💓 Capítulo 1 💓

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Augustine O’Leary
Algum tempo antes

Ando aflita pelo quarto, toco a mobília ao passar

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Ando aflita pelo quarto, toco a mobília ao passar. Nenhum móvel da casa poder ser mudado de lugar ou posso sofrer um acidente. Não que isso já não tenha acontecido, minha madrasta mudou a organização algumas vezes e quase caí da escada, depois disso, a senhora que cuida de mim sempre me fala das mudanças, mas ultimamente não houve nenhuma.

— Minha querida, trouxe seu jantar. Logo será noite e a dona Rebecca me dispensou. Mulher desavergonhada! — Escuto o barulho da bandeja sendo colocada no móvel.

— Vou trancar a porta do quarto e colocar o armário na frente, não se preocupe. — Aviso.

Sento na cama e fico pensativa, minha madrasta cuida de mim desde a morte de meu pai, há quatro anos, ele sofreu um acidente cavalgando. A sela arrebentou e ele caiu do cavalo, quebrando o pescoço na queda. Eu não estava presente na leitura do testamento, e ela tem o dinheiro da herança e todo o luxo que a fortuna garante, e mesmo assim cuida de mim.

— Escutou minha filha? — a voz da senhora Perry me tira dos pensamentos.

— Perdão, estava distante. — Seu aviso com a voz um pouco alta me deixa preocupada.

— Só abra a porta amanhã quando eu chegar, bato na porta e chamo seu nome. Antes disso ela ainda pode estar acompanhada daquele malandro e ele pode te fazer mal. Vou trazer uma moringa com bastante água e alimento extra, coloquei um balde embaixo da cama e água para higiene.

— Sim, senhora.

— Trarei mais pães e frutas, sem que ela veja. Voltarei após o almoço de amanhã. Fique com Deus, minha menina. — Escuto o barulho da porta sendo encostada e nos próximos minutos sinto o cheiro de pão fresco quando escuto seus passos ao adentrar o cômodo.

— Obrigada, senhora Perry. — Ela me abraça.

— A senhorita está sempre em minhas orações. O bom Deus lhe dará um casamento com um homem que cuidará da senhorita. —  Fico em silêncio, pois sei que para mim restará apenas o convento. Nenhum homem vai querer uma cega como esposa. — Vou saindo, tranque a porta e coloque o armário. Ficarei pelo lado de fora até que senhorita faça.
Solto de seu abraço, me levanto calmamente e vamos em direção à porta, ela sai e pego a chave trancando-a e por último empurro o armário pesado que fica ao lado da porta. Quando acabo de empurrar  com as mãos verifico se está encostado corretamente e sinto alívio.

— Está feito! — Aviso respirando pesado.

— Até amanhã, senhorita. — escuto seus passos se distanciando e quando não ouço mais nada, corro até meu armário, abro e pego a cesta que deixo escondida sob as roupas.

Corro em direção a janela e verifico se está trancada. Suspiro e fecho as cortinas, logo deve anoitecer e tenho pouco tempo.

Coloco a cesta em cima da cama de minha acompanhante e vou até a mesa que está com a bandeja que tem meu jantar e os extras. Seguro as frutas e os pães, coloco na outra cesta e amarro com a toalha que peguei escondida da cozinha há algum tempo.

Coração Destemido - DEGUSTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora