Vinte e um

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Sábado - 8:56
Saio apressada do quarto pegando minha bolsa, vou quase correndo até o carro. Todos já estavam no carro esperando, bom todos já estavam prontos, iríamos fazer uma cerimônia na igreja primeiro e depois viríamos pra casa comemorar com a festa.
O caminho até a igreja é silencioso, por incrível que pareça. Hoje o dia tava tão esquisito, parecia que nada colaborava pra essa festa.
A missa foi longa, antes mesmo de acabar por completo saio pra frente da igreja pra tomar um ar. E sinceramente ? Acho que Deus não tava colaborando comigo. Observo Oscar parado do outro lado da rua encostado em seu carro. Eu queria, queria mesmo ir lá, falar com ele e pedir desculpas, mas algo em mim não permite que eu me aproxime. Então tomada por um sentimento de culpa ando de volta a igreja. Mais alguns minutos se passam e a missa finalmente acaba, que Deus me perdoe mais que coisa demorada.
Na volta pra casa diferente da ida o ruby não calava a boca.
Chegamos em casa rápido pelo fato da igreja não ser tão longe.

Entro em casa seguida de Olívia e ruby, passo pelo corredor e vou direto ao meu quarto trocar de roupa. Bom coloco o vestido preto escolhido e saio em direção a cozinha vendo que César e monse já estavam aqui.

Marisol: Senhoras sigam-me até a cozinha. - diz passando pela porta seguida de algumas senhoras com bandejas de comida.

Marisol: Filho, onde iremos colocar o buffet ?

Ruby: Nas mesas lá trás.

Marisol: Mas elas não estão lá

Ruby: O quê? Quem mudou de lugar ?

César: Um cara me disse que precisava delas.

Mari: Era o cara dos fogos.

Olivia: Nós vamos ter fogos !? - pergunta animada.

Ruby: Obrigado. Obrigado a todos por estragarem a surpresa. Sim, vão ter fogos, as 21:30.

Marisol: Por Deus, alguém trata de acalmar ele.

Ruby: Esse dia tá amaldiçoado, só faltam estragar a outra surpresa.

Ruby: Podem assumir suas posições.

Saio lá pra fora já que eu não iria dançar, me aproximo da mesa de comida e arrumo meu pratinho.

Logo a música começa a tocar e a valsa começa. Ruby por algum motivo dançava com a Olívia e monse com César.

Depois que a valsa termina eu caminho até a Olívia.

Mari: Meu Deus, você estava perfeita. Vem vamos ali, seu cabelo está soltando. - digo após me aproximar e ver que seu coque estava um pouco solto.

Mari: Bom deixa eu ver. - levo minha mão até o penteado sentindo um grampo solto.

Olivia: Você sabe oque está fazendo ? - diz em um tom brincalhão.

Mari: Eu não. - concluo e a gente da risada.

Olivia: Me mostra onde tá. - pede e eu levo sua mão ao grampo.

Olivia: Está bom ? - pergunta após ajeitar.

Mari: Tá perfeito.

Olivia: Obrigada por cuidar de mim. Tem que parar de tentar agradar todos menos você.

Mari: Eu não tô fazendo isso.

Olivia: Tá sim. Olha, a vida é curta demais. Fica com o Oscar. - ela diz e sai andando.

Não sabia como ela tinha descoberto, mas também não era isso que ocupava minha mente e sim a incerteza.
E o pior sentimento era saber que ela tinha razão, eu tinha terminado com o Oscar pelos outros e não por mim.
Procuro Olívia com o olhar e a encontro já me observando. Parecia que com um olhar meu ela entendeu oque eu queria fazer agora, e quando eu vi a sua confirmação com a cabeça eu dei as costas e sai de casa sabendo oque eu precisava fazer.

Caminho pela rua sentindo a brisa fria se chocar com o meu corpo. O tempo parecia fechado a lua não iluminava quase nada. Quanto mais eu ando mais posso sentir meu estômago se revirar e meu coração se acelerar. E isso só piorava quando eu já podia ver sua casa.
Ando até a porta vendo que tinha alguns homens na frente da casa, entre eles avia aquele mesmo cara que parou o Oscar na festa, Sad eyes se eu não me engano, o mesmo me olhava com um olhar de pena e eu não entendia o porque. Entro na casa e após ver a sala vazia sigo até o seu quarto.
Empurro a porta lentamente pensando em que palavras eu iria usar para pedir desculpas mas ao me deparar com a cena na minha frente tudo some. Quando eu pude compreender oque estava acontecendo um bolo se formou na minha garganta, minha cabeça começou a latejar e minhas mãos a tremer.

Mari: O que.... - digo após ver que a pessoa que eu amava estava na minha frente fodendo outra mulher.

Oscar se vira rapidamente pra mim me fazendo ver os cabelos loiros da tal que estava com ele.
Sem dar tempo de nada eu saio de lá, passo novamente pelo sad e agora eu pude entender a sua feição de pena. No caminho de volta pra casa eu só podia sentir as lágrimas descerem pelo meu rosto, eu estava anestesiada ainda.
Viro a esquina de casa vendo duas ambulâncias parada na porta. Agora já não estava mais andando eu já corria em direção a minha casa com medo do pior ter acontecido.
Chego perto de uma das ambulâncias e vejo ruby sendo colocado lá dentro em cima de uma maca. Olho pra trás vendo minha tia e meu tio ajoelhados no chão e aí sim eu percebo a gravidade e me ajoelho ao lado deles. Tudo oque eu tinha guardado desde da morte do meu avô veio átona agora. Eu chorava tanto que não sentia o ar entrar em meus pulmões e após uns segundos eu só pude ver minha visão escurecer.

Continua....
Xoxo 💋

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