Nightimare (Zurena)

Transmutação

Zulema seguia caminhando rapidamente pelas ruas de Madri, algo de errado estava acontecendo naquela cidade e ela sabia muito bem o que poderia ser. Há muito tempo a paz não reinava por ali e tudo o que poderia ser visto era guerra e mais guerra.

Assim como Zulema, haviam outros como ela que prezavam pela ordem e organização, estavam fartos de tantas mortes e brigas por poder.

A morena em passos largos adentrou um beco onde avistou uma loira caída em uma poça d'água toda ensanguentada. Por um momento olhou ao arredor, seja lá o que tenha acontecido por ali não fazia muito tempo, Zulema se arrependeu por um instante ao se aproximar e ver do que se tratava.

_Tá de sacanagem?

Falou assim que viu o tamanho da mordida na jugular da garota. Zulema por um momento pensou em deixa-la por ali, para que alguém a encontrasse e talvez lhe enfiasse uma bala de prata no peito, mas algo dentro dela implorou para que a carregasse e a levasse para um lugar seguro até que a transformação estivesse concluída.

E assim o fez, sem medir esforços ou pensar se o que estava fazendo era certo ou errado, Zulema a tomou em seus braços e a levou para seu esconderijo.

_O que está fazendo Zulema? Não, não, não.

Saray pronunciou assim que viu a morena adentrar com a garota nos braços.

_Cala a boca cigana.

Zulema pronunciou assim que colocou a loira deitada sobre um colchão que ali tinha.

_O que falamos sobre termos um animal de estimação? Não Zulema, se nosso clã souber que estamos ajudando esses animais, estamos fodidas.

A morena ignorou qualquer palavra proferida por Saray durante aquele momento, vampiros e lobisomens tinham uma certa  rivalidade idiota, pelo menos para uma minoria aquilo não era um problema.

_E desde quando me importei com o que pensam?

Zulema deu de ombros, mas logo se virou ao escutar a garota tossir.

_O que vamos fazer com ela, heim?

Saray questionou se aproximando da sua irmã que a fitou pela primeira vez na vida confusa.

_Não sei, não tive a intenção de encontra-la. Eu apenas via se tudo estava em ordem, sabe que essa história de recém transformados atacando humanos uma hora vai foder a gente de vez, então antes nós os encontrarmos, do que caírem em mãos erradas... Acha mesmo que eu iria ficar procurando sarna para eu me coçar?

Saray riu da comparação, sabia que a função delas era manter a ordem, equilibrio. Faziam anos que monstros e humanos viviam em harmonia e não seria agora que isso iria por água abaixo.

_A questão não é procurar, é você ter resgatado um lycan, se descobrirem você está ferrada.

Zulema bufou, ela não sabia qual era a sensação e a dor de ser uma transformada, até por quê ela era uma das poucas que eram da linhagem, que havia nascido assim. Mas ela sabia o que era ver e presenciar isso, ela ajudava pessoas transformadas a passarem por isso.

_Quieta Saray, não é pra tanto. Imagina se eu tivesse te deixado naquele rio aquele dia, o que seria de você?

Saray engoliu seco, Zulema era o mais próximo que tinha de família e tudo o que sabia, ela tinha lhe ensinado.

_Você sabe que é um risco que iremos correr, se seu pai souber que está ajudando uma lobisomem ele acaba com sua raça e a minha então, nem se fala.