𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐔́𝐍𝐈𝐂𝐎

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– Papai, papai! – A figura ruiva ao pé da cama sussurrou, quase inaudível para o homem a quem a frase foi dita. Os bracinhos curtos foram estendidos e os seus pés postos na ponta do pé para alcançá-lo e tentar chacoalhar, não realmente dando certo já que a cama era um pouco maior do que o pequeno corpo da criança.

O homem gemeu e bocejou, virando-se para o lado em que o garotinho estava. – Oi, querido. O que aconteceu? – O homem ainda estava sonolento e tentando entender o que seu filho estava fazendo o olhando com animação e vitória, provavelmente por ter conseguido o acordar, era como olhar um gatinho com enormes íris azuis tentando pedir alguma coisa ao seu dono.

– Não fale alto, papai! Vai acordar, vai o acordá-lo. – A criança colocou as pequenas mãozinhas em volta da sua boca e apontou para o corpo do homem ao seu lado, Paul Verlaine.

– Oh, mas o que houve que ele não pode ouvir, querido? – Arthur sentou na cama tentando fazer o mínimo de barulho possível, começando a sussurrar, assim como seu filho o pediu.

– Hoje é aniversário do papai Paul, temos que fazer um bolo bem gostoso para ele! – Ele sorriu orgulhoso depois de terminar sua fala, fazendo Arthur rir um pouco com a fofura da figura a sua frente.

– Bom, então vamos fazer um bolo bem gostoso e com muito amor para o papai. – Rimbaud levantou da cama indo de fininho ao closet do quarto pegar um casaco, não somente para ele como para Chuuya também, estava muito frio para Chuuya somente usar seu habitual pijama de ursinho e suas pantufas com meias estampadas de dinossauro – que inclusive, eram suas favoritas –, iria pegar um resfriado se continuasse assim nessa manhã fria que estava fazendo na cidade.

– Vamos, papai! – A criança sussurrou gesticulando suas mãos. Não demorando muito para o moreno sair do cômodo com Chuuya e fechando a porta atrás de si sem o mínimo de barulho possível, deixando Paul dormindo sozinho no quarto.

Chuuya desceu as escadas correndo e pulando como se estivesse animado para abrir seus presentes de natal, mas bom, o natal já passou, estavam em março. – Chuuya, cuidado, por favor!

– Nós temos dois aventais? – O ruivo não estava mais contendo sua animação e nem mais falando baixinho para não acordar o loiro igual a antes.

– Temos, mas deixa que o papai pega. – Enquanto Rimbaud pegava os aventais em um dos armários em cima da bancada da cozinha, Chuuya foi para a dispensa pegar os ingredientes para eles fazerem o bolo, bom, pelo menos ele tentou.

– Papai, o que a gente precisa para fazer o bolo.

– De que sabor você quer fazer o bolo? – O moreno amarrou um avental vermelho, escrito alguma coisa como "papai do ano" em inglês, em sua própria cintura e jogou no ombro um avental menor, que provavelmente seu marido havia comprado para Chuuya o ajudar na cozinha, a diferença entre o dele e o de Chuuya era que enquanto o dele tinha uma frase brega e genérica o de seu filho era de uma cor mais alaranjada com um desenho do gato de botas no centro, ele conteve um sorriso vendo-o.

– Chocolate. – Ele disse como se fosse algo bem óbvio que Rimbaud nem deveria estar perguntando.

– Então pegue na geladeira 4 ovos e a caixa de leite e coloque ali na bancada. – Ele pegou o leite na porta da geladeira e 2 ovos, segurando um em cada mão, e entregou para Rimbaud para colocar na bancada por ele, logo depois voltando a geladeira para pegar os outros 2 ovos.

Arthur o pegou no colo e o colocou para sentar em cima da mesa, ele já havia pegado os outros ingredientes enquanto Chuuya pegava os ovos e o leite, assim como os materiais de cozinha necessários para a receita.

Não é algo exatamente fácil e organizado cozinhar com Chuuya. Os 4 ovos acabaram virando 6, já que Chuuya quebrou um e jogou o na vasilha com casca e tudo, e Rimbaud realmente não conseguiu catar todas as casquinhas, então jogaram fora. Da segunda vez ele 'escorregou' a mão e deixou o ovo cair no chão. Nas próximas 3 vezes Arthur acompanhou as mãos de Chuuya com suas proprias mãos até o trajeto até o destino final (a vasilha).

Se os ovos tinham sido uma experiencia, a parte de colocar farinha e chocolate em pó foram, digamos, interessante. Na bancada havia tanta farinha que eles poderiam fazer outro bolo – O moreno realmente agradeceu por ter a limpado antes deles começarem, assim pelo menos aproveitaria um pouco dela depois –, já o chocolate foi colocado com um pouco mais de cuidado, mas nem tanto, já que bom, ele estava cozinhando com uma criança de 8 anos muito animada.

O bolo foi colocado no forno pouco tempo depois do acidente da farinha. Logo depois de lamber toda a vasilha em que a massa do bolo estava, Chuuya decidiu que era muito chato ficar olhando por 40 minutos para o forno esperando o bolo ficar pronto, então ele foi para a sala assistir um dos três filmes que ele assistiria todos os dias da sua vida sem pausa se pudesse: Peter Pan. O segundo e o terceiro eram "O gato de botas" e "Alice no país das maravilhas".

Enquanto isso, Rimbaud começou a arrumar a mesa de café da manhã e fazer mais algumas coisas para compor a mesa, além do bolo, como croissant, pão e um pudim. Em alguns momentos recebendo até a ajuda do ruivo, quando o mesmo vinha de 5 em 5 minutos conferir o bolo que haviam feito.

Um tempo depois, quando tudo já estava pronto, os dois subiram para o quarto de Chuuya para pega um jogo, escolheram por sua vez um quebra-cabeça e o levaram para a sala, montando-o na mesa de jantar enquanto esperavam o loiro descer, algo que realmente demorou mais do que os dois esperavam, já que o loiro não iria trabalhar naquele dia.

Verlaine só acordou por volta das 8:00 da manhã. E isso só porque Chuuya não aguentava mais esperar e decidiu ficar pulando na cama que o casal dividia, até o loiro decidir acordar. De acordo com o ruivo, se eles fossem esperar Verlaine acordar por conta própria, o bolo iria ficar ruim, depois de tanto tempo esperando, o que era muito drama e impaciência da parte da criança.

Quando Paul finalmente acordou, Chuuya ainda teve que esperar o pai escovar os dentes e tomar banho — o que ele achou uma perda de tempo, para que tomar banho quando se tem um café de aniversário para você lá embaixo, na cozinha, Chuuya realmente não entendia — e foi só depois do garoto apressar muito o louro que eles finalmente desceram.

– Chuuya, por favor, desça a escada devagar! – Quando Verlaine concluiu sua frase não era nem mais possível ver a silhueta do ruivo da escada.

Quando chegou na cozinha viu uma mesa farta de comida, havia algumas flores e duas jarras de suco também, uma com água e a outra com o que Verlaine chutaria ser suco de morango, levando em conta que é o suco favorito dele e de Chuuya. Atrás da bancada da cozinha era possível ver sua bela família sorrindo, um bolo de aniversário na mão de Rimbaud e as vozes dos dois cantando parabéns para ele, com chapéus de festa, que logo também foi parar em sua cabeça, já que seu filho disse que como ele era o aniversariante, então era óbvio que ele era o que mais precisava de um chapéu.

– Quem fez o bolo foi eu, papai! – Chuuya falou orgulhoso, logo dando uma espiada em Rimbaud, e corrigindo sua frase logo depois: – Quer dizer... o papai Arthur também ajudou. – O garoto sorriu para os dois adultos, fazendo Rimbaud e Verlaine retribuírem o ato.

– E foi feito com muito amor! – Rimbaud complementou, fazendo Chuuya acenar com a cabeça concordando com moreno.

Com certeza não é o mais lindo bolo que Paul já viu, mas só de Chuuya e Arthur terem se dado ao trabalho de fazer um bolo desses para lhe fazer feliz em seu aniversário, certamente iria ser o melhor bolo que ele já comeu.

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Eles passaram o dia em casa, assistindo a alguns filmes juntos e brincando com Chuuya, foi apenas ao final do dia que eles decidiram sair para comemorar o aniversário de Paul em seu restaurante favorito. Mas Verlaine poderia afirmar com toda certeza que quem mais aproveitou essa saída, certamente, foi o ruivo, que brincou tanto no playground do restaurante que quando chegaram em casa, o loiro teve que o carregar, em seu colo, do carro até o quarto de Chuuya.

Depois de arrumar o garoto em seu quarto, Verlaine foi para seu próprio quarto em que dividia com Arthur. Quando chegou no cômodo Rimbaud já o estava esperando na cama, e bem, agora era hora dele se divertir um pouco também.

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Happy birthday, Daddy!! | Rimlaine & ChuuyaOnde histórias criam vida. Descubra agora