Capítulo 2

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Fazia 5 minutos, exatos 5 minutos, que eu havia ligado para a ambulância, 5 minutos em que eu estava fazendo reanimação na garota.
Não conseguia ver a garota morrer em minha frente sem poder faxer nada.

Quando vejo que a garota está cada vez mais fraca, coloco seu agasalho de neve e a coloco em meus braço. Corro pela neve, não me importava em a casa estar totalmente aberta ou em eu estar com uma roupa fina que poderia me congelar em questão de minutos, minha única preocupação era ela continuar viva.

- Eu tô com medo. - Ouço a pequena falar com esforço.

- Vai ficar tudo bem abelhinha, eu não vou deixar nada acontecer com você. - Falo segurando o choro para não a preocupar. - Apenas fica comigo, por favor.

- Eu amo você.

- Eu também amo você.

Corro o máximo em que consigo, quando me dou conta seus olhos se fecharam, ela ainda tinha uma fraca pulsação, mas eu estava com medo, tanto quanto ela.

- SOCORRO - Digo quando avisto um dos carros de presentes virando a rua.

Vou em sua direção, mesmo perdendo minhas esperanças. O mesmo para e posso ver as pessoas fantasiadas vindo ver o que estava acontecendo.

- O que aconteceu? - Uma garota com cabelos vermelhos pergunta.

- Preciso que levem a gente pro hospital por favor. - Digo começando a chorar.

- Cris, ajuda as garotas a entrarem dentro do carro. - O garoto de mais cedo estava lá, mas naquele momento não me importava quem ele era, tudo o que eu precisava era da sua ajuda.

- Quando ela desmaiou? - Pergunta pegando ela no colo.

- Um pouco antes de virarem a rua. - Respondo e ele começa a fazer uma massagem cardíaca na pequena. - Andem o mais rápido em que conseguirem por favor, eu não posso perder ela. - Ninguém fala nada, apenas posso sentir o carro acelerando.

Tudo estava acontecendo muito rápido, era pra ser só mais um dia normal, e agora eu estava em um carro cheio de pessoas fantasiadas de Papai Noel e Duendes na caçamba do carro enquanto eu tô dentro do carro com a garota que é minha responsabilidade e pessoas que acabei de conhecer, fora ao garoto que tava fumando a um tempo atrás. Tá tudo uma loucura que nem eu mesma consigo entender.

- Eu ajudo você. - Não respondo nada, até por não estar em condições.

- Alguém ajuda, por favor. - Diz o garoto assim que chegamos a porta do hospital enquanto os outros continuavam no carro apenas observando apreensivos.

- O que aconteceu com ela? - A enfermeira espera por uma resposta enquanto vai acompanhando a maca em que Agnes estava.

- Estavamos comendo alguns cookies que tinhamos acabado de fazer enquanto ela tava abrindo um presente em que eu dei e ela começou a pedir por ar enquanto ia ficando cada vez mais agoniada. Liguei para a ambulância, mas não chegava, ela tava perdendo pulsação, foi quando comecei com a massagem cardíaca, e então vim com ela correndo até quase a metade do caminho, quando encontrei com um pessoal em que me trouxe até aqui. - Sinto um nó se formar em minha garganta e os meus olhos aderem.

- Ela tem alergia a algum medicamento?

- Não.

- Qual o nome completo dela?

- Agnes Furquim.

- Você é o que dela?

- Sou a babá.

- Aguarde aqui, qualquer notícia você será informada.

- Não deixa nada acontecer com ela.

Sentia que era minha culpa, Celine me explicou que isso poderia acontecer, mas não achei q ia me deixar tão mal, foi tão repentino.

Sinto alguém me puxar prendendo meu corpo em um abraço sem dizer nada. Minha única reação é chorar,
eu sabia o que fazer, mas é como se algo me impedisse.

Ficamos assim por um bom tempo, até que o garoto se desfaz do abraço e começa a tirar a sua parte de cima da fantasia me entregando um moletom em que ele usava. Pego pois não tinha nada para me esquentar.

- Obrigada.

- Precisa de alguma coisa?

- Não, só preciso falar com a mãe dela.

- Tudo bem, mas é melhor você sentar e se acalmar primeiro. - Acinto.

Já havia se passado cerca de 10 minutos. Apenas ficamos em silêncio, acho que ele dever ter compreendido que eu não queria conversar. Me acalmei e achei que seria melhor ligar logo para a mãe dela. E assim faço quando pego meu celular.

- Oi, Sarah! Aconteceu algo? - Eu paralizei e não consegui falar nada. - Sarah?

- Oi, sou o Cristhofer, um amigo dela. - Diz o garoto após pegar o celular de minha mão ao ver que conseguia falar nada. - Não tenho uma forma menos dolorosa de dizer, mas Agnes está no hospital, imagino que seja sua filha.

Não conseguia ouvir nada da ligação, foi quando entrei em um transe, onde saio dele ao ver meu nome ser chamado pelo garoto.

- Ela quer falar com você. - Não respondo nada, apenas pego o celular.

- Me desculpa. - Digo com as palavras emboladas em lágrimas.

- Vai ficar tudo bem querida, não foi sua culpa. - Ouço suspirar. - Estou indo para o hospital, em alguns minutos chego aí, mas peço que não se culpe pelo o que aconteceu, não foi sua culpa e poderia acontecer a qualquer momento.

- Tudo bem, vou tentar. - São as últimas palavras em que digo antes de desligar.

- Você não deveria falar com seus pais? - Pergunta.

- Não acho que eles irão se importar, a menos que meu rosto apareça em algum site de fofoca.

Após isso entramos em um silêncio por um bom tempo, de certa forma, ainda não entendia o porque de ele ainda estar ali comigo se ele ao menos me conhecia.

- Me chamo Sarah. - Permaneço com meus olhos fixos no chão desde que sentei em um dos bancos para esperar por algo.

- Nome bonito para uma salvadora de meio ambiente. - Vejo um sorriso de canto se formar em seu rosto. - Me chamo Cristhofer.

- É um prazer conhecer você, apesar da situação.

- Digo o mesmo. - Responde.

- Por que você ainda tá aqui? - Pergunto.

- Não quero voltar pra casa, acabei discutindo com meu empresário, e concerteza vou receber uma bronca por isso, e você parece precisar de alguém aqui com você. - Encaro o garoto com a sensação de que já havia o visto em algum lugar.

- Sarah, como você está? - Ouço a voz de Celine pelo ambiente.

- Estou bem, ainda não me deram nenhuma notícia. - Digo quando chego perto dela e antes que a mesma pergunte. Ela apenas acente e me abraça.

- Me desculpa.

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