Epilogo

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Estou aqui em cima desse palco, sentada em uma poltrona confortável, sendo entrevistada em um programa famoso de TV por ter ganhando um Pulitzer.
Eu sempre soube que esse livro era bom, principalmente quando foi você quem o aprovou em primeira mão, mas eu jamais esperei que fosse ganhar um prêmio tão importante por uma coisa que escrevi ao longo da minha juventude.

— Então Anna, quem te inspirou a escrever essa obra ? - John Silt o entrevistador me fez mais uma pergunta.

- Na verdade eu sempre escrevi esse livro - confessei - sempre trabalhei nele e nem se quer notei, eu tinha milhares de caixas cheias de diários cada um com uma pequena parte da história da obra, sempre fui uma criança muito criativa, inventava histórias absurdas e então desde de que aprendi a escrever passei a escrever todas as minhas história.

- Isso é muito interessante - Vi os olhos do entrevistador brilhar por que pela primeira vez estou confessando no programa de entrevista de mais audiência tudo sobre o que me levou até essa obra, e todos querem saber sobre isso já que a mesma ganhou um prêmio tão importante.

- Definitivamente eu não era uma criança convencional - sorri para ele - Infelizmente meus diários nas idades de 10 a 14 eram terríveis,eu ainda os tenho mas jamais ousei os ler nomeante, apesar de 70% do meu livro se basear nos sentimentos daquela época tão intensa da minha adolescência, cada palavra escrita exala solidão, depressão, compulsão e talvez o pior de tudo, saudade.

- O que aconteceu nessa época para te levar uma depressão tão profunda - perguntou em um tom cauteloso, tentando transparecer empatia.

- Meus pais faleceram em um acidente de carro, eu tinham uma tia, mas ela era muito jovem tinha apenas 18 anos e mal sabia cuidar dela mesma, mas era e ainda é a minha única parente viva. - fiz uma pausa - Ellen, minha tia fez um bom trabalho me criando, quando eu fiz 17 comecei a juntas tudo que já tinha escrito na vida, e então nasceu a obra "Não me deixe, saudade"

- Você poderia falar sobre o significado do nome ? - ele fez um sinal com as mãos - essa parte vai ser editada, vou ter perguntar novamente e então você inicia a explicação tudo bem ? - eu apenas assenti com a cabeça e ele voltou a sua postura impecável.

- Então Anna você poderia me falar um pouco sobre o título da obra ? - ele reformulou muito bem a pergunta - até mesmo o significado que ninguém conseguiu desvendar.

- Bom uma pessoa costumava me dizer que Quando a saudade nasce alguma coisa morre - fiz uma pausa - Eu não tinham um título e quando essa pessoa saiu da minha vida, eu tive medo de que tudo fosse esquecido, e a única coisa que realmente me fazia lembrar era a saudade, mesmo que nosso relacionamento tivesse morrido.

- Então o livro é sobre essa pessoa ? - Josh perguntou parecendo sinceramente interessado

- Somente o final - respondi com toda sinceridade - o Epílogo e a dedicatória pra ser mais exata, todo o resto se baseia no sentimento de perda que me rodeou a vida toda até encontrar uma âncora que me fizesse sentir uma pessoa normal e viver uma vida de verdade.

- Está mesmo nos entregando isso de bandeja ? - Josh parecia surpreso, eu raramente falava sobre coisas pessoais ou do passado nas minhas entrevistas - então essa âncora é a tal pessoa ?

- Sim - falei somente - Eu gostaria de ter um momento do programa, agora pra ser mais exata - ele apenas incentivou que eu prosseguisse e eu o fiz - Eu agradeço ao Mark por ter sido tão importante na minha vida, por ter me permitido sentir tantas coisas boas em um período tão curto de tempo, eu sempre serei eternamente grata por ter sido você o meu primeiro amor e a primeira pessoa a descobrir o meu talento, eu te desejo toda felicidade do mundo espero que possa ter encontrado sua âncora.

Eu estava desesperada para que Mark visse tudo isso, são 6 anos sem saber nada sobre ele, eu espero que ele possa saber o quanto sou grata por tudo.

- Uau - John falou ainda chocado - Mark eu não sei porque não estou juntos mas se eu estivesse na sua pele eu buscava essa mulher de volta agora mesmo - aplausos exagerados de uma plateia inexistente começaram e logo a entrevista ficou leve e descontraída com perguntas bobas.

"Anna você não pode me deixar"

" Anna eu não quero que você seja a minha saudade"

"Eu te machuquei, Anna eu te machuquei"

"Como você espera que eu não me afaste depois de ter ousado machucar você, vá embora Anna eu não sou bom pra você"

"Sou egotista de mais pra ir embora Anna, você precisa ir também porque se continuar nessa maldita cidade eu sempre voltarei pra você e isso vai arruinar a sua vida brilhante" m

"Quando a saudade nasce significa que algo morreu"

Eu pude ouvi-lo dizer e isso quase me causou dor, mas logo a dor foi substituída por saudade.

Que ironia, você é pra mim o que sempre temeu que eu fosse pra você, saudade.

Minha saudade ( EM BREVE) Onde histórias criam vida. Descubra agora