CAPÍTULO 2

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Tsunade acordou naquela manhã com um pressentimento estranho, um peso no coração que ela não conseguia explicar. Ela se levantou e se arrumou, tentando ignorar aquela sensação incômoda, mas ela só ficava mais forte. Era como se algo de ruim fosse acontecer.

Ela chegou ao hospital onde trabalhava como médica-chefe e cumprimentou os colegas com um sorriso forçado. Ela tinha uma agenda cheia naquela sexta-feira: consultas, reuniões e supervisão dos estagiários de medicina. Ela tentou se concentrar nas suas tarefas, mas não conseguia se livrar daquele mau presságio.

Por volta das dez horas da manhã, ela se permitiu parar para um café na lanchonete do hospital. Ela se sentou com Shizune, sua amiga e enfermeira-chefe, e outras pessoas da equipe médica. Ela conversava sobre assuntos triviais, tentando relaxar um pouco, quando ouviu o seu bip tocar.

Ela olhou para o aparelho e viu que era uma chamada de emergência. Ela sentiu um frio na espinha e se levantou rapidamente, deixando o café pela metade.

— O que foi? — perguntou Shizune, preocupada.

— Não sei, mas tenho que ir — disse Tsunade, correndo em direção à entrada do hospital.

Ela chegou a tempo de ver a ambulância parar na frente do prédio. Ela viu os paramédicos saírem com uma maca. Ela reconheceu o rosto do garoto que estava ali: era Sasuke, o filho de Mikoto, uma das suas melhores amigas e diretora de enfermagem do hospital.

Ela sentiu um choque percorrer o seu corpo e correu até a maca, empurrando os paramédicos.

— O que aconteceu? — perguntou ela, tentando manter a calma.

— Tentativa de suicídio — respondeu um dos paramédicos. — Enforcamento.

Tsunade sentiu um aperto no coração. Ela conhecia Sasuke e sua família há anos e nunca imaginou que algo assim pudesse acontecer. Ela sabia que ele tinha problemas com depressão e ansiedade, mas não sabia que ele estava tão mal a ponto de tentar tirar a própria vida.

Ela olhou para o rosto do garoto e viu que ele estava pálido e sem expressão,  notou as marcas vermelhas no seu pescoço e as lágrimas nos seus olhos fechados. Por mais que tenha sentido uma vontade imensa de chorar naquele momento, se conteve, seu profissionalismo falou mais alto.

— Tudo bem, me passem as informações — disse ela, com firmeza.

Os paramédicos começaram a informá-la sobre o estado do garoto: ele havia sido encontrado pelo seu irmão mais velho, Itachi, pendurado pelo pescoço em seu quarto. A namorada do irmão dele havia tentado reanimar com massagem cardíaca e respiração boca a boca, mas não obteve resposta.

— Ele estava sem pulso quando chegamos, iniciamos as manobras de ressuscitação no local e conseguimos reverter a parada cardiorrespiratória depois de cinco minutos. Ele está em hipóxia severa, com saturação de oxigênio em 70%. Ele também tem cortes nos pulsos, perdeu bastante sangue. A pressão arterial está em 80 por 50 mmHg. A temperatura corporal está em 34 graus Celsius.— Um dos paramédicos explicou

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