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À primeira vista, eu gostei dela, ela despertar em mim um súbito acesso de gula.
Dezoito ou dezenove, talvez, não muito alta, uma pele clara, um corpo delicada como porcelana, cabelos abundantemente lisos e longos na altura da cintura e uma boca grande, com lábios avermelhados.
Quase indecente nesse rosto ingênuo. Eu a estava observando por mais de uma hora, sozinha no bar. bebericando melancolicamente um coquetel. Ela parecia preocupada e lançava olhares frequentes para a porta, como se temesse a aparição de um intruso.
Aproveitando que seu copo estava vazio, peguei o meu e eu fui me sentar ao lado dela. A atmosfera do bar era silenciosa, a música suave, calmante, ideal para um cara a cara.
- Você me permite? - Me sentei ao lado dela
- Você me deu a escolha? - Seu sorriso irônico a deixou ainda mais atraente.
- Não mais do que você me deixou. - Sorrio no mesmo tom.
Ela revirou os olhos e exclamou:
- Você está brincando, suponho? Eu nem notei você!
Eu balancei a cabeça, demostrando uma expressão de desculpas.
- Infelizmente esse é o meu problema: ninguém me nota...Por outro lado, quando você entrou, senti um verdadeiro choque. Então não pude deixar de olhar para você até que criei coragem para deixar minha mesa e vim falar com você.
O barman estava terminando de preparar um coquetel. Fiz sinal para ele renovar nossas bebidas e coloquei uma nota de cinquenta dólares no balcão.
Minha linda estranha inclinou a cabeça para o lado e me examinou em silêncio antes de dizer:
- É engraçado... Você usa os métodos de um velho paquerador: primeiro sinta pena de mim, depois me elogie, por fim se faça de grande senhor. No entanto, você não parece ter mais de vinte anos.
- Sou mais velho, - admiti - mas essa é de fato a idade que me foi dada. E você, qual sua idade?
Ela mordeu o lábio inferior e depois os solta com uma pitada de provocação.
- Vinte anos completos.
- A idade mais bonita da vida, como todos sabem...
Ela encolheu os ombros em aborrecimento e seu biquinho me fez sentir um arrepio na espinha.
Essa garota tinha uma boca extraordinariamente carnuda. Uma boca para morder. Mas este não era o momento nem o lugar.
- Você gosta de fórmulas ocas! ela respondeu. A propósito, qual é o seu nome, senhor sedutor?
- Laaden. Mas você pode me chamar de Lad, como a maioria dos meus amigos. E o seu?
Ela pegou o gin fiz que o barman havia colocado à sua frente, tirou o pequeno guarda chuva colorido e tomou um gole.
- Léa. Mas ainda não é um pouco cedo para eu contar com você entre meus amigos?
Seus lábios, cravejados de grãos de açúcar, pareciam uma iguaria. Ela os lambeu com a ponta da língua e eu vi seus dentes brancos e pontudos como os de um gato.
Preocupado, assenti e tomei um gole do meu Bloody Mary.
- Deixe a noite falar, Léa... É ela quem vai nos dar a resposta. E se eu te convidar para jantar? Você está muito pálida, comer vai restaurar suas forças!
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Léa
Fantasy" À primeira vista, eu gostei dela, ela despertar em mim um súbito acesso de gula..." _____ Léa, uma jovem determinada a superar um relacionamento do passado que a assombra. Em sua busca por esquecer e seguir em frente, ela cruza o caminho de Lad...