Tonight is for our Ghosts

CAPÍTULO 1

Era uma sexta-feira como qualquer outra, mas Itachi não sentia alegria nem alívio pelo fim de semana. Pelo contrário, ele estava angustiado e preocupado com o seu irmão mais novo, Sasuke, que sofria de depressão e se isolava cada vez mais do mundo.

Sasuke não tinha ido à escola naquela manhã, nem sequer saído da cama para tomar café. Itachi tentou conversar com ele antes de sair, mas só recebeu respostas monossilábicas e evasivas. Ele sabia que o garoto estava mal, mas não sabia como ajudá-lo. O pai deles, Fugaku, era um homem duro e intolerante, que não entendia a doença do filho e o tratava com desprezo e cobrança. Itachi odiava ver Sasuke se machucar com as palavras do pai, mas também se sentia impotente para defendê-lo.

Itachi seguiu sua rotina entre suspiros e olhares ansiosos para o celular, esperando alguma mensagem de Sasuke. Ele foi para o estágio na escolinha de futebol onde Asuma, seu antigo professor de educação física, era o coordenador. Depois, foi para o campus da faculdade, onde tinha algumas atividades relacionadas ao simpósio que aconteceria na semana seguinte. Por fim, como estava mesmo na Universidade, buscou sua namorada, Izumi, para buscá-la e levá-la para a sua casa, como sempre faziam 

Itachi tentou se distrair e relaxar um pouco, mas no fundo ele ainda estava preocupado com Sasuke. Ele olhava para o celular a cada cinco minutos, esperando alguma mensagem do irmão.

—Você tá bem, amor?— Izumi perguntou, notando a inquietação dele.

—Tô sim, vida. Por quê?— Itachi disfarçou.

—Você tá meio estranho hoje. Parece que tá com alguma coisa na cabeça— Izumi disse, tocando na mão dele.

—Não é nada demais. Só tô pensando no meu irmão— Itachi confessou.

—Como ele tá? Ele melhorou um pouco?— Izumi perguntou, com preocupação.

Izumi sabia que Sasuke sofria de depressão e se compadecia dele. Ela também gostava muito do garoto e o considerava como um amigo. Ela sempre tentava animá-lo e fazer companhia para ele quando podia.

—Não sei, vida. Ele não me respondeu hoje. Ele não foi à escola, nem saiu do quarto. Eu tô com medo de que ele tenha feito alguma besteira— Itachi disse, com angústia.

—Não fala assim, amor. Ele não vai fazer nada de ruim. Ele te ama muito e sabe que você tá aqui por ele— Izumi disse, tentando consolá-lo.

—Eu espero que sim, vida. Eu espero que sim— Itachi disse, suspirando.

Eles chegaram em casa e foram recebidos pelo filhotinho de Shih Tzu que eles tinham adotado há alguns meses. O cachorrinho se chamava Théo e era muito fofo e carinhoso. Ele abanou o rabo e pulou no colo de Itachi, que o pegou no colo e fez uma vozinha melosa para falar com ele.

—Oi, filho! Tava com saudade do papai e da mamãe? Você é um bom menino, né? Não fez bagunça enquanto a gente tava fora?— Itachi disse, beijando a cabeça do cachorro.

Izumi riu da cena e deixou sua mochila em um canto da sala. Ela adorava Théo e também o tratava como um filho. Ela se aproximou de Itachi e acariciou o pelo do cachorro.

—Oi, amor! Você é muito lindo! Você sabe que a gente te ama muito, né?— Ela disse, sorrindo.

Itachi sorriu também e passou o cachorro para ela. Ele olhou em volta e percebeu que havia um som alto vindo do andar de cima. Era a música que Sasuke gostava de ouvir quando estava jogando no seu quarto.

—Acho que o seu padrinho tá se divertindo lá em cima— Itachi disse, referindo-se a Sasuke. —Vou lá ver como ele tá. Você fica aqui com o Théo um pouco. Ele tava precisando de um pouco de carinho.