𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒, gato de botas.

𝐗𝐕 | 𝐃𝐄𝐀𝐓𝐇

O sol estava se pondo atrás das montanhas, lançando um brilho quente e dourado sobre o prado tranquilo onde Lobo e você estavam sentados.  A grama macia fez cócegas em suas pernas enquanto vocês dois olhavam para a extensão infinita de vegetação diante deles.  Lobo, como sempre, estava vestido com suas habituais vestes pretas, o rosto escondido atrás do capuz.  Você, por outro lado, usava um vestido branco simples, seus cabelos flutuando na brisa suave.

Por um momento, houve silêncio entre vocês enquanto ambos absorviam a atmosfera serena.  Aí você falou.

"Eu tenho algo para você," você disse, puxando um punhado de flores silvestres coloridas ao seu lado.  Com dedos hábeis, você começou a entrelaçar os caules, criando uma delicada coroa de flores.

Lobo assistiu você trabalhar, seus dedos com garras descansando em seus joelhos.  Ele nunca tinha visto alguém fazer algo assim para ele antes.  Lobo estava acostumado a ser temido e evitado, não querido (não que ele se importasse muito com isso).

Você terminou sua criação e, com um sorriso gentil, estendeu a mão e colocou a coroa de flores na cabeça de Lobo.

"Pronto", você disse, admirando sua obra.  "Você está lindo."

Lobo ficou atordoado.  Ele nunca havia sido chamado de bonito antes.  Ele timidamente estendeu a mão e tocou as flores, sentindo as pétalas macias entre os dedos.

Você notou a hesitação de Lobo e pegou sua mão, guiando-a até a coroa.  "Você merece algo bonito", você disse suavemente.  "Só porque você é a Morte não significa que você não possa aproveitar as coisas simples da vida."

Lobo olhou para você, seu capuz caindo ligeiramente para trás para revelar seu rosto de lobo.  "Obrigado", disse ele, sua voz quase um sussurro.

Vocês dois ficaram em silêncio mais uma vez, Lobo ainda usando a coroa de flores.  À medida que a noite escurecia, as estrelas começaram a brilhar acima de você.  Você apontou para o céu, identificando constelações e contando histórias de mitos antigos.

Lobo ouviu atentamente, sua expressão estóica habitual se suavizando.  Ele nunca tinha passado um tempo com um humano assim antes.  Foi quase... legal.

À medida que a noite avançava, você ficava cansado.  Lobo se levantou e ofereceu sua mão peluda para ajudá-lo.  Você aceitou e, enquanto voltava para casa, Lobo manteve a coroa de flores, sentindo uma sensação de paz que nunca havia experimentado antes.

No dia seguinte, você voltou ao prado, trazendo consigo uma cesta de piquenique cheia de sanduíches e limonada.  Lobo estava esperando por você, sentado de pernas cruzadas na grama com sua coroa de flores ainda na cabeça.

Vocês passaram o dia conversando e rindo, contando histórias e se conhecendo melhor.  Lobo se viu gostando de sua companhia mais do que jamais imaginou ser possível.

Quando o sol começou a se pôr novamente, você pegou uma pequena câmera e perguntou se poderia tirar uma foto dele usando a coroa de flores.  Lobo hesitou, mas acabou concordando.

Você tirou algumas fotos, o flash iluminando o céu que escurecia.  Girando a câmera, você mostrou ao Lobo as fotos na telinha, e ele se surpreendeu ao ver que parecia... feliz.  Era uma sensação que ele nunca havia experimentado antes, e ele não tinha certeza se gostava ou não.

Eventualmente, você teve que sair, mas antes disso, você se inclinou e deu um beijo suave na bochecha de Lobo.  Lobo ficou surpreso, mas enquanto você se afastava, ele se viu estendendo a mão e tocando o local onde seus lábios encontraram sua bochecha.

Enquanto Lobo estava sentado sozinho no prado, sua coroa de flores ainda na cabeça, ele percebeu que não queria mais ficar sozinho.  Ele queria passar mais tempo com você, sentir a felicidade e a paz que vinham da sua presença.

"Até logo, S/N."

Créditos; violetduchess