como no inferno

capítulo Único

Ao entrar no salão principal deste, seu castelo, Tim foi saudado pelos aplausos daqueles que eram seu povo.

Nesta ocasião, ao contrário de sua maneira modesta de se vestir, ele usava um traje especial. Roupa preta por baixo e, por cima, uma túnica verde que chegava quase até os joelhos. Tinha detalhes prateados nos ombros, peito e mangas. Era decorado com um cinto que emoldurava seu corpo esguio. Ele usava um manto branco e dourado sobre os ombros. A singela mas bela coroa de flores brancas e rosas destacava seus cabelos e seus olhos azuis, que apesar de tudo, ainda olhavam para a frente.

Enquanto caminhava em direção a seus pais, sentados dois degraus acima de todos os outros no fundo da sala, ele olhou em volta um pouco. Ele conhecia a maioria dos escudos que viu hoje, mas apenas de livros. Ele nunca viu tantas pessoas interessadas nele. Metade dos convidados eram de suas terras, e a outra metade, estranhos que o analisavam continuamente.

Tim finalmente chegou antes de seus pais, que se levantaram de suas cadeiras para sorrir para ele, colocaram a mão em seu ombro e o viraram, para que as pessoas pudessem aplaudir novamente. Ele não ia fingir que estava feliz, porque odiava profundamente todos que pela primeira vez o olhavam com tanta alegria.

Outra pessoa surgiu ao lado dele, com um sorriso de satisfação que levou Tim a socá-lo bem no meio do rosto. Aquele cara pegou a mão de Tim e beijou seus dedos, olhando-o diretamente nos olhos. Apesar de toda a raiva dentro dele, Tim simplesmente o observou entediado, sem reclamar do forte puxão com que o conduziu a uma mesa logo abaixo dos degraus.

Ulysses Hadrian Armstrong era seu nome. Ele era um alfa loiro, com um corpo bem construído e um sorriso que parecia querer transmitir a todos ao seu redor que deveriam obedecê-lo. Ele tinha um bom sobrenome, mas um péssimo primeiro nome. Ulisses foi um grande guerreiro, mas todos sabiam que não havia honra em suas ações. Todos os homens que o seguiram tinham códigos morais semelhantes. Tim odiava Ulisses desde que eram crianças.

A casa de Ulysses tinha poucas terras, embora estivessem ganhando poder por causa de como Ulysses era guerreiro ao tirar de outros o que ele alegou sempre pertencer à casa de Armstrong.

"Você está linda, você se arrumou para o nosso casamento?" Ulysses continuou apertando a mão de Tim com muita força, tentando controlá-lo, mas Tim não se intimidou.

"Honestamente, eu teria preferido que fosse com seu irmão." Ulisses não gostou nem um pouco dessa resposta. Tim viu isso em seus olhos.

“Ah.” Mas ele riu, blefando. “Com aquele bastardo? Mesmo você não merece tão pouco, Tim. Ulisses brincou, liberando Tim, finalmente, para pegar sua taça e tomar um longo gole de vinho.

Tim permaneceu no lugar, suspirando. Este foi um casamento arranjado, e não poderia ter sido mais perceptível em seu rosto. Os Drakes não eram a casa maior ou mais poderosa, mas tinham bons homens, boas terras e muito a oferecer. Tim estudou todos os livros que conseguiu e praticou todas as artes que seus pais permitiam. Ele era habilidoso com a espada e com autodefesa. Tim sonhava em mudar as coisas para dar uma vida justa a todos os habitantes de sua terra. Ainda assim, ele era um Ômega, e ninguém em seu reino via além disso.

Ele não nasceu para liderar. Ele nasceu para gerar um forte herdeiro de um bom guerreiro.

Tim não estava mentindo quando disse que desejaria que esse casamento fosse com Loonie, meio-irmão de Ulysses. Loonie era um homem inteligente, com idéias estranhas, mas com quem Tim podia ter longas conversas sobre quase qualquer assunto. Mas ele era um bastardo beta que não herdaria nenhuma terra. Era desaprovado para um Ômega de tal linhagem como ele ser prometido por qualquer um.

Tim sabia que seus pais faziam isso por medo da tensão infligida por outros clãs e famílias em torno de suas terras, mas... Por que tinha que ser Ulisses? Por que ele?