Capítulo III - Abraço

164 27 15
                                    

Sarada estava sentada no banco de trás do carro de Sasuke numa cadeirinha azul que era de Boruto. A garota fitava a janela do carro enquanto apertava a barra da blusa com medo. Ela tinha medo do carro em movimento, flashes do dia anterior passavam na sua mente, um mar de vermelho. Era isso que via, vermelho.

Sasuke sabia que ela devia estar com medo, tentava puxar conversa, contar histórias ajudava ela se distrair. Ele percebia que ela o olhava de canto olho.

- Gosta de música, Sarada? - pergunta Sasuke.

Sarada fita Sasuke de lado, a testa franzida e o rosto numa típica expressão Uchiha de desinteresse.

- Seu pai adorava essa - diz Sasuke pondo "In the end" de Linkin Park no som do carro.

Sarada estreita as sobrancelhas reconhecendo a melodia. Sua cabeça chacoalha de leve seguindo o ritmo. O rosto da garota toma um semblante mais relaxado, o medo sumindo do seu rosto. Os olhos dela brilham ao recordar do pai cantando a música enquanto cozinhava, às vezes ela participava e cantava alguns versos e ele completava com o próximo. Isso a faz sorrir um pouco.

Sasuke sorri aliviado de fazê-la relaxar um pouco. Sasuke vê Naruto pelo retrovisor do carro atrás de si e fica confiante, ele iria conseguir lidar com Sarada com a ajuda dele.

- Bota Shawn Mendes - pede Sarada encarando Sasuke.

O Uchiha fica feliz em vê-la falar alguma coisa e logo acata ao seu pedido, pondo "There's nothing holdin' me back".

- Essa está boa? indaga Sasuke a olhando pelo espelho.

Sarada afirma com a cabeça e cantarola a música baixinho. Lembrava do pai a pegando no colo e a fazendo pular e dançar com a música, uma lágrima escorre do olho direito dela. Um sorriso triste toma sua face e ela segue cantando a música.

Sasuke a deixa chorar sem falar nada, uma lágrima escorrendo pelo seu rosto seguida de outra. Tinha perdido seu irmão e, nem sequer, tinha se despedido. Raiva gritava em seu peito querendo sair, raiva de Itachi, da traição, de si mesmo. Leva uma mão ao rosto e limpa as lágrimas, se recompondo. Ele precisava ser forte.

- Bota Maroon 5? - pede a garota encarando a paisagem.

Sasuke acata ao pedido e põe a banda. A garota segue balançando a cabeça no ritmo, enquanto fita a estrada, o sol se pondo e o crepúsculo surgindo em tons de amarelo e vermelho.

<<<<<<&>>>>>>

Sarada observava atenta Boruto, queria identificar seu rosto. Ele devia ter a mesma idade que ela, mas algo nele a irritava. Talvez fosse aquele sorriso petulante? Ou então aqueles olhos azuis a encarando? Ou aquele cabelo que lembrava um cacho de bananas? Ela chegou que era um somatório de tudo.

- Por que você faz assim com os olhos para vê? - pergunta Boruto para ela, notando a mesma aperta o olhos.

Sarada não responde e vira cara.

Todos estavam no elevador. Sasuke folheava os papéis a respeito de Sarada, os quais falavam a respeito de escola, doenças, alergias e percebe um falando de consultas ao oftalmologista, presta mais atenção neste. Naruto olhava no celular a respeito de cemitérios, havia ficado responsável de encontrar algum decente para o enterro do irmão e cunhada de Sasuke. Todos os dois alheios aquela discussão infantil.

- Você é igual ao papai - comenta Boruto analisando a menina.

- Papai? - indaga Sarada sem enteder por que ele chamava o homem loiro de pai e seu tio de papai.

- Sim papai, Sasuke é meu papai e Naruto meu pai - diz Boruto, como se fosse algo óbvio.

- E sua mãe? - indaga Sarada.

A promessa de um talvezOnde histórias criam vida. Descubra agora