★̶̲ CAPÍTULO 2

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Não gagueje

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Não gagueje.

Não gagueje seu filho da puta.

Parei de brigar mentalmente comigo e puxei o ar, soltando-
o devagar logo em seguida.

Era uma técnica que eu vinha testando desde que Lalisa
passou a surgir com mais frequência pela biblioteca,
acionando a mim sempre que tinha algum problema ou
dificuldade nos computadores, para a tristeza de Taehyung.

— O-oi, La-alisa... — pigarrei, tentando conter a tremedeira
que me atingiu. Eu conseguia sentir todo o sangue do meu
corpo subir para as minhas bochechas, que queimavam. —
Em que... posso te... a-ajudar?

Esfreguei minhas mãos contra meu jeans, um pouco
orgulhoso por responder a ela de maneira decente, mesmo
que tivesse parecido um idiota por falar tão lentamente.
Mas era melhor falar de maneira lenta do que como se
estivesse engasgando a cada sílaba.

Ela inclinou-se sobre a divisória e prendeu o lábio inferior
entre os dentes.

Juro, até Taehyung suspirou.

Pelo menos eu não era o único rendido aos feitiços dela,
porque para mim essa era a única explicação sobre como Lalisa conseguia seduzir a todos: ela era alguma espécie
de bruxa que devorava pobres iludidos como eu e Tae.

— Estou com um pequeno probleminha no computador e
preciso enviar meu trabalho de psicologia social para o
meu professor, será que você poderi...

— SIM! — praticamente gritei, fazendo-a soltar uma
risadinha fofa. Isso Jungkook, seja um esquisito na frente dela, isso a fará pedir ajuda para Taehyung na próxima vez, seu imbecil! — Digo, é-é claro! — puxei minha maleta para
caso fosse necessário fazer alguma intervenção no
hardware do computador, apesar de suspeitar que fosse
algo simples de se solucionar, assim como das últimas
cinco vezes em que Lalisa precisou da minha ajuda.

Levantei-me da cadeira tropeçando nos meus próprios pés,
mas conseguindo não me espatifar no chão. Em geral, eu
tinha um bom reflexo e equilíbrio, porém quando a situação
envolvia garotas parecia mesmo é que eu tinha dois pés
esquerdos.

Elas me desestabilizavam. Não todas. Era mais com as
mulheres que pareciam supermodelos e que só se
aproximavam de mim porque precisavam passar por onde
eu estava.

Mexi no meu cabelo, encontrando-o todo duro e intacto.
Isso me fez lembrar que meu gel estava acabando e que eu
precisava comprar mais, principalmente quando ele
cumpria o que prometia. Eu só precisava acabar com o
hábito de tentar consertar aquela bagunça com os dedos
agora que poderia confiar em um produto.

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