E a nossa promessa?

7 2 29
                                    

  Todos os anos, no mesmo dia, vou naquele mesmo lugar, e esse ano não seria diferente, já faz tanto tempo, as pessoas falam para esquecê-la, deixá-la de lado e seguir minha vida, ainda me lembro do dia em que nos conhecemos.

  Primeiro dia de aula, como a maioria das crianças de 10 anos em uma escola nova, que era o meu caso, não tinha nenhum amigo.

  -Adriana -A professora estava fazendo a chamada.

  -Presente.

  -Alexandre.

  -Presente.

  Não estava prestando muita atenção, os pássaros do lado de fora me parecia mais interessantes.

  -Ei, psiu -Alguém me chamava, quando olhei para trás era uma menina, ela era linda, tinha a pele morena, cabelo cacheado e olhos verdes -Como se chama? Meu nome é Rebeca.

  -Me chamo Larissa -Me apresentei.

  -Larissa, que nome bonito, estava vendo o que? Parecia entretida.

  -Dois passarinhos -Apontei pela janela para lhe mostrar o galho em que estavam.

  -Que legal! Você também gost-

  -Rebeca, Larissa, vocês duas não responderam a chamada -A professora à interrompe -o que é tão interessante que está recebendo mais atenção que eu? Devo por falta para as duas ou as mocinhas irão prestar atenção na aula?

  -Desculpa professora -Respondemos em uníssono.

  Até tentamos conversar mais, mas a professora era muito chata, na hora do recreio nós conseguimos conversar até que bastante para alguém que acabei de conhecer.

  -Então, Larissa, você gosta de animais? Eu adoro! Tenho quatro bichinhos de estimação, você tem algum? Os meus são um cachorro chamado Tobi, uma gata chamada Emília, um hamster chamado Carlo e uma calopsita chamado Darius -Ela falava rápido, de modo que não dava tempo de eu responder suas perguntas, ao mesmo tempo que era irritante era encantador -algum dia você pode ir a minha casa vê-los, você acha que sua mãe deixaria você ir a minha casa?

  -Não sei, não tenho mãe.

  -Não? O que aconteceu com sua mãe?

  -Ela morreu -não queria tocar nesse assunto, ainda é doloroso para mim.

  -Oh! Sinto muito

  -Não sinta, você não conheceu ela e nem foi culpada pela sua morte.

  -Humm, ok. -Ficou um silêncio desconfortável por causa do assunto -Você é linda.

  -Que? -Porque isso do nada?

  -Você é linda, estava querendo te dizer isso dês do momento que te vi.

  -Humm, obrigada!? -Não sabia muito bem como reagir a aquilo, eu era uma garota alta para minha idade, pele clara cheia de sardas e cabelo ondulado ruivo -Você também é linda, seus olhos são o que chamam mais atenção.

  Ela sorriu para mim, ficamos o resto do recreio em silêncio, mas não era um silêncio desconfortável, estávamos aproveitando a companhia uma da outra, só querendo que aquele momento confortável não acabasse, mas o sinal bateu e tivemos que voltar para nossa aula.

  Após alguns dias, nós já tínhamos nos tornado boas amigas, compartilhamos nossos segredos, acabei contando a ela que minha mãe havia morrido em um acidente de carro meu pai que estava junto ficou com sequelas, ele acabou tendo perdas de memórias, achamos melhor nos mudarmos para perto do resto da família. Descobri um pouco sobre a vida dela também, seus pais se divorciaram, a mãe vive fora de casa a trabalho, então Rebeca aprendeu a se virar sozinha mesmo tendo só dez anos.

Juro solenemente estar sempre ao seu ladoOnde histórias criam vida. Descubra agora