O início

144 14 36
                                    

Hoje o dia começou bem cedo para mim, as sete e meia da manhã eu e minha colega de trabalho Rosália acordamos, ajeitamos nossas camas e fomos começar a faxina na casa.

Rosália:
---Bom dia Elizzie, o Sr. Edmund pediu que a senhorita comece a faxina pelo quarto dele essa manhã.

Elizzie:
---Obrigada por informar Rosália, é melhor eu adiantar, sabe como aquele velho é.

*Ela dá um sorriso tímido, e logo me apressa novamente*

Peguei a vassoura, apressei os meus passos e subi as escadas até o quarto do Sr. Edmund rapidamente, em seguida bati levemente na porta do quarto.

*Toc Toc*

Edmund:
---Pode entrar!

Elizzie:
---Olá Sr. Edmund, o senhor pediu que começassemos a faxina pelo seu quarto essa manhã?

Eu falo isso entrando no quarto lentamente, quase recuando, A fama do Sr. Edmund não era muito boa com as empregadas, Ele olhava estranho para todas nós, ouvi boatos que esse velho nojento já molestou e agarrou algumas de nós, e quando não dávamos a ele o que ele queria, éramos demitidas, então é sempre bom estar alerta, ainda mais com doentes assim.

Edmund:
---Na verdade, eu quero conversar com você, querida.

Elizzie:
---E como eu poderia ajudar o senhor?

Ele me dava nojo, o jeito que ele me olhava me dava calafrios, como ele sorria, fazendo aparecer o dente de ouro que ele tinha no canto da boca, fazia eu me sentir completamente desconfortável e insegura.

Edmund:
---Não sejamos tão formal, não me chame de "senhor" querida, me faz parecer velho.

Não faz você parecer, você é velho, o terno dele está quase explodindo sobre a barriga, eu odeio quando ele me chama de "querida".

Elizzie:
---Me perdoe Edmund, então... você quer falar comigo, certo?

Edmund:
---Certo, Bom... Você não tem sido muito prestativa para a minha casa, já vi móveis que era para você ter limpado coberto de poeira, então...

Como assim, Eu não limpei direito? Esse velho está mentindo! Eu sempre passo pano duas vezes, para ter certeza, eu não acredito que ele está me falando uma coisa dessas.

Elizzie:
---Mas senhor, e-eu preciso desse emprego.

Não acredito que ele está usando uma desculpa tão barata, eu acordo todos os dias 7:00 da manhã e vou dormir 1:00, limpando essa casa, me virando a mil, para ele me dizer uma coisa dessas... Eu juro que se eu realmente não precisasse desse emprego ele ia ouvir umas curtas e boas agora.

Edmund:
---Não se preocupe querida, tudo tem um jeito.

*Ele me agarra pelos braços*

QUE PORRA É ESSA?!

Elizzie:
---O senhor está me machucando, por favor me solte.

Ele está simplismente ignorando o que eu estou dizendo?! e está cada vez mais perto, ele me assusta tanto, sinto meu coração disparar, me sinto tão vulnerável e não tenho a quem recorrer...
Ele está tão perto que eu consigo sentir sua respiração quente no meu pescoço, e seu bafo de whisky.

Elizzie:
---Sai de perto de mim!

Eu não posso ficar parada e deixar esse verme se aproveitar da minha condição, eu realmente preciso da grana, mas não sou prostituta.
Eu gastei todas as minhas forças me contorcendo para empurrar ele, e é inútil, é como se não fizesse efeito algum a ele, eu entrei em desespero sem saber o que fazer, eu dou um chute em sua virilha e o empurro sobre o chão, ele cai, como o merda que ele é.

Puta merda, o que foi que eu fiz?

*Ele começa a se levantar claramente coberto de fúria*

Edmund:
---Sua vagabunda! Eu vou matar você!

Merda, eu reagi por impulso.
Eu saio correndo, pego a chave sobre um criado-mudo que ficava ao lado da porta, coberta de desespero e com um frio na barriga, sem saber o que fazer, tranquei ele dentro do quarto, corri tão desesperada e sem direção que nem peguei roupas, documentos e nem nada, apenas fui em direção a rua. Eu sinto minhas pernas adormecerem mas eu estou tão nervosa... que não consigo parar, percebo eu me afastando da casa, e dos grandes portões dourados que ela tinha, e as únicas coisas que passam pela minha cabeça é o que eu vou fazer? Meu pai está internado, não tenho casa, emprego, dinheiro ou um rumo na vida, todas as minhas economias estão lá dentro, mas eu não posso voltar, o Sr. Edmund é um cara perigoso, conhece muita gente errada e enriqueceu de forma suja, então se ele disse que me mataria eu não duvido, estava pensando tantas coisas que nem percebi as lágrimas rolando pelo meu rosto.

Senhora:
---Olá jovem, está tudo bem com você?

O olhar dela era coberto de preocupação, então me esforcei ao máximo para dar um sorriso fraco, e me virei para ela.

Elizzie:
---Olá, está tudo sim, não tem com o que se preocupar, mas obrigada por perguntar.

A senhora me dá um sorriso doce, quase me faz esquecer os problemas por um segundo.

Senhora:
---Então, tudo bem, se precisar de alguma coisa eu moro naquela casa amarela ali, é só bater lá.

Ela aponta para uma linda casa amarela como a gema de um ovo, com portões prata e alto, e um lindo gramado, não era uma mansão ou uma casa chique, mas era reconfortante, me lembrava a casa da minha avó, onde eu corria quando era mais nova. Ela sorri e vai embora, tão rápido como quando chegou. Eu olho ao redor para ver se tem alguém observando, quando eu percebo que estou completamente sozinha, sento na calçada e caio em lágrimas, aos prantos, só consigo pensar em como eu vou pagar o tratamento do meu pai?
Como se fosse o destino (se eu acreditasse) eu vejo um panfleto chamativo com várias coroas douradas, colado em um poste, isso chama minha atenção, fazendo eu me levantar e ir olhar mais de perto, com as mãos sujas de pedrinhas e poera que estavam na calçada, eu seco minhas lágrimas das minhas bochechas que estavam avermelhadas como um morango de tanto chorar, e presto atenção para ler o panfleto, que dizia o seguinte:

Caros moradores de Euphazias, passando a mensagem do conselho de administração e limpeza do Reino de Euphazias, que temos vagas (dependendo da sua experiência) você pode ser designado(a) para ter a honra de servir a própria família real, não perca o seu tempo, as vagas são poucas e a concorrência é grande.

Agradeço a atenção.
Ass: Governanta Real, Marie.

Parei de ler quando disse "temos vagas" isso é exatamente o que eu precisava, essa é a minha chance de tentar um novo começo uma nova vida. Eu vou pagar o tratamento do meu pai, ele é a coisa mais importante para mim e também a única coisa que eu tenho.

Muito obgd se chegou até aqui!!
Agradeço de verdade, farei continuação se tiver mais de 20 views, amo vocês.

A CriadaOnde histórias criam vida. Descubra agora