Seu despertador toca às 05:29, você se sente totalmente atraída por números quebrados.
Seu quarto está revirado como de costume, roupas jogadas no chão, pratos sujos em cima da cabeceira e coisas identificáveis sobre a cama.
Sua dor de cabeça está mais forte do que de costume, então, você toma o dobro das pílulas de um remédio que suspeita ser o que costuma tomar para enxaqueca, logo após, começa a se aprontar para a faculdade vestindo uma roupa que esteja minimamente limpa.
Ao sair de casa, você se sente nauseada, seu reflexo fica lento, sua vista embaçada, suas pernas fracas e uma desfortuna ânsia de vômito.
Você não consegue organizar os teus pensamentos, usa do seu último instante de lucidez para chegar a conclusão de que o remédio que acabara de tomar, não era o de enxaqueca.
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[inconsciência]
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Você acorda sem entender o que acabara de ocorrer, mas logo percebe que a sua situação não está nada bem. Está numa cadeira escolar antiga, a luz do ambiente está fraca e o cheiro do local te causa repulsa. Ao seu lado está uma cama com o colchão sujo de algo identificável, provavelmente o cheiro fétido saíra dali.
A sua frente está um envelope vermelho, como uma carta romântica de um clichê antigo, suas mãos estão acorrentadas, entretanto, consegues sair da cadeira com facilidade.
Tu pegas a tal carta e tem certa dificuldade ao abri-la, ainda que a corrente seja extensa, tuas mãos permanecem atadas.
Na carta está escrito: "Não se espante, estás segura aqui. Ainda não me amas o suficiente para que eu me revele, consequentemente, quando sentir-se atraída o suficiente por minhas doces palavras, sairás deste recinto e finalmente verás minha face. Por ora, certifico-me de manter-lhe aqui com cuidados dignos de alguém tão adorável como você".
Sentes um arrepio que te toma por inteira, usa de toda sua força para clamar por ajuda o mais alto possível, mas nota que ninguém lhe escuta. O que lhe resta é esperar para que consiga criar uma estratégia racional na tentativa de salvar-se.
