Prólogo

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Leah Clearwater nunca foi uma mulher parada no tempo, e constatar isso  fazia com que odiasse cada vez mais o que havia se tornado

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Leah Clearwater nunca foi uma mulher parada no tempo, e constatar isso  fazia com que odiasse cada vez mais o que havia se tornado. Há quase um ano Leah Clearwater se tornou uma mulher parada no tempo, uma mulher cheia de mágoa e ressentimentos que apenas observava tudo e todos a sua volta evoluírem enquanto ela estava lá, apenas parada no tempo.

Havia uma foto sua no enorme espelho que tinha no seu quarto, os cabelos longos brilhavam escuros e o sorriso era largo, a mulher da foto parecia feliz e saudável. Ela olhou para si mesma no reflexo, o cabelo opaco e sem cuidados, o sorriso não costumava mais dar as caras, em vez disso, as olheiras profundas eram o que mais chamavam atenção agora.

Ela se perguntava em que momento deixou que um homem tivesse tanto controle sobre sua autoestima e felicidade, ninguém jamais deveria ter tanto poder nas mãos.

Leah mais uma vez estava afundando em lembranças e se auto depreciando, com uma caixa cheia de fotos suas e de seu ex-noivo no colo, ela se questionava quando algo tão bonito e puro como o que eles tinham podia acabar assim, de uma hora para outra.

A Clearwater estava preparada para deixar toda essa dor e amargura para trás, ela estava confiante de que conseguiria, até que se deparou com essa caixa de lembranças, nela continham praticamente toda a história de amor entre ela e Sam Uley. Tinha as primeira fotos dos dois como namorados, as primeiras cartinhas de amor, ursinhos de pelúcia, ingressos de cinema e parque de diversões e, finalmente, a bendita aliança de noivado.

Ela tocou o material gelado e se arrepiou lembrando de quando o tinha ganhado, Leah chorou tanto de felicidade naquele dia que achava que inundaria tudo ao estilo Alice no País das Maravilhas. Ela pôs o anel no dedo anelar e se permitiu sorrir levemente com as memórias maravilhosas que o objeto trazia.

Uma batida soou na porta e Leah sentiu como se tivesse reverberando em seu interior.

—Querida?— seu pai abre uma fresta e põe a cabeça por ela. —Pronta pra ir? Precisamos sair agora se quisermos chegar há tempo do seu voo.

Leah sorri para o pai e assente enquanto fecha a tampa da caixa de lembranças e põe ela de lado na cama. —Eu vou precisar de ajuda para levar essas malas aqui, o senhor pode me ajudar ou estar velho demais, hum?— provoca um pouco e sente o peito inflar quando o pai solta uma risadinha.

—Esse velho aqui ainda aguenta o tranco, minha filha.

Inefável | Leah C.Onde histórias criam vida. Descubra agora