Capítulo 1- O trauma

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Em um bosque, ao longo de um tapete esmeralda, estavam posicionados peças, todas elas equipadas com a maior variedade de armas produzidas em lupions, lanças, gaprods, espadas, maces, martelos e até facas estavam em sua companhia. E eles dividiam espaço verdejante com outro mutirão, no completo oposto do campo, vários Zubiwaixis, todos com placas que protegiam seus corpos estressados, a respiração pesada dos soldados mostravam o nascer do sol do que seria uma grande guerra. Os grandes lutadores que ameaçavam lupions, estavam a levantar bandeiras com três mascaras colocadas com cores avermelhadas. Em um movimento breve, mas previsível, soldados da parte anterior do mutirão de grunkos, puxaram longas flechas banhadas em cera, que foram colocadas em trajeto em direção aos seus inimigos, que responderam com o avanço daqueles que seguravam a tais armas mais pesadas acompanhando do ascender de escudos que seguravam com alguma dificuldade o perigo do ataque de setas inimiga.

Já era tarde, aquela batalha já tinha se instaurado, e foi se levantando chamas dentro dos peitos daqueles que o caos criavam com as armas. Alguns cortavam braços e peitos, enquanto outro atropelavam os mais pequenos como carroças. Neste dia, as plantas foram regadas com um sol gritante e sangue viscoso, sangue que iriam trazer a dor daqueles que partilhavam o mesmo. E em meio aquele jogo de lordes, sobrou apenas as dezenas dos melhores lutadores, aqueles que mais dominavam suas armas, e nesse momento foi onde cada lado mostrou seus estudos com caos, com chamas se contorcendo vividamente, muitas vidas foram inexistidas, perdidas no labirinto caótico em meio a curva das chamas que devoraram aqueles corpos. Aqueles que o caos aceitavam e usavam ao seu favor, tinham vestimentas bem similares, variados tecidos que desciam por seus braços, que escritos neles estavam sábias palavras daqueles que no caos perderam a vida, mas nunca a mente. seus corpos possuíam crânios suspensos, mascaras e até esculturas de mãos em rocha cinza claro. 

  E em meio aquele caos de energia e sombras, ao longe, uma criatura se levantava do cadáver de um soldado em meio à guerra, crescia mais e mais, seu corpo era criado a partir da matéria a sua volta, era tudo consumido por ele em forma de espirrais arrepiadoras. Seu corpo tinha escrituras que mostravam de que não era filho de puro caos. O peito da criatura era aberto com costelas que abraçavam uma aparente vazio interior, com seus braços finos aquela criatura, quase como um mago, rasgou a realidade que dividia com todos, com símbolos, formas, tudo a sua volta parecia derreter, parecia desistir de sua própria realidade, deslisando para fora do que antes era real. As formas fluidas que surgiram em suas redondezas  invocaram as lágrimas de todos que lá estavam, que só aceitavam derreter e sumir da realidade mesmo sem perceber que estavam aos poucos retornando a inexistência. 

A criatura conjurada era de completa insanidade, era um corpo de um Xupiwaxi levado ao mais extremo possível, a pele quase que gritava de tanta tensão, as costelas expostas ao mundo traziam um sentimento desconfortante de perigo e náusea, pareciam relembrar os piores dias daquele que analisasse seus contornos. Onde era para ser seu rosto, existia 3 máscaras, que quando não vistas mudavam de expressão e de posição. Entre o pelo de seu corpo, se verificava linhas de seu corpo derretendo e em seguida a desparecer. Simplesmente não explicável.

Aquelas máscaras vazias e angustiantes que se formaram provocaram a mente de um quase abatido soldado ao longe, que com sua lâmina traçou sua pele, e com o rio vinho que escorreu sobre sua pele, espalhou símbolos abraçados por círculos. Após regar o solo com seus braços bêbados de dor, colocou firmemente seus dedos entre a terra. Quase como magia, a pele da criatura bestial começou a girar causando forte dores de cabeça a mentes fracas, logo os redemoinhos cresceram em chamas queimando e retirando matéria do corpo do demônio. Uma luz violeta energética surgia entre aquele redemoinho de pele e energia crepuscular. Assim que os gritos da criatura, que mais pareciam a realidade se colapsando, acabaram aquele o trouxe mais um trauma, foi logo punido pela criatura feiticeira, que em alguns movimentos circulares com seus braços fez que a matéria de seu corpo girasse e sumisse em meio aquele caos.

Nada se sabe do que aconteceu para que a criatura fosse expurgada da nossa frágil realidade, apenas é possível saber que a criatura sentou, e começou a chorar, com apenas um som de vento veludoso anunciando a chegada dos rios que caíram por suas máscaras, que mesmo nesse momento não possuía expressões fluídas, eram fixas e sólidas. Aqueles rios era nada mais que parte de seu próprio corpo em forma liquida, e ao longo do tempo o choro fez que, o corpo da criatura fosse derretendo até sobrar apenas 3 máscaras, uma em desespero, outra em completo entusiasmo com o rosto de ponta cabeça e última expressando a mais enraizada melancolia.

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