𝐄𝐧𝐞𝐦𝐢𝐧𝐞𝐬 𝐓𝐨 𝐋𝐨𝐯𝐞 ( 𝙈𝙞𝙜𝙪𝙚𝙡 𝘾𝙖𝙯𝙖𝙧𝙚𝙯 𝙈𝙤𝙧𝙖 )

"08-Como você sabe?"

HOJE NÃO TERIA
ensaio após as aulas. Pois toda segunda a tarde eu tinha aula de patinação no gelo. O que poucos sabiam sobre mim. Patinar era como um hobby. 

Calços meu patins e me direciono até a pista.

Semana que vem iriam começar as inscrições para os campeonatos escolares. Havia vários. Como: Basquete,baseball, balé, futebol e outros.

—Bom meninas, como sabem as inscrições prós campeonatos iram começar semana que vem. E eu quero que se esforcem muito! Treinem o máximo que conseguir e-A professora foi cortada pela .......Alice?!

—com licença? Aqui que é a turma da aula de patinação certo?

—curtíssimo! E você deve ser.. Alice Campbell não é?

—Sim!- a garota me olha, e depois revira os olhos.

A treinadora explica sobre o campeonato a Alice e ela parece se interessar bastante. Não sei porquê mas, me senti ameaçada com ela por perto sei lá. Ela sabia fazer giros e passos muitos avançados.

—Você é simplesmente perfeita Alice sua performance está incrível!

—você também Madison mas, precisa melhorar nas suas acrobacias.

—isso é muito fácil! Qualquer um consegue- Ela disse com deboche.

[...]

todas as meninas já haviam ido em bora. Menos eu. Eu realmente precisava melhorar muito se quisesse ser escolhida.

Tento uma vez, e falho. Mas uma e falho. Outra vez. Outra vez. E outra.
Eu não tava acertando fazer um pequeno passo?! Como achava que ia passar assim?

—Que droga!- pode parecer besta ou idiota. Mas por que tudo que eu tento fazer sai errado? Por que que eu não gosto de tudo que eu faço? Eu sou um fracasso em pessoa.

Tiro os patins e sento no chão apoio meu rosto em minhas mãos. Tento não chorar mas era impossível. Eu me sentia inútil
Sinto as lágrimas quentes descerem do meu rosto. E eu acho que precisava daquilo. Chorar as vezes é bom não é? Mas se sentir inútil e chorar não é.

Meu nariz estava vermelho e meu olhos inchados.

Eu não acredito. Eu estava chorando porque não consegui fazer um passo. Eu sou uma idiota. Levanto do chão e enxugo minha lágrimas.

Pego minha bolsa. Já estava de noite e não tinha ninguém na escola a não ser o vigilante.

Ia saindo mas acabo esbarrando com alguém.

—droga, desculpa- mas um desastre. Digo com a voz baixa.

—Madison?- uma voz familiar chama. Olho pra cima e vejo Miguel.

—ah, oi.

—você tava chorando?-ele pergunta, e eu abaixo minha cabeça.

—que? Não-disfarço.

—você não sabe nem mentir Madison.

—Não enche Miguel.
—alias o que está fazendo aqui?

—sua mãe pediu pra eu te buscar, tá todo mundo na sua casa tipo um jantar sabe? Agora chega de enrolar e vamo logo.

—aham.

[...]

—Ei, posso perguntar uma coisa?-o menino diz.

—já tá perguntando.

—to nem ai, vou perguntar mesmo assim. O que você achou da Alice?

—ela é ridícula, acha que está acima de tudo e todos, e foi super grossa comigo hoje.

— que? Nada haver! Ela é muito legal.

—Se achou ela legal porque me perguntou. Aproveita e fica logo com ela, e para de me encher o saco.

— Qual é Madison, eu não tô te entendendo. Primeiro você aparece chorando do nada. E depois... Perai..
—você tá com ciúmes da Alice?– ele pergunta rindo.

–Que?! Tá maluco Miguel? Ficou chapado?

—Se negou é porque sim!

—Olha eu não tava chorando por isso beleza?!

—Então você chorava?

—Que droga garoto!– disse entrando em casa e deixando ele plantado. Conseguiu escutar sua risada.
Não me segurei e sorri. Que ódio.

Cumprimentei Wendy e as crianças. Logo após subi pro meu quarto não queria jantar fedendo né.

Desci novamente. Miguel estava no sofá. Sentei ao seu lado e tirei meu celular do bolso. Mas fui impedida pelo garoto, que puxou o mesmo.

—Me devolve idiota!

—humm, não.- ele disse e se levanta, sobe as escadas e vai em direção ao meu quarto.

—Miguel é sério devolve!

—Tá eu devolvo, mas com uma condição.

—fala.

O mesmo se joga na minha cama.

—me dizer o porquê que estava chorando.

—Não é da sua conta.

—humm, ok vamos escolher o wallpaper do meu novo celular.

—Tá, você é ridículo.

—obrigada, você também. Agora desembucha.

Me sentei na cama.

—É que... Foi um motivo bem idiota.

—Eu não sou idiota.

—ah, pelo amor de deus.

—Independente do que foi, não deixa te abalar madinha. Você é chata, horrível, insuportável, feia, calva. Mas, se esforça, a Alice não vai passar de você na competição.—ele disse e sai.

—Ué como você sabe?- ele não me responde.