Unendlichkeit [Tokio Hotel]

capítulo 4

- O que foi isso, Tom? - Ela indagou num sussurro, olhando nos olhos castanhos do rapaz.

Pela primeira vez, Tom não sabia o que dizer a ela. As palavras vinham e se perdiam em sua boca.

- Eu... - Ele tentou falar, mas desistiu. Realmente não sabia o que dizer sobre sua atitude. Só sabia que não queria parar por ali.

Passou os dedos no rosto macio da garota e afastou os cabelos negros dela para trás. Queria provar um pouco mais o sabor dos lábios dela. Aproximou-se novamente, lento, com calma e beijou-a mais uma vez. Nina correspondeu-o com ardor. Gostara do beijo dele. Sentiu um calor subir por seu corpo e não conseguiu entender o que era aquilo. Era a primeira vez que acontecia com ela e estava difícil saber qual reação ter. Por um instante enquanto o beijava, sentindo o piercing dele roçar em seu lábio, se sentiu uma tola. Tom era, apesar de sua pouca idade, um tanto quanto experiente com garotas. Já ela, nunca havia aprofundado mais um beijo como estava fazendo com ele naquele momento. Com o garoto da Califórnia havia trocado beijos rápidos, de apenas colar os lábios. Temia estar beijando errado e tentou se distanciar do melhor amigo.

Tom ao notar que ela queria fugir de seu beijo, segurou-a firme pela cintura e pela nuca. Queria mais. Queria mais que só aquilo. Há tempos ele queria. Lentamente, ainda sentindo o sabor do beijo de Nina, conduziu-a para a sua cama que estava a poucos passos e a fez deitar-se ficando por cima dela. Parou o beijo e a observou. Lógico que não faria, caso ela não quisesse.

- Nina... - Ele disse o nome dela sem saber como poderia pedir aquilo a ela. Por que com ela estava sendo tão diferente tudo? Por que sentia necessidade de tentar perguntar? Por que sentira medo de ela não querer beijá-lo? Tom não teria as respostas para aquelas perguntas agora. E nem depois.

- Eu... Eu não sou burra. Sei o que você quer. Mas não sei se vai dar certo. - Ela gaguejava, amedrontada.

- Podemos tentar... - Ele disse com a voz vacilante. O mínimo que

poderia acontecer era ser um desastre total.

Um aceno positivo com a cabeça, fez Tom sentir um arrepio. Ela havia concordado. Teria que fazer o máximo para ser bom para ambos. Levantou-se e se dirigiu para a porta, afim de trancá-la. Assim que o fez, abriu a primeira gaveta da cômoda e pegou algo que Nina não conseguiu ver o que era e voltou para perto da garota que estava sentada na cama. Nunca havia visto Nina vermelha. Ela não conseguia encará-lo, os olhos azuis estavam voltados em direção a cama de seu irmão.

Nina não estava muito confiante. Por que havia concordado? Ver Tom se aproximar dela tirando a camisa larga a fazia querer sumir dali. Eram crianças! Céus, o que estava prestes a fazer... Estava quase desistindo quando ele sentou ao seu lado e ajeitou seu cabelo para trás e a beijou de novo. Teria que aprender a dizer não para aquele garoto. Percebeu Tom tirar a alça de sua camiseta regata com a ponta dos dedos e congelou. Logo, em menos de minutos, ambos já estavam sem nada. Nina resolveu se entregar. Já estava ali e não voltaria atrás.

Tom deitou-se sobre ela. Faria seu máximo para não ser desastroso. Afinal, era sua primeira vez também...

***

Bill passava os canais da tv a todo momento sem parar em algum. Queria subir e deitar em sua cama e não olhar mais para a cara de Tom. Ele devia ter falado alguma coisa! Assim não teria entregado tanto seu sentimento para aquela garota. Suspirou e desligou a televisão. Se dirigiu até a cozinha e abriu a geladeira. Não estava com fome, na verdade. Sem encontrar nada interessante, fechou-a e em passos lentos, voltou para o sofá e pegou uma revista. Não queria admitir mas queria saber o que falavam tanto lá em cima. Porém não iria até lá.

Estava quase absorto em sua leitura de uma coluna sobre música, até que ouviu um grito vindo do andar de cima que sabia ser de Nina. Se sua mãe estivesse em casa e soubesse que os dois estavam sozinhos, já teria subido como um foguete. Ela sabia muito bem o filho que tinha. Bill queria que ela estivesse lá. Ah como queria. Bill não era besta. Voltou á sua leitura, com raiva e magoado. Ele também não estava todo certo e sabia disso, poderia ter contado para Tom que estava gostando dela havia um tempo, mas preferiu ficar calado. Não podia brigar com o irmão gêmeo por ele ter mais atitude com as garotas.