.Comecei a procurar itens que pudessem me ajudar a sobreviver pelo menos até eu encontrar alguma outra pessoa, mas de preferência uma que não tente me atacar desta vez.
Voltei ao quarto que acordei e comecei a procurar roupas de verdade,comida,algo com mais ponta para me defender e uma mochila ou bolsa.Assim que pensei em comida minha barriga começou a doer de fome e fiquei me perguntando quanto tempo fiquei sem comer enquanto estava desacordada e sozinha nesse lugar,mas não tinha absolutamente nada aqui.
Segurei o martelo com mais força na minha mão e olhei para porta de entrada,agora e a hora que terei que sair,novamente o medo me invade e minha vontade e de apenas ficar ali até alguém vir me salvar,no entanto isso pode não acontecer e não quero esperar aqui e morrer de fome.
