"TERRÍVEL CONDIÇÃO; VOCÊ TAMBÉM É UMA TRAIDORA!"
UMA SEMANA DEPOIS
Eu estava em meu dormitório concluindo um desenho na tela branca acoplada ao cavalete quando ouço a porta do quarto ser aberta.
── Santo Deus! Eu pensei que não iria mais sair daquela loja. ── Stella profanou, me entregando uma sacola de papel lotada de bisnagas de tintas. ── Espero que as cores estejam certas.
Uma por uma eu fui conferindo e as colocando em cima da mesa com um sorriso enorme no rosto.
── Estão todas certas sim. Obrigado por ir até a lojinha Stella, não é todo dia que se tem uma promoção de tintas como aquela. ── informei, começando a guardar as tintas no armário.
── E então ── Stella se jogou na poltrona ao lado da cama e retirou os sapatos. ── , pretende ficar escondido aqui o dia todo?
Parei o que eu estava fazendo e me virei na direção dela.
── Eu não vou colocar os meus pés para fora desse quarto. A primeira coisa que o diretor Morgan vai dizer assim que me ver é senhor Asher Fernandes, você ainda não escolheu a sua atividade curricular! Ela é obrigatória e você precisa se decidir. ── falei, imitando a voz do simpático senhor.
Stella riu.
── Não existe mesmo nenhuma possibilidade de você tentar entrar para alguma das atividades com vagas disponíveis ainda? ── ela indagou, pensando um pouco. ── Que tal o clube de química? Me parece algo bem legal.
── Eu fui banido desse clube. ── ri, coçando minha nuca enquanto Stella me olhava com uma expressão confusa. ── Em minha defesa eu não sabia que a sala inteira iria inundar se eu colocasse a caixa inteira de sabão em pó junto com peróxido de hidrogênio e iodeto de sódio. ── resmunguei, tentando me defender.
── Pelo menos sabemos que química não é o seu forte para a vida. ── comentou, dando um leve levantar nas sobrancelhas. ── E música? Se eu me lembro bem você ganhou um violão do seu pai.
── Ah, claro! Eu usei as cordinhas dele como linhas para arrumar alguns dos meus pincéis que haviam quebrado. Sabia que elas são muito resistentes?
── Eu não acredito. ── Stella bateu a mão na testa e respirou fundo. ── Assim fica difícil te ajudar. As únicas atividades que sobraram são voltadas para o esporte.
── Não, nem pensar. ── neguei, balançando a cabeça. ── Você sabe muito bem que a minha condição não me permite correr nem quando estou atrasado para a aula, imagina participar de uma maratona ou algo do tipo? Eu iria desmaiar no meio da corrida. ── voltei minha atenção para as bisnagas de tinta e terminei de guarda-las. ── Eu prefiro me matar de estudar do que me submeter a isso.
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So Lucky: O Jogo Do Ódio [BL]
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