Capítulo 3 - Parilla

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Camila

Passei uma semana inteira sem acreditar naqueles dois exames que fiz no hospital no dia do acidente, era muita brincadeira do destino eu estar grávida daquele traste e o pior ele estar em coma e eu sem poder dar na cara dele por tudo que ele está me fazendo passar.

Após todas as noticias eu pude sair da observação, afinal, eu não tinha nada grave, somente estava grávida, correto?!

Será que me aceitariam internada até que a gravidez chegasse ao fim? Afinal, eu tenho vomitado praticamente todas as manhãs, tenho tido enjoos e tonturas... podem considerar que estou doente né? Soltei um riso baixo e neguei mentalmente pela minha ideia idiota e entrei na casa dos meus pais.

- Cheguei! - gritei para que todos me ouvissem, pelo silêncio parecia que todos estavam na cozinha tomando café da manhã, afinal ainda era cedo

Quando me aproximei tive que controlar a vontade de por o pouco que consegui comer pra fora, já que o cheiro de ovo mexido andava mexendo comigo de uma forma louca - Mamá eu disse que estava chegando, mesmo assim a senhora fez ovo mexidos - fiz um bico manhoso enquanto me encostava no portal da entrada cozinha

Apenas a vi negar e revirar seus olhos na minha direção e logo depois apagar o fogo da frigideira fui acompanhando-a em uma distância segurar até a mesa do café e ouvindo seus sermões - Camila você precisa se alimentar melhor, está tomando as vitaminas que a médica te recomendou? Meu netinho não pode passar fome menina - me acertou com um pano de prato no braço

- Ai mamá é claro que estou né, não sou nenhuma irresponsável - revirei os olhos e puxei uma cadeira pra me sentar, mas antes dei um beijo em meu pai e outro em minha irmã

Vi Sofia puxar o prato com ovos mexidos e me olhar feio pela cara de nojo que não eu conseguia controlar e soltou uma risada - Quem vê você fazendo essa cara nem imagina que ama ovos mexidos Mila, esse neném está estragando seu apetite - após se servir empurrou o prato na direção do pai

- Cala a boca Sofi! - resmunguei pro lado dela e voltei meu olhar aos mais velhos da mesa - Estou pensando em ir até a casa da moça do acidente hoje, preciso saber se ela precisa de alguma ajuda, me sinto responsável - belisquei um pedaço de bacon frito que havia na mesa

Recebi um olhar carinhoso da minha mamá - Sim hija, acho que é importante você saber isso, já que Arthur não tem mais nenhum familiar vivo nos tornamos responsáveis, mas é importante você ver questões financeiras com ela, ela tem seus direitos - afagou minha mão e logo voltou a tomar seu café

Após conversar um pouco com a minha família e tomar um pouco do suco natural que minha mãe fez questão de fazer pra mim liguei pra minha amiga, combinei dela me encontrar aqui pra irmos juntas até a casa, pedi para que ela não demorasse demais, pois era final de semana e não queria incomodar ninguém em pleno sábado.

Esperei por Mani durante um bom tempo, a vaca levou horas até chegar na casa dos meus pais, acabamos saindo próximo do horário do almoço, o que pra ela e minha irmã era um erro e com toda certeza incomodaríamos, mas já havia perdido toda a minha paciência para esperar mais depois da demora da negra.

Conseguimos com a assistente social do hospital, o endereço da família Jauregui, pelo sobrenome também eram latinos, o que me deixou um pouco mais tranquila, pelo menos não seria xingada por minha nacionalidade.

Seguimos a voz do GPS até que paramos em uma bela casa em um bairro muito bom de Miami e ouvi a voz da minha melhor amiga - Hum, parece que problema com dinheiro ela não terá Mila, parecem ser muito bem de vida - desligou o carro e ficamos as três olhando na direção da residência

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