A Garota e a Corça

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Era uma tarde de verão radiante, com um céu azul-celeste e sem nuvens. A brisa suave carregava o aroma doce das flores coloridas que salpicavam o vasto campo aberto. A garota, com cabelos loiros e olhos claros, caminhava devagar, admirando tudo ao seu redor. Ela se sentia livre, feliz e conectada à natureza.

Encantada e intrigada, a garota avistou uma corça na distância e decidiu segui-la. Ela correu atrás do animal, sem perceber que estava adentrando uma floresta. A paisagem começou a se transformar gradualmente, e os campos verdejantes deram lugar a uma vegetação densa e escura. A brisa que antes era suave, agora se transformou em um vento frio e maligno.

A garota sentiu um calafrio na espinha, mas seguiu em frente, curiosa e apreensiva, enquanto observava as árvores altas e escuras, que pareciam se mover, como se quisessem capturá-la. O sol se escondeu e a luz que antes iluminava seu caminho, agora era inexistente. Era como se a floresta a estivesse devorando.

A garota, ainda usando seu vestido branco rodado e descalça, seguiu a corça com fascinação enquanto percebeu que algo estava diferente nela. A corça tinha seis olhos estranhos e inquietantes, que pareciam olhar para ela com curiosidade e desconfiança. A garota estava confusa, mas seu instinto a guiava para seguir o animal misterioso.

À medida que a floresta ficava mais densa, a garota começou a tropeçar em galhos e raízes enquanto seguia em frente. Ela sentiu como se algo estivesse assistindo-a, algo além das árvores e da escuridão. O medo se apoderou dela, mas ela se recusava a voltar atrás. A corça parecia ser a única coisa que poderia conduzi-la para fora daquela escuridão.

Quando finalmente chegaram à clareira, ela viu a corça parada diante de um altar macabro. O coração da garota acelerou quando ela notou figuras encapuzadas ao redor, realizando um ritual perturbador. O altar era decorado com flores murchas e ossos que faziam parecer ainda mais sinistro.

Ela começou a recuar com medo, mas então uma das figuras apontou para ela, ordenando que se fosse. Conforme ela fugia da clareira, gritos dolorosos e guturais emanavam atrás dela. Ela não sabia quem eram os homens em mantos vermelhos e sujos, mas sabia que algo muito sombrio estava acontecendo.

Quando finalmente escapou da floresta e emergiu na luz do sol, seus sentidos se ajustaram novamente. Ela olhou ao redor, tentando entender o que havia acontecido, por que ela, em particular, testemunhara esta cerimônia sombria, o que aquelas pessoas eram e o que exatamente havia acontecido ali.

A garota nunca esqueceria o que havia visto naquela floresta, e especialmente a corça de seis olhos que a conduziu até lá, deixando-a com ainda mais perguntas sobre o que estaria acontecendo naquele lugar.

A Garota e a CorçaOnde histórias criam vida. Descubra agora