Texas, Xian Le — 1878
Ah, o Oeste! A vida por lá não era nada fácil. Um dia você poderia acordar e estar rico, mas, de repente, no outro você mal abre os olhos e já está à beira da miséria, tendo a casa e a fazenda sendo assaltadas e destruídos por bandidos descarados de cara limpa. Ou, pelo menos, na fronteira entre as cidades de Xian Le e Gusu Lan, a vida era assim: dura e injusta!
O dia mal começou e Wei Wuxian já estava no fundo do poço.
— Por quê?! Snif, Jiang Cheng, por quê?!?!
O Wuxian, choroso, estava profundamente atordoado e com todos os seus sentimentos à flor da pele, enquanto recebia um abraço de consolo do irmão.
— Eu num sei, mas se tu quiser fazer o favor de falar de uma vez o que é, eu agradeço!
— A-Cheng! Num seja insensível, seu maracujá azedo! — Repreendeu Yanli, a mesma estava sentada numa cadeira de balanço com uma bacia de milho no colo, retirando as palhas e jogando num montinho ao lado — A-Xian tá triste, num tá vendo, não? Seja delicado, menino!
Jiang Cheng revirou os olhos na cara dura e estava prestes a murmurar um xingamento, quando seu marido, o xerife da cidade de Gusu Lan, chegou no terreiro de entrada da fazenda montando um alazão branco.
— O que está acontecendo por aqui? Por que Wei Wuxian está chorando? — Questionou a voz serena de Xichen ao saltar do animal, enquanto mastigava um matinho por entre os lábios e seus olhos se enchiam de preocupações, apesar de sua face ampla e plácida como mármore.
Wei Wuxian, tristonho e à beira da decadência, soltou o irmão e agarrou o cunhado pelas roupas impecavelmente brancas. Seus olhos estavam cheios de lágrimas e tudo o que ele fazia no momento era olhar cheio de pavor para o xerife Lan.
Era uma notícia terrível demais! Como ele poderia dizê-la assim, sem mais e nem menos?!
— Senhor Wei, por favor, respire com calma e tente contar-nos tudo.
Com um aceno de cabeça trêmulo, o moreno fez o que lhe fora pedido e tentou falar com calma.
— L-Lan Wangji…
Lan Xichen arqueou as sobrancelhas e cuspiu o mato, ainda mais preocupado com o que quer que estivesse prestes a escutar sobre seu irmão.
— Sim? O que houve com ele?
Wei Wuxian abaixou a cabeça. Enquanto suas mãos trêmulas folgavam o aperto na camisa do Lan, ele subitamente mordeu o próprio lábio em aflição. Ele não estava pronto para contar aquilo, mas se havia começado, não adiantava fugir, ele precisava ir até o fim!
— M-meu bom Lan Zhan… E-e-ele…
— Ele…? — Proferiu Jiang Cheng, no auge de sua ansiedade, aguardando por uma continuação da fala e de imediato Wei desabou em choro novamente.
— E-ele morreu!!!
Todos ficaram em silêncio. Com exceção de Wei, que chorava desesperadamente pela morte de seu querido, porém não extremamente amado, marido.
— Assassinaram meu Lan Zhan! Ele tava lá, jogado numa poça de sangue feito uma galinha de oferenda quando cheguei em casa! E-eu não sei o que fazer, eu quero matar o disgramado que me fez uma desgraça dessas!!! E também me roubaram tudo! Não deixaram nem aquela tartaruga de porcelana feia que tinha na sala, vazaram com meus bichos e me deixaram um troço de palha no terreiro! Como uma borboleta de palha vai me consolar?! Bandidos desgraçados! Se eu pego um desses na rua eu… Eu mato de porrada!
Lan Xichen e Jiang Cheng retiraram seus chapéus da cabeça e baixaram o rosto junto a Yanli, em respeito pela notícia do falecimento do Lan. Mas esta era a vida triste e nojenta do Oeste, eles sabiam que esse dia chegaria.
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Os Pistoleiros da Carpa | HuaXianLian
FanfictionHua Cheng era conhecido por ser o xerife mais cabra-macho de todo o Oeste, era ele quem colocava ordem naquela cidadezinha pacata do Texas - Xian Le - e todos do estado ficavam pálidos só de escutar seu nome. Entretanto, toda a história começa a des...