O SANGUE E A FLECHA - CONTEXTO MEDIEVAL

CAPITULO 1 - A tempestade de Ártemis

                 O céu estava escuro e sombrio, pesado com nuvens negras e carregadas de água. O vento soprava forte, agitando as árvores e os arbustos, e o ar estava fresco e úmido. De repente, um raio iluminou o céu, seguido pelo rugido distante do trovão. As primeiras gotas de chuva começaram a cair, finas e espaçadas, mas logo se intensificaram em um forte aguaceiro. As ruas e as calçadas estavam molhadas e escorregadias, com poças d'água se formando nos pontos mais baixos. 

O som da chuva era ensurdecedor, como se alguém estivesse jogando baldes d'água do céu. O vento agora soprava ainda mais forte, balançando as árvores e as folhas, fazendo-as dançar em sincronia.

Nix estava sentada em sua mesa, olhando para o papel em branco na sua frente. Ela havia começado a escrever o seu livro há semanas, mas agora estava presa em um bloqueio criativo. Sua mente estava vazia, e ela não conseguia formular nenhuma ideia nova. Ela suspirou e passou a mão pelos cabelos, sentindo o estresse acumulado em seu corpo. 

       A pressão de escrever um livro de sucesso estava pesando sobre ela, e ela se sentia exausta e frustrada. A cada minuto que passava, ela se perguntava se estava perdendo tempo, se ela tinha o talento necessário para escrever algo que as pessoas iriam querer ler. Nix fechou os olhos por um momento, respirando fundo e tentando encontrar a sua inspiração novamente, mas a sua paz foi interrompida por batidas estrondosas na sua porta.  

Ela levantou-se imediatamente, ficando tensa ao perceber que alguém estava tentando arrombar a porta. Com o coração acelerado, ela se escondeu da sua instante de madeira com diversos papiros e livros enquanto tentava controlar a sua respiração e evitar fazer qualquer barulho que pudesse denunciar a sua presença.

Mas foi em vão. Poucos segundos depois, a porta foi arrombada, e dois guardas de armadura entraram no quarto olhando ao redor com expressões sérias e ameaçadoras.

Nix, tremia de medo, imaginando o que poderia ter feito para atrair a atenção desses guardas. Ela nunca havia se envolvido em qualquer atividade ilegal, mas agora ela se perguntava se poderia ter feito algo sem perceber. Os guardas avançaram em sua direção após vasculharem por todo ambiente com as mãos já prontas para agarrá-la. A escritora, tentou se esquivar, mas eles foram mais rápidos, segurando-a com força pelos braços e arrastando-a para fora de seu aposento.

Ela tentou resistir, gritando por ajuda, mas os guardas não se importaram. Eles a levaram à força para a sala da rainha sem dizerem sequer uma palavra. Ela estava perdida, cercada por pessoas que pareciam determinadas a prejudicá-la. Ela fechou os olhos, tentando manter a calma e acreditar que tudo isso era apenas um engano. Mas, quando abriu os olhos novamente, percebeu que estava em uma cela escura, com pouca luz e sem nenhuma janela. 

Seu coração acelerava fortemente, e sua ansiedade abraçava sua alma. Ela não sabia o que fazer e nem o motivo de estar naquele lugar terrível, mas a sua intuição piedosa temia por ajuda. 

Talvez, ela não viria tão cedo naquele lugar nem mesmo se implorasse pela proteção de seus anjos. Tudo que enxergava era um lugar frio, e escuro apenas com uma janela molhada e iluminada pelo céu chuvoso e nublado.