Mikhail
- Pakhan, o senhor não pode estar falando sério - encarei meu irmão que tinha a mesma opinião que a minha.
- Pai, escute Maksim, que pela primeira vez na vida diz algo coerente com o que sou obrigado a concordar - me virei para olhar o homem sentando em sua monstruosa poltrona à minha frente.
- Não entendo a relutância de ambos sobre isso, eu fui traído e agora que acho alguém competente vocês tentam me fazer mudar de ideia? o porquê disso? - Pergunta, nos ignorando enquanto se servia de mais uma dose de whisky.
- Papa.. - meu irmão começa a falar e eu o interrompo não querendo ouvir mais de suas lamentações.
- Nie vinossí sor iz izbi velhote! - Usei o ditado russo famoso 'não brigue fora da sua isbá ' contra meu pai - O senhor mais do que ninguém deveria saber o motivo de tanta relutância. É uma mulher estrangeira, MU-LHER - Sibilei com raiva - O senhor sempre teve uma opinião muito bem formada sobre mulheres fazendo papéis de homens dentro da organização - Joguei na cara a mesma coisa que ele me disse quando tive a ideia de iniciar minha irmã nos negócios da família.
- Yebát Milkhail - soltou um do seus classicos foda-se - Que comentário machista, não deixem te ouvirem falando isso. E eu mudei de opinião, decidi abrir minha mente e me permitir a mudanças - sorriu ainda sem agradar os filhos.
- Está morrendo, estão te chantageando? é ela não é? Ela está usando algo contra o senhor, por que não existe nada nesse mundo que me convença de que o Pakhan Sergei Dubrov mudaria de ideia, principalmente de algo enraizado em si - cuspi as palavras em descrença.
- Ele está certo, isso não faz sentido - diz meu irmão sentando na cadeira em frente a mesa do nosso pai.
O pai então bufou com tamanha teimosia de seu primogênito Maksim e de seu segundo filho Mikhail.
- Blyat ! - bateu com as mãos sobre a mesa e xingou - Minha decisão está tomada e vocês não dirão um A diante a isso, já basta. Cansei de vocês dois inúteis me enchendo a cachola, saiam, saiam - fez um sinal com a mão para nós e ambos resmungamos em reprovação - Na verdade preciso falar com você Mikhail, assim não terei que ouvir suas baboseiras depois - suspirou passando a mão no rosto.
- Deixe-me adivinhar, o conselho exigiu algo de mim? - perguntei sem rodeios e Sergei apenas balançou a cabeça- O que aquelas múmias querem dessa vez ? - cruzei os braços.
- Para que se torne o Pakhan em meu lugar, você terá que se casar antes da cerimônia e eles querem isso logo, caso contrário.. você estará fora do jogo e o cargo passará ser do Pavel ou qualquer outra coisa pior - bufou.
- Com quem eu irei me casar? Eles ficaram doidos ou simplesmente decidiram ignorar o fato de que a noiva que foi escolhida a dedo por eles me traiu, nos traíram - reclamei nervoso - Eu não irei cair nesse golpe novamente, nem tente.
- Pois bem, mas saiba que você não tem escolha. Se esse cargo não for seu, será de Pavel ou qualquer outro usurpador de merda - bateu a mão na mesa.
- Pois diga ao velho Boris aquela maldita múmia que não irei me casar, com ou sem Pavel - digo furioso.
- Yebát Mikhail, não direi nada. Ficou maluco de vez? - me olhou indignado - Mikhail, você cresceu sabendo que um dia se casaria por aliança e que na Bratva não há casamentos realizados por amor, a afeição vem com o tempo por exemplo, olhe eu e sua mãe. Casamos por pura aliança, tanto que eu já tinha o Maksim, eu não casei com ela por amor e todos sabem - suspirou.
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Entre nós.
Historical Fiction" Tudo foi real? eu espero que não, ainda não superei você. Te amarei com todo meu coração, para todo sempre ".