💎 Tifanny's boy💎

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Sabe quando você esquece o que ia fazer e para de frente a uma vitrine e paralisa como se fosse assaltar a loja? Eu estava assim após ver a nova coleção de anéis da Tiffany. Aquele brilho estupendo e aquelas cores maravilhosas que pareciam me chamar a qualquer custo. Bufei em desgosto e ajeitei meu cachecol, andei a passos pesados ate a cafeteria a frente e me sentei na mesa da vidraça. Ficar olhando para aquele banner daquela enorme loja de joias que vendia para o mundo todo e ficar me imaginando experimentar todas as peças, havia virado rotina. Tomei meu machiatto com curtas goladas, pensando se ia pra casa ou não. Eu odiava aquele apartamento, meus vizinhos e tudo que aquele povo faz. Pessoas sem princípios, sem condições e que simplesmente sorriam para tudo. Não via a hora de me tornar uma pessoa famosa e rica, sair daquele pardieiro e viver apenas para mim.

Senti algo vibrar em meu bolso e logo retirei meu celular de lá, vendo a mensagem daquele que me levava a loucura e fazia minhas vontades. Sorri.

Jack:
Não se esqueça de mim hoje a noite, Bae

Você:
Eu nunca esqueço
Vai levar meu mimo?

Jack:
Oh, claro
E uma coisinha a mais
Espero ser recompensado pelo presente extra

Você:
E que dia eu te decepcionei, Dad?

Jack:
Até a noite
Me espere daquele jeitinho

Você :
Bye bye

Bloqueei a tela do aparelho, um sorriso tomava conta de meu rosto. Mordi o lábio ao imaginar mais tarde e sacudi a cabeça em negação. Encarei meu copo vazio e suspirei, precisava ir para casa. Meus pés me arrastavam pelas ruas de Nova York , já enfeitadas para o natal. Aquilo sempre surpreendia pela beleza e deixava a qualquer um, encantado. Olhei meu prédio com desgosto, e subi aquelas malditas escadas de degrais desgastados. Franzi o cenho ao encarar a porta ao lado da minha, com algumas caixas empilhadas e duas malas. Cessei meus passos, claro que queria saber quem dividiria parede comigo. Vai que era um velho tarado e aproveitador. E lá estava ele, vestido apenas com uma calça de moletom, os cabelos grudados na testa, e o suor escorrendo de suas têmporas, seguindo trilha pelo pescoço branquinho e escorregando por aquele corpo maravilhoso.

Deus me defenda.

-O que foi? - ele perguntou, fazendo me dar conta de que o encarava sem nem mesmo piscar. Aish.

-Nada . - desviei o olhar. -Vai morar aí? - pergunta idiota, Jimin!

-É o que parece, não é? - riu. Revirei meus olhos. -Você mora aqui?

Somente apontei pra minha porta. Ele sorriu. Dei passos lentos até meu apartamento.

-Jeon Jungkook. - disse, fiquei o encarando até perceber que esse era seu nome.

-Park.

-Park?- tombou a cabeça de modo fofo.

-Somente Park para você, por enquanto. - dei um breve sorriso e entrei.

Me joguei no sofá e fitei a porta.

Ok.

Um vizinho bonito, gostoso e que parece ser um pouco mais novo.

Uma diversão, talvez?

Só precisava saber se ele era gay.

Eu brincaria com a sanidade daquele garoto e depois fingiria que nada aconteceu. Afinal, o que um garoto daquele teria a me oferecer, além de uns beijinhos de vez em quando? Sorri com meu pensamento e me ajeitei no sofá, esperando a hora do almoço chegar e ir almoçar no restaurante do meu irmão.

Não vi as horas passarem, apenas me assustei com batidas na porta. Levantei esfregando os olhos e ajeitando um pouco meus fios platinados. Era o vizinho.

-Oi... - sorriu ao ver minha cara supostamente amassada. -Desculpe atrapalhar seu sono, mas eu to com fome e não conheço nenhum restaurante.

-Tá, e o que "eu" tenho a ver com isso? - cruzei os braços.

-Não seja tão mal educado, Park! - mordeu o lábio. -Não deixe uma criança morrer de fome. - fez bico, o qual eu não deixei de encarar.

-Criança? - me dispersei. -E quantos anos você tem, por acaso? Cinco?

-Dezenove. - sorriu.

-Se está atrás de uma babá, veio ao lugar errado. - fiz menção de fechar a porta mas ele a segurou.

-Só quero um lugar pra comer, um restaurante, lanchonete, qualquer coisa. - entortou os lábios. - Eu pago um almoço se me ajudar.

Ok.

Park Jimin não rejeita coisas grátis, ainda mais comida. Mesmo que meu irmão fosse um amor, ele fazia questão de me cobrar cada grão de arroz que eu comesse. Aish.

-Tá. Você venceu a partir do momento que disse que vai pagar . - sorri. -Meu irmão tem um restaurante na rua de trás, eu já estava indo para lá de qualquer forma. - deu de ombros.

-Então vamos. - sorriu.

O encarei de cima a baixo e mordi o lábio, ele ainda estava sem camisa. - Vai assim?

-Oh, é mesmo. - se auto deu um tapa e voltou para seu apartamento, logo aparecendo com um moletom preto da puma , que cobria sua cabeça com o capuz. -Pronto.

-Talvez você seja mesmo uma criança, presa em um corpo maravilhoso. - suspirei.

-Acha meu corpo maravilhoso? - ele me encarava com um sorriso de canto.

-Acho, mas não se empolgue, Jeon. - mordi meu lábio. -Eu não sou pro seu bico.

-E quem disse que você é isso tudo? - arqueou a sobrancelha.

-Seu amiguinho aí embaixo. - sorri e andei mais rápido, o deixando para trás com cara de tacho.

1x0 para mim.

-Aish, Park! - ouvi sua voz se aproximando e apenas o ignorei, entrando no restaurante e cumprimentando os funcionários.

-Oi Baek! - sorri para o rapaz do caixa.

-Bom dia, Minie! -atrapalhou meus cabelos, como tinha costume. -Vai querer o que , hoje?

-Hum... - olhei para o garoto emburrado atrás de mim. -Dois pratos do dia.

-Oh, veio acompanhado? - sorriu de canto, recebendo uma careta minha.

-Meu vizinho faminto. - fiz bico. -Vou esperar na mesa. - sorri. -Vem garoto.

Ele me acompanhou e se sentou de frente para mim. Seus olhos me encaravam de forma maliciosa e aquele olhar estava me deixando desconfortável.

-Pra ter meu corpinho tem que marcar hora. - brinquei. - E ter uma conta bancária salgadinha.

-Você se vende , Park? - sorriu. -Faz programas?

-E se fizer? - cruzei os braços. -Algum problema?

-Nenhum, eu ia achar interessante. - olhou ao redor. - Muito interessante.

-Não. - disse firme.-Não vou transar com você. - o encarei com desdém. - Meu preço é muito alto, Jeon. Não faço isso com qualquer pessoa.

-Tudo bem, só se lembre desse dia, quando você implorar pra eu te foder. - sua voz saiu rouca, me fazendo morder o canto das bochechas e rir fraco.

-Criança inocente. - ri. -Não sonhe tão alto, garoto.

-Jimin! - ouvi meu nome ser chamado e revirei os olhos, ao ver o garoto a minha frente repetindo o nome dito. -A mamãe está doida atrás de você.

-Bom dia , Park Chanyeol, como vai? Ah sim, vou bem também. - sorri irônico. -O que aquela mulher quer comigo?

-Aquela mulher, vulgo sua mãe, insiste que volte para casa. - suspirou.

-Diga a ela que estou bem e não preciso de suas falsas preocupações. - sorri largamente .-E eu não volto pra coréia nem se ela morrer.

-Pirralho teimoso. - o mais alto disse entredentes e voltou sua atenção para o garoto aéreo a tudo. -Oh, bom dia, você é o...

-Jungkook! Jeon Jungkook. - sorriu. -Sou o novo vizinho do Jimin.

-Ah. - Chanyeol me encarou como se perguntasse algo. -Fique a vontade.

-Obrigado.- apenas agradeceu e voltou a me olhar. Fala sério.

-Jiminie, depois precisamos conversar. - o mais velho me encarava com fogo nos olhos. -E é uma ordem.

-Sim. - concordei, baixando o olhar.

Almoçamos sem trocar muitas palavras, apesar do olhares irritantes daquele garoto em cima de mim, ele parecia ser alguém legal. Era fotógrafo e trabalhava para uma revista famosa. Foi o que me dispus a saber. Voltamos para casa aproveitando o clima fresco da cidade e nos despedimos já de frente nossas respectivas portas. Suspirei. Dei um pulo ao ver aquele homem em meu sofá, logo levando a mão ao peito e sorrindo já mais aliviado.

-Achei que só viria a noite. - tirei meus sapatos e corri até ele, me jogando em seu colo. -Não conseguiu se segurar? Ou ficou com saudades?

-Sabe que as melhores horas da minha vida são com você, babe. - sorriu, erguendo meu queixo com uma das mãos, me dando um selar.

-Então... - mordi o lábio, olhando para a sacola ao seu lado, feito uma criança pidona.

-Controle sua luxúria, Ji. - sorriu. - Tome, aqui é o que prometi esse mês. - me entregou um envelope, o qual abri e sorri ao ver as notas de valor alto no mesmo. -E esse é um presente. - me entregou a sacola.

Coloquei o envelope no canto do sofá e peguei a mesma de sua mão. Abri e meus olhos quase saltaram da órbita ao ver a caixinha. Aquela embalagem verde água era reconhecida a quilômetros por qualquer pessoa. Abri e lá estavam todos os anéis da nova coleção, os quais eu babava na maldita vitrine todos os dias. Acompanhados de alguns colares banhados em cristais e uma pulseira de rode negro.

-WANG! - gritei .-Você é o melhor. - me ajeitei melhor em seu colo, após deixar a caixa de lado. Colocando uma perna de cada lado da sua. -O melhor... -colei meus lábios aos seus . -O mais bonito. - mais um selar . -O mais gostoso. - travei meus lábios aos seus, minha mente havia me tombado. Jeon Jungkook pairou em minha cabecinha.

-O que foi, bae? - suas mãos grandes acariciavam minhas pernas. - Está passando mal? - me encarou preocupado.

-Não. - suspirei. - Deve ser porque acabei de almoçar, essa empolgação me deu azia. - menti.

-Eu tenho que voltar pro cassino, mas a noite eu volto. - me puxou para si, colando nossos corpos.

-Ah não, Jackson! Fica só mais um pouquinho. - rebolei em seu colo, o vendo morder o lábio. -Faz um carinho no seu Bae...

-Jimin... - arrastou seus lábios por meu pescoço, um arrepio percorreu meu corpo, me fazendo intensificar as reboladas. Seu membro rapidamente se despertou. -Eu realmente preciso ir...

Não o deixei terminar de falar, o calei com um beijo afoito, com apertos e puxões em seus cabelos. Suas palmas apertaram a farta carne coberta ainda por minha calça jeans, meu corpo já não respondia mais por si, estava tomado pelo calor que aquele homem me transmitia.

-Vai fazer eu me atrasar. - prendeu meu lábio entre seus dentes, o sugando em seguida .-Eu quero muito te comer, Park. - disse sem pudor, me causando arrepios.

-Então come...- rebolei com mais afinco, gemendo sôfrego ao ter seu membro roçando em mim. -Entra em mim daquele jeito que eu gosto...

-Mais tarde .- deixou um selar estalado em meus lábios, apertando minha cintura, para que eu parasse. -A noite eu sacio essa sua vontade.

-Você é um chato. - saí de seu colo, me jogando ao seu lado no sofá.

-Preciso ir, nenê. - se abaixou para me beijar . -Até depois. - sorriu e saiu apressado.

Bufei frustrado e peguei novamente o envelope. Mordi de leve meu lábio inferior e me abanei com o mesmo. Eu poderia gastar com o que quisesse, já que não pagava aluguel e não fazia contas. Decidi retribuir alguém. Saí descalço mesmo, logo batendo na porta ao lado.

-Que? - disse com uma câmera nas mãos, a blusa branca estava torta em seu corpo. -Ah, é você.

-Queria que fosse o papai noel? - ri de canto. -Quer sair amanhã a noite?

-Ora, pensei que demoraria a ceder aos meus encantos. - sorriu.

-Só quero retribuir por ter pago meu almoço, seu bocó! - cruzei os braços .

-E iríamos onde? - arqueou a sobrancelha.

-Tem uma balada perto do centro, eu gosto de lá. - sorri.

-Tudo bem, me chama quando estiver pronto. - mordeu o lábio. -Obrigado pelo convite .

-Por nada. - dei de ombros. -Te vejo amanhã, criança.

-Até amanhã, papai noel! - disse , me fazendo rir.

Voltei para meu apartamento e fechei a porta, me encostando na mesma.

Aquele sorriso estava me causando coisas que eu realmente não pretendo sentir.

Talvez tentar uma amizade não seja a melhor ideia.

Ou seja?

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