Royalyt

O começo

2437 Palavras

Comecei a correr em direção a divisa de Aquiles e dazzo, os dois reinos rivais, me divertia com a expressão de cansaço do meu pai, começando a ir mais rápido, entrando na floresta onde brincava todos os dias, exceto quando chovia, pois o barro impedia de caminhar com destreza. Conhecia a floresta como a palma de minha mão, então não seria difícil correr por ela, justamente pelo fato de parecer que a mesma me abria caminhos. Assim que passei por de baixo de dois troncos destroçados pela tempestade passada, sem me cansar olhei para trás onde papai estava ainda mais lento, vendo meu progresso o Homem sorriu orgulhoso, sabia que o mesmo percebia minha facilidade em conhecer e correr por lugares estreitos, desde bem pequena o mesmo me ensinava coisas como correr, lutar e até mesmo caçar.

Desviei de três troncos seguidos, rindo alto por ouvir meu pai ricochetear xingamentos contra uma rocha que estava em seu caminho, o'que me destraiu, ouvindo ruídos ao longe, percebi que não eram animais, e na floresta poucas pessoas sabiam andar consegui distinguir os sons por estar parcialmente perto. Corri ainda mais pensando ser uma criança acurralada, pois barulhos tão descuidados dúvido que seja um adulto, olhei para trás tendo a certeza que meu pai saberia se virar, então segui rapidamente.

Meus olhos filtraram a luz do sol que passava pelas folhas, me deixando momentaneamente desorientada, causando uma bela queda após bater em algo duro, usando minha audição para me orientar, escutei o ranger de ferro, sentindo terra dentre meus dedos, então os apertei no chão e abri meus olhos tentando enxergar, ainda assim preocupada com quem quer que fosse o descuidado.

Quando minha visão voltou ao normal, consegui ver uma pequena tropa de cavalheiros armados, com suas longas espadas brilhavam em vermelho sangue. Logo a atenção que eu mantinha nas espadas foi a mulher parada em minha frente, pela primeira vez engoli seco ao ver seu rosto sério sem uma cicatriz, mas com pequenos pingos de sangue fresco. Nunca vi uma mulher exercer o cargo de cavaleira real em toda minha vida, suas sobrancelhas se franziram em uma curta confusão, como se pensasse: "o'que uma criança faz na floresta, sozinha?"

Observando seus traços, a cavaleira se abaixou ficando agachada em minha frente, pude ver melhor todas suas feições, não recuei em momento algum, nem mesmo quando suas mãos alcançaram meu rosto, limpando o resquício de terra que havia ficado do treinamento com meu pai. Não sabia quantos eram no total, mas a quantidade de cavaleiros reais ali presentes era imensa, mesmo para uma pequena tropa, todos estavam sujos de sangue e barro, cansados com mãos calejadas e cicatrizes espalhadas pelo corpo, ao contrário da única cavaleira a minha frente que até onde minha visão foi capaz de ir, só encontrou sangue, terra e barro. Ao que pude perceber o sangue não era seu.

A mulher de no mínimo 20 anos, tinha pele bronzeada, de cabelos branco-acinzentados, daria a ela 1.73cm ao máximo de sua altura, olhos Onix mais negros que a noite e lábios vermelhos, traços marcantes, junto de sua armadura cinza barrenta, que não mostrava muito de suas curvas mas parecia esquentar bem, suas mãos calejadas e frias se afastaram de minha face assim que me ajeitei no chão. Seu rosto em momento algum mudou a expressão suave e preocupada que estava comigo, então assim que seus lábios se entre-abriram para falar algo, foi interrompida.

- Aron! - Meu pai gritou rompendo o silêncio instalado

Estérico, eufórico, quase sem fôlego, quando olhei para o Homem atrás de mim, ainda sentada ao chão, vi uma lança a poucos centímetros de seu pescoço, um dos cavaleiros estava apontando sua espada para meu pai, enquanto a mulher estava em minha frente. Ele não poderia se aproximar mais, era perigoso e eu não sabia onde tinha me enfiado aquela altura, mas me levantei me afastando da mulher e indo até o cavaleiro que apontava sua espada para o mais velho. Poderia jurar que vi um brilho nos olhos da cavaleira, como se fosse um sorriso que dizia "boa garota".