O teste...

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Ficar aqui choramingando não vai resolver nada, está resolvido! eu vou tentar a vaga no castelo, talvez eu não passe... Milhares de pessoas adequadas e preparadas para a vaga vão tentar conseguir esse emprego, porque é para servir A REALEZA, as chances são baixas, mas não é impossível, se eu não conseguir, eu não sei nem como eu vou pagar o tratamento do meu pai...
Eu olho para o panfleto e cerro os olhos, decidida, até que vem os pensamentos em minha cabeça, e eu me lembro: COMO É QUE EU VOU? aqui tem ônibus, mas eu não tenho nem onde cair morta, e para melhorar, mês que vem tenho que pagar a prestação do hospital que meu pai está. Até que me lembro, do que a senhora tinha me dito a pouco tempo atrás, sobre a casa dela, então eu caminho em direção a casa amarela, ela não fica muito longe, andei pouquíssimos passos até chegar.
Eu coloco meus braços entre as grades do portão prata, e bato palma.

Elizzie:
---Olá?! Tem alguém aí?

Quando eu estou recuando, tirando meus braços do portão pronta para ir embora e procurar outro meio de arrumar dinheiro, eu escuto a voz doce e memorável daquela senhora.

Senhora:
---Olá jovem, eu sabia que voltaria, fico feliz em te ver! eu posso ajudar?

Ela me lança o mesmo sorriso doce e amigável de antes, porém dessa vez o olho dela imite preocupação.
Eu fico sem jeito, para pedir dinheiro para uma senhora que conheci a tão pouco tempo, o que ela vai pensar de mim?

Elizzie:
---E-eu queria pedir se a senhora...

Minha voz sai fraca e envergonhada, ela percebe e se aproxima de mim.

Senhora:
---Você está bem? Quer entrar e tomar uma xícara de chá?

Elizzie:
---Realmente não precisa, não posso ficar muito tempo, tenho que fazer um teste...

Senhora:
---É uma pena, o chá vai esfriar... Enfim, Você vai fazer um teste? para onde será o teste?

Elizzie:
---Irei tentar conseguir uma vaga como criada real.

Senhora:
---Criada Real, interessante, isso não é para qualquer um, você deve está com pressa então... Uma oportunidade como essas, não pode deixar passar tão fácil, você tem alguma experiência no ramo?

A senhora parece realmente fascinada pelo o fato de eu tentar uma vaga na realeza, ela me olha com um jeito tão meigo e curioso.

Elizzie:
---Na verdade sim, trabalho nesse ramo desde os 12 anos, comecei trabalhando na casa de vizinhos para ajudar nos remédios do meu pai, então já estou acostumada.

Ela me olha espantada, e com preocupação.

Senhora:
---Isso é triste, você é uma jovem esforçada e eu admiro isso... Não quero tomar o seu tempo, se você veio até aqui certamente é porque precisa de algo, o que é?

Eu fico tímida, mas é o único jeito, então com uma voz firme e decidida porém sem ser arrogante eu crio coragem.

Elizzie:
---Me desculpa, eu sei que isso pode parecer estranho a senhora nem me conhece direito e...

Senhora:
---Tudo bem querida, eu já fui uma jovem assim como você, com sonhos, você tem um grande futuro pela frente e eu posso ver isso, eu irei fazer de tudo que estiver em meu alcance para ajudá-la.

Elizzie:
---Você poderia me emprestar um euro e cinquenta centavos, para que eu consiga pagar o ônibus? Desculpa ser incoveniente.

Eu estou tão envergonhada, consigo sentir minhas bochechas corar mas não de um jeito bom, é como se eu tivesse pedindo esmola e eu não quero me sentir assim.

A CriadaOnde histórias criam vida. Descubra agora