Prólogo

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Papai sempre me dizia que os homens deviam ser muito bem estudados. Os homens não são sinceros com as mulheres. Minha mãe dizia que os homens aparentam ser rudes, mas o interior deles é bom e meigo. Nunca acreditei em minha mãe... Ela era uma mulher sem princípios.

Sempre sustentei esse meu jeito de pensar, porque ela me mostrou que eu tinha razão ao vê-la desse jeito.

Me lembro bem do dia em que livrei meu pulso das correntes: eu tinha 6 anos, minha mãe estava no quarto dela, provavelmente estava fazendo programa em casa, cedendo aos desejos daquele maldito velho.

Eu nunca gostei daquele homem, ele sempre me batia se eu faltasse com respeito para com ele.

Eu queria matar minha mãe por não me defender, naqueles anos todos que passei apanhando, eu nutria ódio por ela, que sempre assistia calada enquanto eu era espancada.

Eu ouvi minha mãe chorar. Caminhei lentamente até o quarto e a vi sentada no chão, acuada no canto.

- Não... - ela dizia e estendia as mãos para o alto.

Espiei atrás da porta. Com inocência, pensei que eles estavam brincando de polícia e ladrão, mas fui correndo para junto daquela mulher que eu tanto implorei amor e a abraçei com todas as minhas forças, mas somente em pensamento.

Fiquei parada olhando o que ele iria fazer. Minha mãe olhava para mim com frieza. Ela me olhava como sempre... Com aquele olhar que diz "Você é fruto de uma simples foda". A cadela fazia questão de me olhar com desprezo. Ela fazia questão de me colocar no meu lugar, sendo sempre "a filha da puta".

Eu continuei olhando para o que ele fazia.

O cafetão pegou-a e a amarrou na cama, então retirou uma siringa do bolso da camisa e espetou nela, o líquido se esvaiu da siringa e a loira caiu na cama, com o corpo desfalecido. Quando o homem me viu na porta, ficou furioso.

-- O que você fez com ela? -- perguntei com medo.

-- Ela só vai dormir... Sua mãe está cansada -- o cafetão diz e sai.

Eu fiquei em pânico, não sabia o que fazer. Quando me aproximei, ela ainda estava viva, fiquei ao lado dela e encarei seus olhos.

-- Filha... eu... -- e colocou a mão em meu rosto.

O suor estava escorrendo pela testa dela, mas eu não tive dó, ela recebeu o que merecia. Seus olhos se fecharam e um sorriso se transformou em seus lábios. Eu não me conformei com aquilo.

-- Após todo o sofrimento... você morreu sorrindo! Você deveria pagar por tudo -- rosnei.

Após isso, liguei para a emergência e fugi com todo o dinheiro que ela guardava. Fui alimentando meu ódio enquanto me afastava daquele inferno, fazendo presses para que ela jamais encontrasse paz no outro mundo.

Obcecada por Jamie Dornan (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora