RUN TO

RUN TO 4

– Meu Deus filho! Você chegou! – Minha mãe corria até mim, chorando muito.

– O que aconteceu? – Perguntei confuso e minha mãe junto com meu pai, que vinha atrás, me abraçaram e eu retribuí – Porque vocês saíram de casa?

– Você sumiu do nada! Cadê sua prima? – Meu pai me soltou rapidamente e seu humor mudou.

– Calma amor! Não se descontrole.

De agora em diante só ladeira abaixo.
Será que ela desapareceu? Por minha culpa...?
Ah, mas quando essa filha da puta aparecer ela vai se ver comigo! Nem me ajudou.

– Vem filho, vamos entrar, seus tios já foram atrás da sua prima tenho certeza que irá ficar tudo bem – Minha mãe entrelaçou seu braço direito no meu ombro como um sinal de apoio.

– Tsc, que exagero, é tudo drama, com certeza ele deve ter é se irritado com ela, teve uma "crise de raiva" – Fez aspas com os dedos – e bateu nela, do jeito que esse menino é desnaturado –
Depois disso que meu pai falou, prometi pra mim mesmo que nunca mais vou sair sozinho à noite.
Nunca com a Jisu
Nunca vou deixá-los preocupados
Nunca vou brincar mais daquilo
E nunca mais vou ver aquele menino, nunca mais!

– Para, Jungseo! Você sabe muito bem que o Ji Sung não fez isso e também nunca fará, ele respeita muito os outros e principalmente as mulheres que nem a prima dele, você sempre trata ele como se fosse um colega de trabalho ou um funcionário, e não um filho! se você continuar o tratando assim eu.. eu..

– Você não vai fazer nada, certo? – Ele falou, já alterado, e minha mãe relutante concordou – Sabia, você é fraca! Tinha que ser mulher

– Por favor.. Vamos entrar – Puxei os dois para dentro, essa noite foi fria.
Após nós entrarmos meu pai foi direto até o quarto e minha mãe ficou na cozinha, fui até lá nela.

– O que aconteceu, mãe? – me sentei em um dos bancos que ficavam no balcão ali da cozinha, do lado dela.

– Eu estou cansada do seu pai! Porque isso começou a acontecer assim, do nada? Nós não fizemos nenhum mal, absolutamente nenhum mal pra ele! Ele me xinga por motivo algum e em qualquer brecha, ele já explode e bate em qualquer pessoa que vê pela frente.
E ainda por cima é hipócrita!!! – ela começou a ficar desesperada, e chorar, eu não sabia o que fazer porque me encontrava na mesma situação (na merda) então apenas me permiti abraçá-la.

– Calma mãe, vai passar, vai ficar tudo bem – eu estava igual a ela, chorando muito e pensando no que iria acontecer daqui pra frente.

Me levantei da cama, quase nem conseguia abrir os olhos de tanta remela que tinha neles, isso significa que eu dormi muito à noite... Que horas será que eu dormi? Parece até que eu bebi algo, passei o resto da madrugada pensando no menino maluquinho que caiu na frente da minha casa parecendo um dragão comendo ovo que eu até me desliguei do mundo.
Mas creio que deve ser apenas preguiça, então abri a porta do meu quarto e fui até a cozinha e encontrei minha mãe preparando o que - eu acho - que era o café da manhã.

– Bom dia, Minho – ela falou sem desviar o olhar da frigideira onde fritou os ovos, enquanto eu me sentava na mesa que ficava um pouco distante de onde minha mãe estava.

– Bom dia mãe, dormiu bem? – me virei para ela.
– Sim filho, e você? – terminou de fritar os ovos, pegou um prato e colocou os dois ali, e pôs em cima da mesa para nós dois.

– Eu também – murmurei baixinho quase que inaudível, mas minha mãe escutou

– Que bom – pegou o que ela ia beber e se sentou comigo.

Um silêncio desconfortável preencheu o ambiente enquanto a gente comia e minha mãe nem eu fizemos questão de mudar isso, era sempre um silêncio na hora da refeição.
E nós dois gostávamos disso mesmo que seja desconfortável

– Como vai as aulas? – ela perguntou receosa, talvez porque mesmo que ela seja minha mãe nós não temos muita intimidade, só na hora que ela me xinga.

– Boas – respondi curto e seco, porque ela estava tentando puxar assunto comigo? Tão de repente.

– Que bom meu filho – consegui distinguir a verdade da mentira, ela só estava querendo se passar por uma boa mãe, demonstrar uma FALSA preocupação por mim.