Capítulo 13

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De certa forma parecia ter voltado há cinco anos, aquele sentimento de imobilidade, de não ter controle de absolutamente nada. Sua cabeça estava baixa enquanto suas mãos estavam apoiados nela, queria gritar, extravasar o sentimento de impotência que estava sentido. Estar em um hospital era assustador, não era agradável, e queria não ter que voltar para aquele sentimento de dor profunda. O medo de perdê-la preencheu o coração daquele rapaz, afinal havia perdido muito. O barulho do local não o incomodava, seus pensamentos estavam dispersos. Olhou para o lado e viu Rafael se aproximando, Alice havia ido buscar água para os dois, mas ainda não tinha retornado.

Sem olhar para seu amigo, Dom encarava suas mãos enquanto seu coração doía. Seu amigo havia ajudado Dom a superar a perda que ele teve há cinco anos, e agora seu amigo retornou novamente para aquele hospital e com Dom segurando as lágrimas.

— Não quero que aconteça algo com ela — sussurrou baixinho. — Por que isso teve que acontecer? Por que eu não posso ser feliz?

— Dom, Elena é durona, vai ficar bem.

— O médico disse que o veículo passou em cima dela, esmagando alguns ossos do tórax e braço, ela está em cirurgia agora.

— Como isso ocorreu? — perguntou Rafael.

— Parece que o as rodas deram problema, o rapaz tentou parar, mas não conseguiu, ele se machucou gravemente, bateu a cabeça contra o ciumento no chão, mas a polícia quer falar com ele.

Dom viu Maria Alice chegar com duas garrafas de água, ela olhou para Rafael e em seguida baixou o olhar.

— Está é a Maria Alice, é a melhor amiga de Elena — apresentou Dom.

O empresário tomou um pouco de água, e tentou controlar sua respiração. Era muito difícil não pensar que Elena estava correndo perigo.

— Vou até a casa dela, ficar com o Théo, quando houver notícias, por favor, me ligue.

Dom assentiu. Théo precisava de atenção nesse momento, talvez ele estivesse sentindo que sua mãe estava em perigo.

Depois de algumas horas, Rafael estava cochilando perto de Dom, ao notar o médico se aproximar logo se levantou, precisava ouvir que Elena estava bem.

— A cirurgia ocorreu bem — disse o médico, Dom olhou o nome dele no crachá, doutor Heitor. — Mas, ela precisa de observação, os ferimentos foram graves e ela precisará de todo cuidado para se recuperar.

— Claro doutor. — Respirou mais aliviado. — Quando posso vê-la?

— Talvez pela manhã, ela precisa descansar.

Foi difícil convencer seu amigo, mas Rafael tirou Dom do hospital e o levou a uma lanchonete próximo ao local. Pediu um hambúrguer e Rafael fez o mesmo pedido. Tomaram um pouco de refrigerante também, e Dom começou a se sentir um pouco melhor.

— Fico aliviado que a cirurgia acabou — comentou Dominic.

— Deve ser assustador para você, agora que estava retornando sua vida, sente que poderia perder Elena, eu sinto muito.

Dom ouviu-o atentamente. Olhou para o celular e estava tarde, decidiu ir para sua casa, agora estava mais tranquilo.

Depois de algumas horas de sono, o empresário se sentiu melhor, tomou um banho e foi até a casa de Elena ficar um pouco com Théo, em seguida Maria e Dominic foram para o hospital. Após alguns minutos o doutor foi até eles. O médico deixou que um deles falasse com Elena, Maria achou melhor Dominic ir, enquanto isso ia dar notícias aos pais de Elena que estavam viajando para os EUA.

A porta abriu lentamente, e Elena notou seu amado adentrar, seu olhar era melancólico, Dom se aproximou notando que o rosto de Elena estava um pouco inchado.

Segurou nas mãos dela, a secretária sentiu o calor de Dom, depois do acidente pensou nele tantas vezes, achou que jamais voltaria a vê-lo ao lado dela. As lembranças do veículo vindo em direção dela trazia calafrios, a dor que sentiu estando caída naquela calçada, o medo de não sobreviver, tudo aquilo era amedrontador.

— Logo você estará em casa e eu farei um jantar saboroso para você. — Tentou animá-la.

— Me desculpa. — Dom acariciou seu rosto.

— Não precisa me pedir desculpas, amor.

— Eu não queria assustar você.

— Você não teve culpa, o importante é que agora você está bem e vai se recuperar. — Ele olhou para o braço dela enfaixado. — O braço está doendo?

— Não muito, o efeito da anestesia não passou. Como está o Théo?

— Muito bem, Maria Alice tem cuidado dele e eu fui vê-lo esta manhã.

— Dom, mesmo que algo mais grava tivesse acontecido comigo, gostaria que soubesse, que eu queria e quero que você não se sabote, que lide com toda essa dor, não é fácil, eu sei, mas não quero que deixe de viver momentos felizes. — Segurou fortemente na mão dele. — Não há mais o que dizer Dom, você foi uma novidade na minha vida que eu não esperava, cada momento ao seu lado me trouxe alegria, paixão, desejo e muito carinho, esses últimos dois meses foram os melhores.

Ele beijou a testa dela delicadamente. Dom ficou mais alguns minutos e Elena acabou adormecendo.

Três meses depois

Elena passou a ficar mais tempo na casa de Dominic até que eles decidiram que seria melhor para a recuperação dela morar na casa dele, Théo gostava do apartamento e de ouvir Dom tocar piano pela manhã. Havia conhecido os pais de Elena e eles pareciam gostar dele. Maria visitava a amiga depois do trabalho e até mesmo Carol trazia algumas refeições para o casal, até que Elena gostava, Carol sabia cozinhar.

O motorista havia sido liberado do hospital algumas semanas depois de Elena e a polícia definiu o ocorrido como acidente.

Théo estava sentado no sofá enquanto Dom apreciava a vista do oceano e o reflexo da lua pelo mar, Elena ouviu-o chamar, e ele segurou na mão dela ajudando-a se locomover. Tocou levemente na cintura dela enquanto os dois apreciavam a lua cheia, suas respirações eram calmas e uniformes. Dom olhou para ela, o desejo de tê-la ao seu lado era cheio de amor, ele estava feliz e grato por ela está bem.

— E agora? O que acontece? — perguntou Elena.

— Eu estarei aqui com você. — Ela sorriu gentilmente para ele.

O benquerer do CEO ( COMPLETO )Onde histórias criam vida. Descubra agora