Amizade virtual

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João estava entediado em casa, era seu dia de folga, já tinha feito todas as tarefas de casa, terminado a série que estava assistindo e não tinha nem um lugar pra ir, foi aí então que ele resolveu baixar um app para conversar com pessoas aleatórias.

Logo após baixar, fez seu cadastro, colocou uma foto com seu cachorro no perfil e colocou seus hobbies na bio.

O app mostrava pessoas de vários lugares do mundo pra ele, não tinha como escolher, era totalmente aleatório.

A primeira pessoa que conversou foi um coreano, falaram sobre seus gostos musicais, e somente isso, depois apareceu um mexicano, até trocaram um papo legal, mas o carinha teve que sair pra trabalhar, prometendo continuar a conversa assim que chegasse.

Bom, depois de alguns " Bem, e vc ? Bem também ", depois de ser pulado algumas vezes, finalmente apareceu alguém que rendeu uma conversa boa, Alice, uma brasileira, advogada, amante de livros e fã de clássicos do rock.

Levaram a tarde toda conversando, a noite e a madrugada também, era impressionante como tinham tanto em comum.

E surpreendendo João, o papo deles durou bem mais que um dia, já fazia uma semana que os dois conversavam todos os dias.

— E aí, meu querido, como foi seu dia ? — Era a mensagem que João recebia todos os dias após chegar de mais um dia cansativo de aulas, sim, João é professor, de História, pra ser mais exato.

E os dois continuavam o papo, e não, não tinha nenhum interesse a mais, era uma conversa totalmente amigável, apenas.

E como se não podesse melhorar, eles descobriram que moram na mesma cidade, estavam combinando um dia que fosse bom para os dois, para finalmente se conhecerem, infelizmente teriam que esperar até o fim do mês, pois Alice teria que viajar por causa de um caso.

Quebra de tempo:

Os dias finalmente passaram, chegou o grande dia, o dia que os dois amigos se conheceriam.

Alice e João marcaram de se encontrar em uma padaria bem famosa da cidade, logo ao lado de uma grande livraria, pois o combinado dos dois era ver livros após conversarem.

João tem o costume de sempre chegar antes do horário marcado, e foi o que ele fez, pediu um café puro e o degustou enquanto esperava dar a hora.

30 minutos, 1 hora de atraso, João chegou à conclusão de que Alice não viria mais, até que recebeu uma mensagem da mesma, " mudança de planos, baby ".

Alice compartilhou uma localização um tanto estranha, era um lugar meio afastado de tudo, João repensou bastante os contras de ir até esse lugar, sensato da parte dele.

Pagou seu café, entrou em seu carro e partiu até o local que fora informado, talvez Alice tinha uma surpresa. Oh, cara imprudente.

Chegando até o local estacionou seu carro, o deixou na estrada e começou caminhar por uma rua de barro, gritava por Alice, mas não obtinha resposta.

Em determinado momento ouviu uma voz, " Oi, eu tô aqui" – Era o que a voz de Alice ficava repetindo.

João seguiu a direção de onde vinha a voz, e achou o celular de Alice jogado no chão, com a tela um pouco rachada, e com sua conversa aberta, mas nenhum sinal da mesma.

— Onde tá você, menina ? — O mesmo se perguntava.

Olhou o celular de novo e viu que tinha uma mensagem de texto escrita em sua conversa, enviada pouco tempo antes dele achar o celular, " Siga em frente ", era o que estava escrito.

Se deixou levar pela emoção, e não pela razão, seguindo assim em diante.

Andou uns dois minutos e chegou numa cena que o deixou alarmado, alguns urubus em volta de algo, mesmo assim nosso caro João continuou.

Quando se aproximou os urubus voaram, deixando assim a visão clara, uma visão deveras perturbadora, era Alice, pálida, com o olhar vazio, desmembrada, sem vida.

João não sabia o que fazer no momento de desespero, se saia dali correndo, se ligava pra emergência, pra polícia ?

A última opção era a mais sensata no momento, saiu correndo até seu carro e se trancou lá, com medo do assassino ou da assassina estar ali e fazer algo com ele também.

A polícia chegou cerca de 20 minutos após sua ligação, retiraram o corpo de Alice, recolheram o celular dela e fizeram algumas perguntas pra João, deixando claro que ele precisaria ir na delegacia depois.

Infelizmente, ainda não se sabe quem matou Alice, a única coisa que sabemos é que acabou precocemente uma amizade que tinha tudo pra ser linda, que tristeza!

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