Over the rainbow. {Wandatasha}

capítulo 24.

- Onde está minha esposa, Rosália? - Wanda perguntou após procurar por toda a casa.

- Yelena passou aqui agora a pouco, madame. Tiveram que ir para uma batalha.
Parece que os mesmos que sempre tentam nos atacar feriram um dos nossos desprevenido. - Disse negando com a cabeça. - saíram às pressas. Tem um enorme exército a caminho daqui, pelo que ouvi. - Wanda bufou. Uma onda de preocupação tomou posse dela, afinal Natasha não havia ido tomar chá com uma amiga, tinha ido para uma batalha.

"É bom manter o equilíbrio em tempos de guerra. Perder a cabeça pode ser perigoso."
Lembrou da frase que Natasha lhe disse poucos dias antes do casamento, e espantou a lembrança tentando não entrar em pânico. Isso era apenas sua mente culpada pela briga fazendo-a alucinar.

- Tudo bem. Avise-me quando ela chegar. - Pediu.

- Não acho que ela volte logo dessa vez, madame. As coisas pareciam feias de acordo com a senhorita Yelena.

- Obrigada. Vou subir então. - Wanda anunciou.

- Não quer comer algo? A festa foi cancelada porque a maioria foi para a guerra, mas ainda sobrou comida de monte. - Agora sim Wanda entendia por que todos estavam correndo às pressas na rua. lam para a batalha.

- Não, obrigada, Rosália. Vou descansar.

- Tenha uma boa noite então, senhora.
Disse. - Oh, espere! - Pediu, fazendo
Wanda se virar para ela novamente. - A senhora Natasha pediu hoje de manhã para eu te entregar isso a noite. Era para estarem juntas, mas ela precisou ir. - Disse, entregando um pote totalmente decorado, dentro do recipiente havia as melhores trufas da cidade, Wanda reconheceria de longe seu doce favorito.

- Obrigada. - E, com o pote em mãos, foi escada a cima.

[...]

Seis dias já haviam se passado. A raiva de Wanda já havia se convertido em pura preocupação. Não podia negar que ainda sentia um pouco de mágoa, mas admitia ter pegado pesado demais com o que havia dito à Natasha. Ainda queria acabar com o casamento, mas não queria perder o contato com a mais velha. Não havia sido uma atitude nobre lhe enganar daquele jeito, mas pelo menos Natasha nunca lhe forçara a nada.

Já era noite e Wanda olhava no céu, através de sua grande janela de vidro, o imenso Zepelim regressando. Sabia que a ruiva poderia estar nele e se permitiu criar expectativas.

Quase trinta minutos depois escutou o mesmo barulho de coisas se quebrando na biblioteca, mas preferiu não ir até lá dessa vez. Talvez sua presença só piorasse as coisas. Ela mesma não tinha ideia de como reagiria frente à sua esposa depois das barbaridades que lhe havia dito.

Entendeu em seu interior que, provavelmente, não sentia mais as mesmas coisas por John, porque havia pensado nele em todos esses dias desde que Natasha se fora apenas nas vezes onde lembrava que havia sido vítima de uma grande mentira.

Não com carinho, não com saudade.
Saudade ela admitia estar sentindo de
Natasha, sua agora talvez esposa ex-amiga.
O barulho da porta de seu quarto sendo aberta a fez olhar rapidamente na direção da mesma, sendo surpreendida por uma Natasha completamente machucada, com o lábio cortado, um olho roxo, hematomas por todo o corpo e um curativo no ombro esquerdo, acompanhada de ninguém mais e ninguém menos que Maria.

- Oh meu Deus, o que houve? - Wanda perguntou se aproximando. Natasha nada disse, apenas levou suas mãos à altura de seu peito, tentando abrir os botões de sua camisa, sendo impedida por Maria.

- Deixa que eu te ajudo. - Maria Falou rapidamente. - Natasha levou um tiro, mas já foi tratada. - Respondeu à Wanda.

- Não precisa. Deixa que eu faço. - Wanda disse se aproximando mais delas. Não era por ciúme nem nada, mas não queria que Maria visse Natasha em trajes íntimos. Ao erguer a mão na frente do peito de Natasha e cogitar a ideia de começar a abrir os botões,
a ruiva levantou seu braço direito rapidamente, segurando o pulso de Wanda.

A mesma a olhou surpresa e Natasha reclamou baixo de dor pelo movimento brusco. Todo seu corpo doía, apesar do tiro ter pegado do lado esquerdo.

- Você não! Ela! - Impôs séria para Wanda, fazendo a mesma se surpreender.

- Eu não.. não quero essa mulher no meu quarto. - Mentiu o verdadeiro motivo de não querer Maria ali enquanto Natasha se despia. - Olha, não quero brigar. Me deixa cuidar de você. - Sussurrou para Natasha, mesmo ciente de que Maria a escutaria. Natasha manteve a expressão neutra.

- Não precisamos brigar. - A mais velha disse fitando o rosto de Wanda. - Maria, chame a Yelena, por favor?

- Natasha, me deixe...

- Wanda, eu vou chamar a Yelena, a Rosália, o capeta se for necessário... - Se alterou. - Mas em mim você não toca. - Seu tom de amargura era notório. - Não precisa sujar suas preciosas mãos com nada nojento. - Wanda abriu a boca várias vezes para dizer algo, mas nenhuma palavra saiu. Maria sorriu discretamente ao ver a relação das duas se desmoronando. Se tudo continuasse assim, logo teria Natasha para ela. - Por favor, Mari, faça o que pedi. - E, sem dizer mais nada, Maria saiu do quarto. Natasha respirou fundo e encostou a porta, logo depois caminhou com dificuldade até sua cama e se sentou ali, tendo levado mais tempo do que o normal e Wanda reparou que mancava em uma de suas pernas, sentindo toda a culpa lhe invadir pelo que havia dito à garota.

Não era verdade o que havia falado, ela jamais sentira nojo de Natasha, disse apenas no calor do momento. Sorrateiramente caminhou até a beira da cama e se sentou ao lado de sua esposa. Analisou o rosto todo machucado da mulher ao seu lado e fez mais uma tentativa. Levou sua mão até a mecha de cabelo caído da garota e colocou a mesma atrás da orelha.

- Me deixa te ajudar. - Sussurrou em um tom manso. - Por favor. - Sentiu Natasha querer ceder diante de sua declaração e vibrou internamente ao ver que seu toque
tinha efeito em Natasha.

- Ajudaria se parasse de tentar se aproximar. Eu realmente não preciso da sua pena. - Disse, com toda a dor no coração, para logo se levantar, caminhando para o banheiro. Wanda sabia que Natasha não conseguiria tirar sua roupa sozinha, mas também sabia que ela estava ferida demais para aceitar qualquer coisa que viesse da mesma, e não era de feridas externas que estávamos falando.