Aquele ali | Neytinho

Único

Era uma data especial. Casamentos são sempre especiais, principalmente aqueles com poucos convidados, deixando o ambiente confortável sem gastar tanto. Contudo, como deixar um casamento privado se um dos convidados for o próprio Neymar? Sempre estão de olho em seus movimentos, sempre com os celulares levantados perto dele o segurando pelo ombro para mostrar os quão íntimos são dele. Quando, na verdade, nem sabem sua cor favorita.

    Philippe não sabia se ficava orgulhoso ou preocupado por saber a cor favorita de Neymar, como ele também sabe a dele.

    De qualquer forma, ainda é um casamento com uma tentativa de ser íntimo, sem câmeras nem paparazzi. Os noivos eram amigos tanto de Philippe quanto de Neymar, já que se conheceram quando os dois jogadores ainda estavam juntos. O noivo veio a procura de ambos, no privado, para perguntar se estariam de acordo em ir mesmo com o outro na cerimônia. Obviamente eles estavam de acordo, não se odiariam nem se os obrigassem. Philippe tentou se lembrar da última vez que se viram, antes da Copa do Mundo e antes da sua maldita lesão na coxa. Neymar mandou forçar para ele quando soube de sua lesão, pois, mesmo com uma história por trás, sempre foram amigos e um término não acabaria com isso.

    — Tudo bem? — indagou um dos amigos de Neymar, que olhava atentamente pela janela do carro. — Sabe, eles vão tentar ao máximo evitar fotógrafos de fora.

    — É, to sabendo. — Neymar continuou a olhar para fora. Seu amigo apertou o volante o olhando tentando atrair sua atenção.

    — Tá procurando alguém?

    Neymar finalmente olhou para ele:

    — Por que a pergunta?

    — Ah, sei lá. — Deu de ombros. — Você fica olhando pra rua como se estivesse procurando alguém.

    — Eu só to esperando pra ver a fachada do lugar, sempre são lindas. — Voltou a se acomodar no banco olhando pela janela.

    — Ele já deve estar lá.

    — Ele quem? — questionou Neymar parecendo cansado mesmo antes da cerimônia e da festa.

    — Você sabe... — Parou no sinal vermelho e olhou para o jogador. — Philippe.

    Neymar bufou:

    — Eu já disse que não me importo, somos grandes amigos ainda. — Começou a batucar a janela. — Sem ele ou com ele, ainda vai ser o casamento de um amigo.

    O silêncio se instaurou no carro, os dois apenas tentaram aproveitar a viagem. Seu amigo não insistiu, mesmo sabendo que suas palavras seriam esquecidas ao ver o antigo parceiro.

O lugar estava lindo, como Philippe previu. Seus amigos tinham um ótimo gosto para decoração. A cerimônia foi perfeita, mesmo sentando mais para o fundo, admirou o vestido e o terno dos dois. Porém, sua maior atenção se deu a uma pessoa que atraiu diversos olhares, inclusive o seu. Não foi uma novidade para ele vê-lo tão "atenção", para Philippe, Neymar era um sinônimo de atenção, onde ele se movia as pessoas se moviam juntas, mesmo sendo apenas com os olhares.

    Coutinho se virou para frente finalmente percebendo que tinha poucos lugares para a cerimônia, um deles era ao seu lado. Isso não o incomodou, mesmo quando suas mãos ficaram suadas ao mexer em seu celular. Ao seu lado haviam poucas cadeiras vazias, já que veio sozinho, mas ainda ficou surpreso quando o viu ao seu lado.

    Os dois sorriram e se abraçaram como bons amigos. Philippe queria apertar a camisa social branca de Neymar, amassa-la entre seus dedos enquanto sente os dedos do outro em seus cachos. Quando se separaram ainda sorriam.