bitter. - capítulo único

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Com todas as apresentações, agenda lotada e estresse acumulado, Nishimura Riki se encontrava profundamente amargurado. Por detrás de todos os holofotes, câmeras e multidões, havia um ser humano frustrado com si mesmo. Por conta disso, algumas atividades do grupo acabaram por ser adiadas e remarcadas.

Seus companheiros de grupo não o entendiam por completo, pois haviam outros assuntos para tratar. Estavam se preparando para um comeback, portanto as ocupações se tornavam algo frequente. Durante a viagem do grupo para um país distante, Sunoo e Ni-Ki acabaram como colegas de quarto após muito tempo.

Por conta de comentários maldosos, escândalos e até mesmo algumas brigas, os dois colegas acabaram por se afastar conforme o tempo. Os dois, que antes eram como uma pessoa só, agora seguiam caminhos diferentes em sua jornada.

Agora, havia a oportunidade de um reencontro, mesmo que em um dormitório apertado instalado em um hotel qualquer. Durante o dia, os dois garotos permaneceram calados, no mais puro silêncio. Não sabiam o que poderia ser dito em uma situação como esta.

Nishimura Riki, desde que se encontrou pela primeira vez com seu hyung no programa de sobrevivência "I-LAND", desenvolveu um sentimento confuso pelo mais velho. Não sabia exatamente do que se tratava. Podia ser paixão. Podia ser um carinho forte. Podia ser apenas algo momentâneo. Entrentanto, para o japonês, nada era claro o suficiente.

Quando se afastaram por completo durante um tempo, pôde organizar melhor seus pensamentos. Com isso, concluiu que sim, havia uma paixão além do normal por seu hyung e colega de grupo. Como consequência de sua confusão interior, acabou por machucar o mais velho com suas palavras amargas e sem fundo, fugindo da sinceridade.

Hoje, em seu dormitório, podia observar o Kim cuidando de sua pele e mantendo seus cuidados, em silêncio. Os dias permaneciam em silêncio, até hoje. Ao decair da noite, Nishimura resolveu tomar uma atitude. Esta enrolação sem sentido o machucava, assim como espinhos enroscados numa rosa qualquer.

Sunoo. — a voz de Riki saiu mais grossa do que o habitual, assustando o menor. — Precisamos conversar. Por favor, teria um tempinho?

Claro, Riki. O que gostaria de me dizer? — o menor parecia confuso, afinal, as palavras vindas de seu dongsaeng direcionadas a si não eram algo comum nos dias atuais.

Era mentira. Tudo aquilo, era mentira. Você se lembra? Eu menti. Te machuquei e, acima de tudo, me machuquei. Eu menti, Sunoo. — ao cuspir tais palavras, Ni-Ki se encontrava em uma confusão interior. Não sabia se estava confuso, desesperado ou, até mesmo, aliviado.

O quê?

          — Se lembra de quando você se declarou para mim? — o menor acenou a cabeça, em concordância. — Eu menti quando disse que não sentia o mesmo. Menti quando disse que eu nunca gostaria de ti. Eu menti em todas estas vagas palavras.

          Um clima pesado se estabeleceu no quarto. Os dois jovens olhavam para baixo, na esperança de alguém chamá-los para sair, como um milagre. Infelizmente, nem tudo são flores.

          Após 10 minutos de puro silêncio, o menor entre eles decide tomar uma iniciativa. Afinal, palavras precisavam ser liberadas.

          — Eu ainda amo você, caso não saiba. Sei que após todo esse caos eu passei a andar com Sunghoon hyung, mas... não é a mesma coisa. A mídia enlouqueceu, sentem falta de nós, Riki. Assim como eu. Sinto a sua falta, isso está me matando aos poucos... — o Kim cuspiu todas aquelas palavras seguidas de um suspiro longo, não sabia o que fazer por agora. Novamente, o silêncio reinava.

          Entretanto, após um tempo profundo em um silêncio vindo de ambas as partes, Nishimura resolveu tomar uma atitude arriscada para sua carreira como artista. Um beijo.

          Não, não era um simples beijo. O sabor amargo do café do Kim se misturava com o gosto de cigarro, vindo da boca do maior. Ni-Ki não fumava habitualmente, apenas quando se sentia perdido. Acreditava que os cigarros possuíam um poder anti-estressante. Seu hyung Heeseung havia o mostrado.

          — Podemos manter isso em segredo? — o maior proferiu após um curto período de tempo. — Não preciso de mais confusões por agora.

          — Você continua amargo, Riki. Entretanto, não quero te perder novamente, acredito que possamos dar um jeito. — o avermelhado sorriu timidamente, esperando alguma reação do maior. O que ele não esperava era que Riki fosse o abraçar, como se estivesse prestes a lhe perder novamente.

       — Tu não me perderás novamente, raposinha. Eu lhe prometo. Mesmo com meu sabor amargo.

FIM.

NOTAS: Esta oneshot foi feita em apenas um dia, portanto, sei que está um tanto deplorável. Entretanto, esperem que gostem, pois foi uma ideia que tive e quis colocá-la em prática.

NOTAS II: Esta fanfic é um conteúdo totalmente ficcional, portanto, os meninos não fumam (até onde eu sei, mas isto não é da conta de ninguém) e minha intenção não é ofender alguém. Ou seja, fumar não é algo legal. Não fumem!

so bitter | Sunki. Onde histórias criam vida. Descubra agora