O dia começava tranquilo, com o som de passarinhos cantando felizes pela manhã, não existia uma nuvem no céu, e um sol quentinho de outono, foi assim que o dia amanheceu na cidadezinha pacata em que se passa esse capítulo da nossa história.
Ouviu-se um barulho de uma porta abrindo, e saiu de dentro da casa alguém, era um homem alto, magro, com longos cabelos lisos que quase chegavam em sua cintura, tinha olhos dourados, e um rosto rosado e gentil, de fato, era um homem muito gentil. Apanhou seu jornal que o carteiro deixou em na sua caixa de correio; ele suspirou fundo com um leve sorriso, sempre acordava bem humorado e com disposição para começar um novo dia.
Voltou para dentro de sua casa, e começou a preparar seu café da manhã, era simples (algumas torradas, ovos mexidos e café com leite) mesmo que seu café da manhã fosse simples, o cheiro era maravilhoso, poderia deixar qualquer pessoa morrendo de vontade de comer. Se sentou em sua mesa, que estava completamente vazia de companhia, apesar das várias cadeiras vagas, todos os dias ele se sentava no mesmo assento (o segundo assento do lado direito que ficava um pouco a frente do armário da cozinha.) As vezes se sentia solitário, lembrando de quando fazia parte de uma mesa de café da manhã totalmente cheia, com todos os seus familiares, mas afastou esses pensamentos.
Como rotina após o café da manhã, lavou a louça e se arrumou para ir a escola, ele lecionava como professor em uma escola.
Saindo de sua casa viu sua vizinha, a Sra.Brown, a Sra.Brown era mulher gorda, quase sem pescoço, mal-humorada, com uma expressão rabugenta, seus cabelos sempre estavam presos em um coque, talvez porque se estivessem soltos poderiam ser facilmente confundidos com a palha de uma vassoura velha.
A Sra.Brown era a típica vizinha que furava as bolas de futebol das crianças quando caiam em seu quintal, e certa vez até mesmo colocou uma tachinha na campainha de sua casa para que quando as crianças fossem apertar sua campainha machucassem seus dedos, a única vez que Sra.Brown era minimamente simpática era quando ia a igreja, mas não porque gostava das missas, mas porque sempre se encontrava com o grupo de senhoras fofoqueiras da igreja do padre José, e poderia fofocar e fofocar sem parar após a missa.
Era desnecessário dizer que Sra.Brown odiava crianças, pedintes, qualquer um que estava em uma classe social abaixo dela, e é claro, seus vizinhos, principalmente aqueles que ela considerava intrometidos e estranhos, e era exatamente assim que ela classificava Elliot Adams, "um vizinho estranho e intrometido".-Bom dia Sra.Brown.- Disse ele sorrindo bem humorado, mas assim que sra.Brown colocou seus olhos nele seu rosto de contorceu de desgosto, ficava muito claro que Sra.Brown odiava Elliot Adams.
-Cala boca, e fique longe da minha propriedade rapaz.- Disse Sra.Brown com sua voz rouca, provavelmente devido ao cigarro que fumava todos os dias.
-É sempre bom ver que a senhora está de bom humor.-Disse Elliot sorrindo enquanto passava rapidamente pela calçada da propriedade dos Brown, com medo de que a senhora tentasse lhe dar uma vassourada com a vassoura que estava usando para varrer a frente de sua casa.
Elliot suspirou enquanto balançava a cabeça, e seguiu para seu trabalho, no caminho ele notou uma movimentação estranha, sentia como se alguma coisa, ou alguem estivesse o observando, na verdade tinha a impressão também de que um tinha um corvo o seguindo, pois parecia que sempre conseguia ouvir o bicho grasnar ou o via parado o olhando de cima de algum poste, ou placa, mas achou que talvez fosse tudo uma mera coincidência, talvez fosse o caminho para o ninho do bicho? Era isso que Elliot estava pensando.
O dia para Elliot seguiu-se dando suas aulas para uma turma de crianças energéticas, Elliot dava aulas de história e era sempre um desafio fazer com que as crianças prestassem a atenção nas aulas, ainda mais quando as férias estavam quase se aproximando.
Um de seus alunos pediu para que abrisse a janela, já que a sala estava um pouco abafada, e realmente seu aluno tinha razão, a sala precisava de ventilação, mas quando olhou para fora de sua sala de aula teve a impressão de ver o mesmo corvo parado de longe, olhando em direção a ele, e um vulto estranho que correu para trás de uma árvore assim que Elliot fitará por alguns segundos, Elliot quase desejou que não tivesse olhado para fora naquele momento, pois aquilo tinha o feito sua mente e coração disparar com vários pensamentos, mas o que mais o assustou foi o fato de que depois de vários minutos quando olhou para fora novamente teve a certeza de que o corvo estava conversando com alguém.