We Just Learned.

Regra um: fuja do crush e peça ajuda ao seu primo ranzinza.

A noite estava fria. No céu, as estrelas eram escondidas por nuvens gordas e grandes, indicando que logo mais começaria a chover. A lua pouco se fazia presente, não iluminando a cidade de Seoul, que enquanto pessoas tentavam se esconder da pequena garoa que já caia sobre o chão, deixando-o escorregadio, outras adentravam mais e mais na inauguração da nova boate no centro.

A música alta com seu grave potente não deixava que ninguém ouvisse o que acontecia ao lado de fora do enorme salão; strippers sensualizavam dançando pole dance em uma barra de metal no centro da boate; e cores verdes e roxas se faziam presentes, causando divertimento aos bêbados que buscavam entretenimento no único dia de paz que tinham, no entanto, a famosa e prestigiada sexta-feira.

De mãos dadas com o melhor amigo, Jung Hoseok, um lindo rapaz de fios ruivos, porte mediano, lábios avermelhados e um ótimo mau humor, tentava passar no meio de tanta gente suada e bêbada. Mordendo o lábio inferior quando pisaram com força em seu pé, o pobre Jung gemeu insatisfeito, porém logo suspirou aliviado quando chegou perto do barman, debruçando-se sobre a mesa e querendo agradecer aos céus por poder sentar.

Hoseok não sabia onde estava com a cabeça quando se deixou levar a ir a uma boate junto ao melhor amigo. Ele não gostava de aturar gente bêbada, ainda mais suada encostando em seu corpo. Em partes era legal se divertir, mas isto não incluía não ser apalpado por um desconhecido fedido a bebida barata.

Suspirando fundo, o de madeixas ruivas olhou em volta e tentou entender como adultos e até mesmo adolescentes conseguiam ficar mais de uma hora dentro de um lugar tocando a mesma música. Or Nah. Essa música parecia não acabar, sempre repetindo, repetindo e repetindo. Não que Hoseok não gostasse do cantor, muito pelo contrário, mas tinha feito as contas e a mesma melodia pornográfica tocava por volta de trinta minutos seguidos! Já estava ficando enjoativo, será que ninguém percebia?

— O que irão querer? — Hoseok saiu de seus pensamentos ouvindo a voz do garçom. Ele trajava um avental preto e seus lábios abordavam um sorriso sugestivo.

— Nada. — Park Jimin, melhor amigo de Hoseok, respondeu. — Mas obrigado. — Retribuiu o sorriso, com um pequeno amostrar de dentes.

— Tudo certo, então. Se precisarem de qualquer coisa, me chamem. — O homem deu as costas e foi atender outro cliente, este sendo um senhor que pedia mais um gole de whisky.

— Acho que aqui não tem nada de diferente, Jiminie. — Hoseok falou, olhando as expressões do amigo. — Aqui não tem porcaria nenhuma, vamos embora, por favor. — Ele praticamente suplicou, juntando ambas as mãos em frente ao rosto e as balançando para frente e para trás.

— Mas eu recebi tantas indicações de que aqui era bom!

— Mentiram para você. — Hoseok deu de ombros. — Podemos ir?

— Hoseok, você é insuportável! — Jimin ficou em pé outra vez, pegando no pulso do amigo e o arrastando para o meio da multidão.

— Hey, cadê o respeito com o seu hyung? — O Jung franziu o cenho, ainda mais quando o outro pareceu lhe ignorar. Revirando os olhos, Hoseok gritou mais alto: — Onde estamos indo!?

— Para o banheiro!

— Você vai na minha casa, aqui deve ser uma imundice!

— Vai ser rápido, eu juro!

Arregalando os olhos, Hoseok ficou surpreso ao ver uma placa indicando onde ficava o sanitário. Ele certamente deveria tomar cuidado ao falar qualquer coisa, porque o banheiro era espetacularmente lindo: ele refletia luzes de led azuis no espelho e tudo era arrumado, tendo móveis de tons pastéis e lavatórios totalmente brancos. A música, diferente de outrora, era abafada, dando finalmente um ar pornográfico e bem sucedido.