Sim, estou ferrada...
Minha editora, pela milionésima vez, rejeitou meu livro. Ou seja, sem dinheiro para pagar meu aluguel, de novo.
Minha profissão é ser investigadora, é uma profissão perigosa, mas por sorte, não para mim. Apenas investigo a vida das pessoas que já faleceram e a maioria dos casos são pessoas que nasceram e morreram no dinheiro, sem muitas surpresas, apenas algumas traições para lá e algumas fraudes fiscais para cá, coisa básica.
Já servir como testemunha de alguns casos policiais, mas nada que fosse perigoso de fato, apenas algumas coisas relacionadas ao dinheiro dos meus clientes. Dinheiro esse que se eu tivesse, eu estaria que nem o Tio Patinhas.
Meu verdadeiro sonho é ser escritora e é nisso em que estou focada. Como não tem possibilidade de me afastar do ramo dos detetives, mesclo meus dois mundos, apuro e verifico toda a vida do falecido, para no fim escrever todos os principais pontos da vida dele. Não esquecendo de florear algumas coisas, claro.
Porém depois que decidir escrever sobre a vida dos outros, o dinheiro não está vindo fácil, na real, ele nunca veio fácil. No inicio, minha família estavam com um pé atrás sobre esse novo negócio, mas me ajudaram bastante, tanto com comida caseira quanto com empréstimos.
Com pouca grana e devendo horrores, meu escritório fica no meu apartamento no qual ainda divido com Carolina ou Lininha, como é chamada pelos íntimos, minha irmã mais velha que é considerada a banqueira de Wall Street, mesmo que na nossa cidade não tenha uma Wall Street ou um banco decente.
O título é por ela ser dona do dinheiro da família, ela faz os planos e a gente paga, se ela falar que o seu limite do mês é de 500 dinheiros, você aceita, fica no limite e agradeça pois no próximo mês o seu limite será o dobro disso. Infelizmente não fui influenciada pelas metodologias da Carolina, mas tenho sorte, pelo o que ela me diz, estou devendo mas não até as calças, apenas tenho que andar na corda bamba.
E novamente, tenho sorte por ter conhecido pessoas que me recomendam para seus amigos endinheirados, motivo esse que estou aqui, no hotel Paradise, com uma carta em uma mão e a uma bolsa Clutch na outra, vestida com uma roupa chique, que combina com esse hotel chique.
Sim, eu resolvi aceitar a viagem, ou melhor dizendo, o caso.
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A escritora dos mortos
ChickLitAline é escritora solitária que escreve livros biográficos sobre pessoas desconhecidas e mortas. Ela sabe que a sua profissão é esquisita, mas ela faz o que mais ama. Investigar a vida das pessoas. Em geral, as pessoas a contratam para ter um livro...