𝗩.

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𝐔𝐍 𝐕𝐄𝐍𝐄𝐍𝐎

Um balde de água fria.

   Eu devia ter ficado lá em baixo.

   No momento eu estava muito chocada para raciocinar ou me mexer. E talvez fosse egotista ou egocêntrico da minha parte já que eu acabei de fazer ele passar pelo mesmo, mas eu não esperava isso.

   Ali da porta do elevador eu tinha a clara visão de Richarlison se agarrando com uma loira, e a cena me fez querer vomitar. Meu coração estava apertado, mas eu sabia que merecia. Eu não estava sendo justa.

   Não estava sendo justa com nenhum dos dois, na verdade. Eu não pensei duas vezes antes de largar Antony no escuro, sozinho e vir correr atrás de Richarlison. E então dou de cara com ele se agarrando com outra.

   Eu assisti o momento em que ele empurrou a loira pra dentro de seu quarto e então se trancou com ela lá dentro. Assisti tudo aquilo com o peso de saber que eu merecia isso, eu provoquei tudo isso.

Aquele foi meu balde de água fria.

   Respirando fundo com a mão no peito, penso no que acabei de fazer. Mas, porra, eu estaria mentindo pra mim mesma se dissesse que me arrependo, foi facilmente um dos melhores beijos da minha vida. Antony tinha uma pegada selvagem, podia ser facilmente o motivo do meu colapso.

   Eu tinha amado aqueles minutos com ele.

   Mas a culpa batia ao lembrar de quem eu tinha ido atrás, e quem havia acabado de despedaçar meu coração. Richarlison.

   Nós não tínhamos nada. Mas de alguma forma eu sentia que devia um pedido de desculpas à ele. Mais cedo eu mesma quase havia beijado ele, e poucas horas depois ele me vê me atracando com um dos companheiros de time dele. Eu me sentia suja por isso.

   50% de mim se arrependia, os outro 50% me diziam que tudo bem, eu era uma mulher solteira, não devia nada à ninguém.

   Meu lado narcisista tentava me convencer que o erro não foi meu, que nem teve erro. Mas eu ignorava isso toda vez que lembrava do olhar quebrado de Richarlison, e a cena que se repetia na minha mente, fez algumas lágrimas rolarem pelo meu rosto.

Entro novamente no elevador e volto ao térreo.

Eu tinha muito o que digerir.

Assim que a porta se abriu, dei de cara com Dybala novamente, seco instantaneamente as lágrimas o mais rápido que posso.

- Você estava certo, eu devia ter ficado aqui embaixo. - digo e ele me olha parecendo surpreso e preocupado.

Acho que ele não esperava me ver nessas condições. Pra ser sincera, nem eu esperava.

- Sinto muito... - ele diz e eu o olho com os olhos marejados, me odiando por me mostrar tão frágil na frente de um homem que eu mal conhecia.

   Ainda sentida com a cena tão recente em loop na minha mente, mal calculei quando senti os braços fortes de Dybala me rodearem cuidadosamente e uma de suas mãos acariciar meu cabelo gentilmente enquanto a outra esfregava levemente minhas costas em sinal de conforto.

𝐔𝐍 𝐕𝐄𝐍𝐄𝐍𝐎 | paulo dybalaOnde histórias criam vida. Descubra agora